sexta-feira, 9 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 09.04.21 - 395 Anos de Morte de Francis Bacon

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📖 A aspiração estava longe de ser modesta: Francis Bacon sonhava, simplesmente, com uma reforma completa da ciência e da filosofia que eram aceitas em seu tempo. Ao seu projeto de escrever um novo tratado sobre tudo o que ali estava, deu o poderoso título de Grande Instauração. Francis Bacon nasceu em Londres, em 22 de janeiro de 1561, e morreu na mesma cidade em 9 de abril de 1626, completando hoje portanto 395 anos. Acabou tornando-se o pai da ciência moderna e um dos fundadores do Empirismo, uma teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento sobre o mundo vem apenas da experiência sensorial.

No entanto, Bacon tinha um problema sério: a falta de tempo para executar um plano tão grandioso. Sua ambição não era só intelectual, mas também política. Eleito deputado para o Parlamento Britânico com apenas 23 anos, o inglês se dedicou à política até pouco antes de pouco antes de morrer, acumulando cargos importantes sob o reinado de Jaime 1º. O pensador só se afastou da vida pública em 1621, quando já havia sido nomeado Grande Chanceler. Sua saída não foi voluntária — acusado de corrupção, foi expulso do Parlamento e perdeu todos os postos que havia conseguido até ali. Mesmo tendo escrito muito menos do que gostaria, Francis Bacon deixou um legado importante: sugerindo que devemos seguir um rigoroso método experimental para atingir o conhecimento, ele inaugurou a tradição empirista. 

Bacon dizia que devemos avaliar as circunstâncias em que um fenômeno ocorre (ou não ocorre), detalhando seus casos particulares para relacionar um ao outro. Esse pensamento por “indução” levaria ao levaria ao conhecimento que, para o filósofo, era o caminho para o homem passar a usar as forças da natureza a seu favor. Porque, no fim das contas, “saber é poder”, sua frase mais conhecida.

O pensamento de Bacon foi fundamental para combater a superstição em sua época. Hoje, entretanto, a razão instrumental defendida por Bacon e sua glorificação da técnica são fortemente questionadas na na filosofia contemporânea, em particular pela Escola de Frankfurt e por Heidegger. Será mesmo que saber é poder? Será correta a noção de que o progresso das ciências traz necessariamente o progresso dos povos? Ou melhor, seria correta a ideia de progresso? No século XIX, por exemplo, acreditava-se que o desenvolvimento das ciências naturais (física e química) nos levaria à paz e à perfeição. As guerras mundiais, as ditaduras e os incontáveis massacres dos séculos XX e XXI solaparam essa ideia: a razão, com toda sua importância, não salvou a humanidade. Nesse sentido, qual o papel da sensibilidade na história do homem? 🤔🙄🤨

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.


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