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No antigo Senado de Olinda, que funcionava no prédio da Câmara Olindense, da qual resta apenas uma das paredes, situada no sítio histórico da cidade (próximo ao Mercado da Ribeira), há exatos 311 anos o senhor de engenho, capitão-mor e vereador ("senador") Bernardo Vieira de Melo mencionava pela primeira vez nas colônias americanas a ideia de formar uma República, muito antes dos norte-americanos conquistarem sua independência em 4 de julho de 1776. A República preconizada por Bernardo Vieira de Melo era nos moldes das repúblicas italianas (mais precisamente a República de Veneza), não tocando na questão escravista, nem na concentração fundiária. O grito de República de Bernardo Vieira de Melo é apenas um dos fatos do conflito envolvendo a vila de Olinda (então sede da Capitania de Pernambuco) e Recife (entreposto e reduto de comerciantes lusitanos), que durou aproximadamente um ano – 1710 a 1711 – e que entraria para a história pernambucana com o nome de Guerra dos Mascates. Na prática foi a luta dos mascates, como eram chamados os portugueses pelos pernambucanos, contra os mazombos e "pés-rapados", como eram chamados os nascidos na terra brasileira pelos portugueses. Ao final da revolta Bernardo Vieira de Melo foi levado a ferros para Lisboa, onde veio a falecer no cárcere, vítima de sufocamento por gases tóxicos, expelidos da queima de um fogareiro que ele mesmo acendeu, em 1714. Seu nome é lembrado em avenidas de Jaboatão dos Guararapes e em Natal, onde foi governador durante anos, além de nomear também a Câmara Municipal de Olinda, ou melhor Casa de Bernardo Vieira de Melo. Seu feito ficou imortalizado na letra do Hino de Pernambuco, composto em 1908 por Oscar Brandão da Rocha, quando lembra que "a República é filha de Olinda"! 👊💪👊
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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