💯👨🏫 📖✍️ 👴 📖✍️ 👩🏽🏫 💯
📚✏️ Num dia como hoje, 19 de setembro, há exatamente cem anos, nascia em Recife PAULO FREIRE, educador, filósofo e escritor. Ele ficou conhecido por seu método de alfabetização, que se baseia no cotidiano dos alunos para ensiná-los a ler e a escrever. Freire acreditava que a educação deveria desenvolver o pensamento crítico nas pessoas, ou seja, ensiná-las a pensar por si próprias.
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, filho de Joaquim Temístocles Freire e de Edeltrudes Neves Freire. Paulo entrou para escola em 1927, já alfabetizado pela mãe, que havia ensinado o menino a ler no quintal de casa, escrevendo as palavras no chão de terra com gravetos.
A família Freire era de classe média, mas sua situação financeira foi abalada por dois acontecimentos. O primeiro deles foi a crise econômica mundial que se iniciou em 1929. Buscando condições melhores, Joaquim mudou-se com a mulher e os filhos para Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, em 1931. O segundo acontecimento foi a morte de Joaquim poucos anos depois, quando Paulo tinha 13 anos.
Apesar das dificuldades, Freire conseguiu concluir os estudos em Recife, no Colégio Oswaldo Cruz, onde foi aceito como bolsista. Em 1942, ele passou a dar aulas de português nesse mesmo colégio. Em 1947, formou-se em direito, mas não seguiu a carreira de advogado. Em vez disso, dedicou-se à área da educação, voltando sua atenção para as pessoas excluídas e desfavorecidas, especialmente os trabalhadores analfabetos.
Ainda em 1947, Paulo Freire assumiu o cargo de diretor do Setor de Educação do SESI (Serviço Social da Indústria) de Recife. Ali, teve contato mais próximo com a questão do analfabetismo entre trabalhadores. Ele percebeu que era necessário criar um programa que os ensinasse a ler e a escrever, a partir de algo que fosse significativo para eles.
Freire concluiu seu doutorado em Filosofia e História da Educação em 1959. Em março de 1963, coordenou uma experiência bem-sucedida de alfabetização de adultos na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte. Alguns meses mais tarde, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar um programa que ajudaria a alfabetizar um grande número de adultos no país todo. Com o golpe de 1964, porém, o programa foi interrompido. O regime militar acusou Freire de promover ideias “subversivas e marxistas”. Ele foi preso e passou cerca de 70 dias encarcerado.
Ao sair da prisão, exilou-se no exterior. Ele morou e trabalhou em diversos países, dentre eles Bolívia, Chile, Estados Unidos e Suíça. Também desenvolveu projetos de alfabetização em alguns países da África. Voltou ao Brasil somente em 1980.
Seu livro mais conhecido é Pedagogia do oprimido, que ele escreveu em 1968, enquanto estava exilado no Chile. Outros títulos importantes incluem Pedagogia da esperança, Educação como prática da liberdade e A importância do ato de ler. Freire foi nomeado doutor honoris causa por 28 universidades, em vários países (esse título é uma homenagem a pessoas que realizam trabalhos muito importantes na sua área de atuação). Além disso, teve obras traduzidas para mais de 20 idiomas.
Paulo Freire criou um método de alfabetização de adultos que leva seu nome. Esse método baseia o ensino na experiência de vida dos alunos e na linguagem que eles usam no dia a dia. Freire era crítico das cartilhas utilizadas no sistema tradicional de alfabetização. Para ele, a repetição de palavras e frases aleatórias, que nada tinham a ver com a realidade dos alunos, tornava o aprendizado forçado e desinteressante.
O método de Paulo Freire surgiu quando ele começou a participar de movimentos de educação popular, no início dos anos 1960. Uma das experiências de maior destaque foi aquela realizada em Angicos, em março de 1963. Nessa ocasião, Freire liderou um programa que alfabetizou 300 trabalhadores rurais que não tinham acesso à escola. Naquela época, o problema do analfabetismo no Brasil era ainda maior; o Nordeste tinha cerca de 15 milhões de analfabetos, o que correspondia à metade da população total da região.
Freire e sua equipe primeiro conversaram com os alunos para conhecer a realidade deles e a linguagem que utilizavam no dia a dia. Em seguida, iniciaram a alfabetização a partir do que Freire chamava de palavras geradoras, ou seja, palavras que estavam diretamente ligadas à vida dos alunos. Por exemplo, os trabalhadores de Angicos eram cortadores de cana-de-açúcar. Portanto, o ensino partiu de palavras como cana, terra e enxada, em vez de frases tradicionais de cartilha, como “vovó viu a uva”. Como resultado, os 300 trabalhadores que participaram do programa foram alfabetizados em cerca de um mês e meio. A eficácia do método trouxe grande reconhecimento para Freire.
Para o educador, apenas saber ler e escrever não era suficiente. Era importante que o aluno aprendesse a usar essas habilidades para entender a si mesmo e o mundo à sua volta. A educação deveria ajudar as pessoas a desenvolver o pensamento crítico. Assim, elas teriam condições de tornar-se membros ativos da sociedade, exercendo sua voz e transformando sua realidade.
Freire era contra uma educação que coloca o aluno em posição passiva, inferior à do professor. Ele acreditava que tanto estudantes quanto professores estão em um constante processo de aprendizagem. Paulo Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Ele morreu em 2 de maio de 1997, em São Paulo. Até hoje, sua obra é reverenciada pelas maiores universidades do mundo, sendo um dos autores mais citados em trabalhos acadêmicos, respeitado nacional e internacionalmente, com um legado imprescíndivel para quem se dedica a arte de alfabetizar adultos e jovens. Freire Vive! Viva Freire! 👏👏👏👏👏👏
#centenariodepaulofreire
#freirepatronodaeducacao
#porumaeducacaolibertaria
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo de Souza 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto 🖱️ Enciclopédia Britannica Escola - Versão WEB (adaptado) 😃
👉 Leia também:
⏳#muitahistoriapracontar⌛