quinta-feira, 14 de outubro de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 14.10.21 - 78 Anos da Revolta de Sobibor

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🕎💣 Num dia como hoje, 14 de outubro, há 78 anos os prisioneiros do campo de extermínio de SOBIBOR, na Polônia, iniciaram uma revolta. Ao longo de pouco mais de uma hora, logo após as 4:00 da tarde, os membros da resistência liderados por Leon Feldhendler e Alexander Pechersky mataram 11 oficiais da SS e conseguiram ajudar aproximadamente 300 prisioneiros a fugir do campo. A revolta foi violentamente reprimida ao longo da noite, e a SS conseguiu reassumir o controle do campo. Foi a mais bem sucedida revolta de prisioneiros judeus dentro de um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

No primeiro trimestre de 1942, as SS e as autoridades policiais alemães construíram o centro de extermínio de Sobibor em uma região pantanosa e pouco populada, perto da atual fronteira leste da Alemanha com a Polônia. Em sua maior parte, o campo cobria uma área de 24 mil metros quadrados. Árvores plantadas ao redor do centro camuflavam o local, e todo o campo era cercado por um campo minado de 15 metros de largura. Sobibor foi construído com o único propósito de exterminar seres humanos. As autoridades de Sobibor consistiam em uma pequena equipe de oficiais da polícia, membros das SS, e uma unidade de noventa a cento e vinte guardas auxiliares, os quais eram ex-prisioneiros de guerra soviéticos ou cidadãos ucranianos e poloneses.

As autoridades do campo começaram as operações regulares da câmara de gás em maio de 1942. Trens com quarenta a sessenta vagões chegavam diariamente à estação ferroviária de Sobibor. Vinte vagões de cada vez entravam na área de recepção no campo, onde os guardas ordenavam que os prisioneiros (incluindo até mulheres e crianças) judeus entrassem em uma plataforma e entregassem a eles todos seus pertences. Os alemães levavam os judeus até entrarem em barracas, onde eram forçados a se despir e passar por um "tubo", um caminho estreito e fechado que levava diretamente às câmaras de gás, enganosamente identificadas como área de chuveiros para desinfecção. Quando as portas da câmara de gás eram seladas, os guardas em uma sala adjacente ligavam um motor que bombeava monóxido de carbono para a câmara, asfixiando até a morte todas as pessoas que estavam dentro.

Alguns prisioneiros que eram selecionados para permanecerem vivos e, assim, trabalharem como escravos na remoção dos corpos da câmara de gás e depois jogá-los em enormes covas coletivas. A equipe do campo assassinava periodicamente aqueles prisioneiros e os substituía por outros recém-chegados. No outono de 1942 os oficiais de Sobibor, usando escravos judeus, começaram a exumar as covas coletivas e a queimar os cadáveres em "fornos" ao ar livre, feitos com trilhos de trem. Os alemães também utilizavam uma máquina para moer os fragmentos de ossos e reduzi-los a pó. Aquelas medidas tinham como objetivo ocultar todos os traços de extermínio em massa por eles cometido.

Em 14 de outubro de 1943, os cerca de seiscentos prisioneiros que haviam sobrado no campo iniciaram uma revolta e conseguiram matar onze alemães. Cerca de trezentos daqueles prisioneiros conseguiram escapar, mas cem deles foram posteriormente recapturados. Depois da revolta, os alemães desativaram o centro de extermínio e atiraram nos prisioneiros restantes. No total, os alemães e seus auxiliares assassinaram pelo menos 167.000 pessoas em Sobibor. Após a revolta, o campo foi fechado e demolido. Para esconder o que havia se passado ali, os alemães plantaram uma floresta de pinheiros. Cerca de 250.000 judeus foram mortos em Sobibor, fazendo dele o quarto campo mais mortífero da Operação Reinhard. 

O primeiro comandante de Sobibor foi Franz Stangl, foi encontrado depois da guerra trabalhando na Volkswagen em São Bernardo do Campo. Foi preso em 1967 e extraditado para a Alemanha, onde morreu de ataque cardíaco na prisão em 1971. 

O sargento da SS Gustav Franz Wagner fugiu para o Brasil junto com Stangl, onde foi encontrado em 1978 pelo caçador de nazistas Simon Wiesenthal, mas contou com a proteção de autoridades brasileiras ligadas à ditadura militar, sendo os pedidos de extradição para Israel, Alemanha, Áustria e Polônia, todos negados. O primeiro a negar a extradição do nazista foi o Procurador Geral da República do governo Geisel, Henrique Fonseca de Araújo, pai de Ernesto Araújo, que até pouco tempo, era o Ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro. Com a chegada de João Baptista de Figueiredo ao poder (1979), o caso da “Besta de Sobibor” como Wagner era conhecido, vai ao Supremo Tribunal e o STF do regime militar, que também negou sua extradição. Um dos votos contrários à extradição do nazista, foi o do ministro Carlos Thompson Flores, avô do presidente do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores, um dos responsáveis pela condenação do ex-presidente Lula.

Em 3 de outubro de 1980 o corpo de foi Gustav Franz  descoberto em Atibaia, onde ele viveu grande parte de sua vida no Brasil, escondido de todos que pudessem o reconhecer. Ele tinha 69 anos e, para muitos, a faca encontrada no peito de Gustav Wagner indicava suicídio. Um dos fugitivos sobreviventes de Sobibor, Shlomo Szmajzner, juntou-se aos guerrilheiros da região e emigrou para o Brasil em 1947. Morreu em Goiânia em 3 de março de 1989.

A revolta de Sobibor ganhou duas produções cinematográficas: "Fuga de Sobibor" (1989) dirigido por Jack Gold, e "Sobibor" (2018) dirigido pelo russo Konstantin Khabensky, este disponível em várias plataformas de streaming. Apesar da derrota dos nazistas na Segunda Guerra, o ressurgimento de grupos de extrema-direita em vários países mostra que o fantasma da intolerância ainda está a espreita, e que exemplos como o de Sobibor devem ser combatidos e jamais repetidos. 🙅‍♂️🔯🙅‍♀️

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#NazismoNuncaMais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fonte consultada 📖 Enciclopédia do Holocausto (adaptado) 🙂

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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