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📖 Você já deve ter ouvido ou lido a expressão "os fins justificam os meios", famosa quando se quer justificar qualquer método escuso para se chegar ao poder e permanecer nele. A autoria dessa frase é do pensador florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527), autor do livro "O Príncipe", considerado o pai da ciência política moderna. Maquiavel acabou sendo mal interpretado e quem não conhece o contexto no qual sua obra foi escrita, acaba associando ele à falta de ética e de caráter. Na época em que ele escreveu "O Príncipe" a Itália estava dividida em pequenas repúblicas (a unificação italiana só se daria alguns séculos depois, mais precisamente no XIX), cada uma com seu governo próprio. Era o período das grandes monarquias europeias, onde pensadores como Jean Bodin e Jacques Boussuet defendiam que o poder real era um privilégio concedido diretamente por Deus. Não por acaso, quem coroava os reis durante a coroação era o bispo ou o papa. Qual o mérito de Maquiavel? Ele foi o primeiro a pensar a política como consequência das ações humanas, sejam elas boas ou não. Coube a Maquiavel separar o pensamento religioso teocrático dos mecanismos que levam ao poder por vias humanas. Maquiavel pagou caro pela sua ousadia. Seu livro foi parar na lista dos livros proibidos para os católicos: o Índex. E seu nome virou expressão de vilania e mau caratismo, afinal ser maquiavélico, nunca foi elogio para ninguém. Se estivesse vivo, completaria hoje seus 552 anos (ele morreu em 1527 aos 58 anos, na pobreza inclusive). Mas quem disse que um homem morre enquanto suas ideias estão vivas? Tão vivas quanto à duvida sobre a questão deixada por ele, e que deve ser respondida por qualquer um que exerça o poder, desde o pai de família ao presidente da República: "Para o governante, o que é melhor? Ser temido ou ser amado?" E você? Que resposta daria para o mais celébre dos pensadores florentinos? 🤔🙄🧐
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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