quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 13.01.22 - 23 Anos da Morte de Nelson Werneck Sodré

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😓🖤 Num dia como hoje, 13 de janeiro, há 23 anos, morria em Itu, São Paulo, NELSON WERNECK SODRÉ, marxista, historiador rigoroso, general que serviu aos interesses do povo e grande estudioso da cultura. Nelson Werneck Sodré deixou um legado de contribuições à pesquisa. Mas não só isso, Sodré também ofereceu ao país as mais altas provas de dedicação, com coragem cívica e grandeza moral.

Nelson Werneck Sodré nasceu em dia 27 de abril de 1911 no Rio de Janeiro.Werneck cursou a Escola Militar do Realengo de 1931 a 1933. No ano seguinte, foi destacado para o 4o Regimento de Artilharia Montada, em Itu (SP). Nesse período, escrevia para o Correio Paulistano duas vezes por semana e começava a despontar como escritor. Após a decretação do Estado Novo (10/11/1937), tornou-se ajudante-de-ordens do general José Pessoa, designado comandante da 9ª Região Militar, em Mato Grosso, em março de 1938. Foi nessa ocasião, quando o Exército foi chamado a intervir em conflitos de terra entre grandes proprietários e agricultores pobres naquele estado brasileiro, que Sodré teria iniciado a sua rotação à esquerda, na direção do marxismo.

Ainda em 1938, publicou seu primeiro grande livro, História da literatura brasileira, uma análise das questões literárias a partir de das relações de propriedade e dos conflitos sociais. No início dos anos 1940, amigo pessoal de Graciliano Ramos, Jorge Amado e vários expoentes da literatura no período, já teria ingressado no Partido Comunista Brasileiro (PCB), então Partido Comunista do Brasil. Em 1944, iniciou o curso da Escola de Comando e Estado- Maior, concluindo-o em 1946. No ano seguinte, começou a lecionar na Escola, onde permaneceu até 1950 como chefe do Curso de História Militar.

Em maio de 1950, as eleições para a direção do Clube Militar foram ganhas pela chapa nacionalista, liderada pelos generais Newton Estillac Leal e Júlio Caetano Horta Barbosa. Participante entusiasmado da campanha nacionalista "O Petróleo é Nosso", Nelson Werneck Sodré foi convidado para dirigir o Departamento Cultural do Clube. Em represália, devido a suas posições políticas, foi transferido da Escola de Comando e Estado-Maior para o 5° Regimento de Artilharia, em Cruz Alta (RS), onde permaneceu durante quase cinco anos. Em 1956, de volta ao Rio, começou a colaborar com o vespertino Última Hora, onde escrevia a seção literária e os editoriais.

Nesse período, passou a integrar a Comissão Diretora da Biblioteca do Exército e a colaborar com o jornal nacionalista O Semanário. Em 1954, foi convidado a participar do IBESP - Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política. Depois, o órgão mudou de nome e passou a ser denominado ISEB - Instituto Superior de Estudos Brasileiros –, onde atuou como professor numa instituição que contava com a desaprovação dos militares conservadores.

Após a renúncia do presidente Jânio Quadros (25/08/1961), apoiou a posse do seu sucessor legal, o vice-presidente João Goulart, que fora vetada pelos ministros militares. Por conta disso, foi preso e interrogado durante dez dias e destacado, contra a sua vontade, para servir em Belém. Insatisfeito, passou à reserva no início de 1962 na patente de general, pois possuía o curso de Estado-Maior. Em 1963, o escritor lançou o livro "Quem Matou Kennedy", lançado em dezembro, somente duas semanas após o assassinato do presidente dos EUA.

Desde então, entregou-se totalmente à atividade intelectual de escritor e ao exercício do magistério no ISEB, onde passou a chefiar o Departamento de História. Foi nesse período que desenvolveu o único trabalho em parceria de sua carreira, História nova do Brasil. Após a deposição do presidente Goulart (31/03/1964) pelos militares, teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Refugiado em uma fazenda de parentes em Fernandópolis (SP), foi preso no dia 26 de maio e enviado ao Rio de Janeiro, onde ficou detido durante 57 dias.

De acordo com Marly Vianna, doutora em história social pela Universidade Estadual de São Paulo (USP), Sodré sempre demonstrou uma posição política e ideológica de comunista e, portanto, de defesa dos direitos dos trabalhadores. “Sua área de atuação foi a produção historiográfica. Nesse sentido, suas análises históricas, em especial de interpretação do Brasil, são da maior importância para a compreensão de nossa sociedade e para a análise das classes sociais brasileiras”, explica Vianna.

Como o regime militar havia tirado de Nelson Werneck Sodré o direito de ensinar, sua atividade passou a ser exclusivamente o estudo e a produção de novos livros. Deste período até sua morte, o escritor publicou aproximadamente outros 30 livros. Um dos trabalhos em que continuou se empenhando foi “História militar do Brasil”, editado pela primeira vez em 1965. A última contribuição, e também sua 58ª obra, foi publicada em 1995, “A farsa do neoliberalismo,” Era casado com Yolanda Frugoli Sodré, com quem teve uma filha. Nelson Werneck Sodré figura entre os grandes da historiografia brasileira. 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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