quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 19.01.22 - 40 Anos da Morte de Elis Regina

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🎤😭 Num dia como hoje, 19 de janeiro, há 40 anos às 11h45, morria em São Paulo, uma das mais importantes vozes femininas do cancioneiro nacional: ELIS REGINA. A notícia chocou o país e também deixou muitos fãs de luto. A causa de sua morte gerou muitas controvérsias e laudos médicos da época apontaram que uma mistura de álcool com cocaína teria matado a cantora. Oficialmente a causa da morte foi por intoxicação exógena aguda. Elis é considerada por alguns críticos e músicos como a melhor cantora brasileira de todos os tempos. Ela era conhecida por sua forte personalidade, pela belíssima voz e também por sua presença de palco.

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no Hospital da Beneficência Portuguesa, em 17 de março de 1945. Foi a primogênita do casal Romeu Costa e Ercy Carvalho Costa. Aos sete anos de idade foi ao programa “Clube do Guri” (Rádio Farroupilha de Porto Alegre), animado por Ary Rego, mas se recusou a cantar. Em 1956, neste mesmo programa, cantou pela primeira vez no rádio. Passou a integrar o elenco fixo do programa, ganhando um pequeno cachê e presentes dos patrocinadores. Tempos depois, tornou-se secretária do programa: além de cantar, lia recados, nomes de aniversariantes e apresentava os candidatos.

A beleza e a força de sua voz despertaram a atenção dos diretores de uma gravadora, e ela gravou seu primeiro disco, Dá sorte e sonhando, com 16 anos de idade. Em 1961, a jovem cantora gravou seu primeiro LP (era esse o nome dos discos feitos em vinil que continham várias canções): Viva a brotolândia. Pouco depois, trocou Porto Alegre pelo Rio de Janeiro, porque era ali que surgiam as melhores oportunidades de trabalho para os músicos. Era também no Rio que se encontrava grande parte dos talentos musicais do Brasil.

Já em 1965, ela e o cantor Jair Rodrigues apresentavam um programa de grande sucesso na televisão chamado O fino da bossa. O programa tornou-a ainda mais conhecida e admirada. Sua carreira prosperou. Elis Regina interpretou músicas de compositores consagrados, mas também foi responsável pelo lançamento de muitos compositores estreantes, como Renato Teixeira, Milton Nascimento, Aldir Blanc e Belchior, entre outros. Ela fazia questão de abrir espaço para os novos talentos.

“Dois pra lá, dois pra cá” e “O bêbado e o equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, são duas músicas que marcaram época e ficaram inegavelmente ligadas à interpretação de Elis. “O bêbado e o equilibrista” virou uma espécie de hino do período de abertura política no Brasil, no final da ditadura militar. Mas a voz de Elis não encantava apenas brasileiros. Um dos seus discos mais famosos no exterior foi gravado com Tom Jobim e se chama Elis e Tom (1974). Ela também causou enorme sensação quando se apresentou no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça, em 1979.

A essa altura, realizava cada vez mais shows no Brasil. O mais famoso deles, Falso brilhante, ficou cerca de um ano em cartaz e é considerado um dos espetáculos mais bem sucedidos da história da música brasileira. Outros espetáculos, como Saudades do Brasil e Trem Azul também foram sucesso de crítica e público. Todos eles foram gravados em disco.

Suas músicas tocavam nas rádios de todo o país e seus discos iam sendo mais e mais vendidos. Isso aconteceu não só com discos originados de shows como também com outros, lançados na década anterior, como Ela (1971) e Elis (1973).

Além disso, participava de discos de outros artistas, entre eles um do sambista Adoniran Barbosa e o álbum para crianças A arca de Nóe (composto de canções de Vinícius de Moraes), com vários intérpretes. Com isso, comprovava sua facilidade para cantar qualquer tipo de música. Elis não era apenas muitíssimo afinada; ela era uma grande intérprete. Tinha o poder de adequar-se aos estilos musicais porque tinha total domínio sobre sua voz.

Ao mesmo tempo em que colhia os frutos de uma carreira em ascensão, Elis se dedicava à família. Casou-se duas vezes, teve três filhos (os músicos João Marcelo Bôscoli e Pedro Camargo Mariano e a cantora Maria Rita).

Nas várias entrevistas que deu à imprensa, revelou sua insegurança e a dificuldade de lidar com o peso do sucesso. Às vezes, demonstrava instabilidade psicológica. Morreu no dia 19 de janeiro de 1982, em seu apartamento em São Paulo (para onde tinha se mudado vários anos antes) aos 36 anos. Seu corpo foi levado para o Teatro Bandeirantes, onde foi velado até o dia seguinte. Estava vestida com a camiseta que não pôde ser usada no show “Saudade do Brasil”, dois anos antes: a bandeira brasileira, com seu nome no lugar de “Ordem e Progresso”. O Teatro Bandeirantes ficou cheio durante a noite e a madrugada.

No dia 20 de janeiro, o Departamento de Trânsito de São Paulo criou um esquema especial para o cortejo, do Teatro Bandeirantes ao cemitério do Morumbi. A pé, de carro ou moto, milhares de pessoas acompanharam o carro do Corpo de Bombeiros que levou o caixão. Foi sepultada por volta de uma hora da tarde, no túmulo 2199, quadra 7, setor 5 do cemitério do Morumbi.

No dia primeiro de maio, foi registrada oficialmente a Associação Brasileira Elis em Movimento (ABEM), com sede em São Paulo, criada com o objetivo de preservar a arte e a memória da cantora. Várias outras homenagens foram feitas, entre as quais a inauguração do Teatro Elis Regina em São Bernardo do Campo, e o lançamento do número zero do jornal “Elis em Movimento”.

Em 2005, ano em que completaria seu 60º aniversário, a cantora foi tema do programa “Arquivo N”, veiculado pelo canal a cabo Globonews. Em 2013 entrou em cartaz no Teatro Oi Casa Grande (RJ) o espetáculo “Elis, A Musical”, com texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade, e direção de Dennis Carvalho. No elenco, Laila Garin (como Elis Regina), Felipe Camargo e Claudio Lins.

Em 2016 sua cine-biografia, “Elis”, foi lançada. O filme remontou a trajetória de sua carreira desde a adolescência até a morte e não abordou com profundidade o uso de drogas e a relação com a ditadura militar. “Elis” teve a direção de Hugo Prata, produção de Fabio Zavala e roteiro de Vera Egito, Luiz Bolognesi, e Hugo Prata. A atriz Andreia Horta interpretou Elis, Caco Ciocler fez o papel de seu segundo marido, o músico César Camargo Mariano. Em 2018 a TV Globo reproduziu sua minissérie a partir das cenas do filme “Elis” com inclusão de depoimentos da cantora Rita Lee e de cenas documentais. A obra foi exibida em quatro capítulos. Sobre ela foram escritas várias biografias: Furacão Elis” (1985) e “Elis Regina – Nada será como antes” (2015), lançadas pelo jornalista Julio Maria; e “Elis e eu – 11 anos, 6 meses e 19 dias com minha mãe” lançada em 2019 pelo seu filho João Marcello Bôscoli.

A genialidade e o talento de Elis Regina são inegáveis e não é por acaso que até hoje sua obra é revisitada e evocada como um legado único na história da música popular brasileira. Foi certamente uma das estrelas mais brilhantes do Brasil. Elis Eterna Regina! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto:

🖱️ Enciclopédia Britannica Escola - Versão WEB 
🖱️ Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (adaptados).

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