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😓🖤 Num dia como hoje, 28 de maio, por volta das 7:00 h, há exatamente um ano, um deslizamento de barreira na comunidade de Jardim Monte Verde, na região limítrofe entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes, deixou um saldo de 47 mortos, dezenas de feridos e desabrigados. Só numa rua, a Serra e Souza, 11 pessoas de uma mesma família foram encontradas mortas, parentes de Luiz Estevão Aguiar. A tragédia ganhou destaque nos principais noticiários nacionais e chamou a atenção para um problema visível na periferia das grandes cidades: a ocupação de áreas de encosta de morros com risco eminente de desabamento.
O alto índice pluviométrico (popularmente grande quantidade de chuvas) que se abateu sobre Pernambuco entre o final de maio e começo de junho de 2022 foi provocado pelas "Ondas de Leste", áreas de "perturbação atmosférica" que se deslocam do continente africano para aquela região litorânea brasileira. Segundo dados da APAC – Agência Pernambucana de Águas e Clima – a média de chuvas atingiu acima de 60mm por hora ou 100mm em 24 horas, entre os dias 27 e 28 de maio, considerada altíssima para uma região de clima tropical úmido como é o litoral pernambucano.
Para resgatar os corpos das vítimas de Jardim Monte Verde, a subida até o morro foi parcialmente interditada para que os caminhões carregados de entulhos das residências destruídastivessem a passagem liberada. Policiais, Bombeiros e órgãos de trânsito formaram uma força taref com o auxílio de tratores, que retiravam o excesso de lama, e helicópteros que sobrevoavam a área. Sem efetivo suficiente do Corpo de Bombeiros ou da Defesa Civil para buscar pelos desaparecidos, agentes de limpeza, guardas municipais e os próprios moradores ajudaram no trabalho, sem uma coordenação responsável e sob risco de novos desabamentos.
Em várias áreas de Jardim Monte Verde ocorreram deslizamentos com mortes (rua da Capela, Quadra 44, escadaria Dois Carneiro Alto, dentre outros). Ao todo, em Pernambuco, durante os meses de maio e junho, 133 pessoas morreram (num curto espaço de 10 dias), entre elas 23 crianças, e milhares ficaram desabrigadas.
Apesar de estar numa região limítrofe entre duas grandes cidades, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Jardim Monte Verde é uma área pertencente ao Recife. Mesmo que próxima à fronteira do Jaboatão, a responsabilidade é da prefeitura da capital.
Ainda em 2022, no mês de fevereiro, 233 pessoas morreram devido a chuvas torrenciais e deslizamentos de terra em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. Mais chuvas acometeriam o Estado da Bahia e de Alagoas, posteriormente.
Até hoje, famílias inteiras aguardam uma solução para o problema habitacional que afeta a comunidade. Muitos ainda vivem de aluguel com um auxílio que mal dá para pagar esta despesa. Para marcar um ano do desastre provocado pelas fortes chuvas que atingiu o bairro de Jardim Monte Verde, representantes de entidades comunitárias promoveram atos na última sexta-feira, dia 26.
Neste ano de 2023, a primeira vítima no estado foi o jovem Israel Campelo dos Santos, de 19 anos, em Olinda, de Águas Compridas, em 6 de fevereiro, bairro que tem promessa de “solução” atrasada pela prefeitura de Olinda, atualmente ocupada pelo Professor Lupércio (Solidariedade). Tragédias como a de Jardim Monte Verde evidenciam a falta de políticas habitacionais e a falta de políticas eficazes diante das mudanças climáticas. Afinal, ninguém escolhe morar em área de risco! Risco este que atinge principalmente a um grupo específico de raça e de classe social, o que evidencia um racismo ambiental, resultado da negligência histórica de governantes que só sabem subir os morros em época de eleições. 😒😠😤
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋 professor e historiador.
📖 Fontes consultadas:
📻 Agência Reuters
💻 Portais G1, Leia Já e Marco Zero
📰 Jornais Folha de Pernambuco e Jornal do Commércio
👉 Para saber mais sobre este assunto, leia as postagens publicadas em meu blog pessoal:
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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