sexta-feira, 4 de março de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 04.03.22 - 104 Anos dos Primeiros Casos de Gripe Espanhola

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🔬🧫🦠 Num dia como hoje, 4 de março, há 104 anos, foram identificados pela primeira vez em Fort Riley, Kansas, nos Estados Unidos, os primeiros casos de gripe espanhola do mundo. Em pouco tempo, o surto (causado por uma cepa do vírus Influenza A, do subtipo H1N1) se transformou em uma das piores pandemias da história da humanidade, matando entre 50 e 100 milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas de suas vítimas foram adultos jovens e saudáveis, ao contrário de outras epidemias de gripe que afetaram crianças, idosos ou pessoas debilitadas.

A doença começou a ser identificada quando o soldado Albert Gitchell, do Exército dos EUA, procurou o hospital de Fort Riley na manhã de 4 de março de 1918. Ele apresentava sintomas semelhantes aos de um resfriado, como dor de garganta, febre e dor de cabeça. Ao meio-dia, mais de 100 de seus colegas de corporação relataram sintomas semelhantes.

Após o surto inicial da doença em Fort Riley, outros casos semelhantes surgiram em acampamentos do exército e prisões em várias regiões dos Estados Unidos. A doença logo viajou para a Europa com os soldados dos EUA que foram ajudar os Aliados nos campos de batalha da França durante a Primeira Guerra Mundial (somente em março de 1918, 84 mil combatentes cruzaram o Atlântico; outros 118 mil partiram no mês seguinte.) 

Assim que chegou a um segundo continente, a gripe não deu sinais de diminuir: 31 mil casos foram relatados em junho na Grã-Bretanha. A doença acabou sendo apelidada de gripe espanhola porque as pessoas acreditavam erroneamente que a Espanha era o epicentro da pandemia. Isso aconteceu porque esse país não se viu envolvido na guerra e, portanto, não censurou as informações sobre a doença.

Acredita-se que a transmissão da doença tenha sido facilitada pela quantidade de viagens dos combatentes durante a guerra, e que seus sistemas imunológicos enfraquecidos pela tensão dos combates e ataques químicos aumentaram as chances de infecção. Vários militares que combatiam na Primeira Guerra Mundial não resistiram à enfermidade. Estima-se que mais soldados dos EUA morreram infectados pelo vírus do que nos campos de batalha durante aquele conflito sangrento. 

Quando a gripe espanhola se espalhou, médicos e cientistas não sabiam como tratá-la. Em muitos lugares, autoridades impuseram quarentenas e ordenaram que os cidadãos usassem máscaras. Locais públicos, como escolas, igrejas e teatros foram fechados. As pessoas também foram aconselhadas a evitar apertar as mãos e a ficar em ambientes fechados.

Inicialmente, o Brasil acompanhou a doença à distância, somente por meio dos jornais. A população brasileira não parecia se preocupar muito com a gripe espanhola, por acreditar que ela não chegaria ao país devido à distância do continente europeu. Mas não havia motivo para otimismo: em setembro de 1918, o navio inglês Demerara, vindo de Lisboa, desembarcou com pessoas infectadas em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. A pandemia chegou a matar mais de 35 mil pessoas em todo  Brasil. Cerca de 12.700 no Rio de Janeiro, 6.000 em São Paulo, 1.316 em Porto Alegre, 1.250 em Recife, 900 em Manaus e 386 em Salvador.

No mesmo mês, desembarcou em Recife uma divisão naval brasileira que havia sido enviada para patrulhar a costa atlântica da África durante a Primeira Guerra. Em Dacar (no atual Senegal), os marinheiros haviam sido expostos à doença, que matou mais de cem deles (número superior ao de brasileiros mortos no conflito). Em pouco tempo, os casos de gripe começaram a se espalhar pelo Brasil. A vítima mais célebre da doença foi o presidente Rodrigues Alves, que morreu infectado pelo vírus em 1919. Eleito para um segundo mandato no final do ano anterior, ele nem chegou a assumir.

No decorrer de 1919, a gripe espanhola perdeu força e parou de fazer vítimas no mundo. Não se sabe ao certo o motivo do fim da pandemia. Uma das causas pode ter sido o desenvolvimento de anticorpos por parte da população sobrevivente. Especula-se ainda que o vírus pode ter sofrido algum tipo de mutação e ter se tornado menos letal. A situação só foi melhorar de fato em 1920. Na História das pandemias, a gripe espanhola deixou uma página triste e dolorosa de ser lembrada. 😞😓😪😢😭

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto:

📺 Canal History Channel do Brasil
🖱️ Site do History Latino-America (adaptados)

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