sábado, 10 de junho de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 10.06.23 - 137 Anos do Nascimento e 47 Anos da Morte da Caricaturista Nair de Tefé

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🎀 Poucas pessoas tiveram a infelicidade e/ou felicidade de morrerem e nascerem na mesma data. NAIR DE TEFÉ foi uma delas (outro caso curioso da estranha coincidência é o do pintor renascentista italiano Rafael Sânzio, do qual já citamos nas postagens do Muita História pra Contar). Nair nasceu em Petrópolis no dia 10 de junho de 1886 (portanto há 137 anos) e faleceu no Rio de Janeiro em 10 de junho de 1981 (há 42 anos) de infecção pulmonar agravada por insuficiência cardíaca. Seu nome de batismo era Nair de Teffé von Hoonholtz, filha de Antônio Luís von Hoonholtz, o Barão de Teffé, e de D. Maria Luisa Dodsworth.

Criada em uma família aristocrata, Nair teve o destino de grande parte das meninas da elite e foi enviada desde muito cedo para ser educada na França. Entretanto, diferente de suas companheiras da alta classe, Nair acabou se destacando de várias maneiras. Ela foi a primeira caricaturista brasileira, assinando suas criações na revista Fon-Fon como Rian, Nair ao contrário, além de cantora e pianista. Como artista musical, ela protagonizou uma celeuma ao tocar no violão a música Corta-Jaca de Chiquinha Gonzaga numa recepção no Palácio do Catete, então residência oficial da presidência da República. Rui Barbosa, em discurso acalorado no Congresso, atacou a decadência do nível cultural da presidência ao levar para os salões a música vulgar do povo brasileiro.

Em 08 de dezembro de 1913, Nair de Tefé casou-se com o então presidente da República Hermes da Fonseca (30 anos mais velha do que ela e viúvo, sobrinho de Deodoro da Fonseca, o Marechal que derrubou a monarquia e comandou o golpe da República em 1889) no Palácio Rio Negro em Petrópolis. Hermes da Fonseca acabou envolvido na revolta tenentista de 1922, foi preso e acabou falecendo no mesmo ano. Nair, viúva, nunca se casou de novo. Ela continuou fazendo suas caricaturas.

Em 28 de novembro de 1932 ela inaugurou o Cine Rian, localizado na Avenida Atlântica, nº 2965, na capital fluminense. Era um dos cinemas mais bem conceituados do Rio de Janeiro. No Rian foi dançado umas das primeiras vezes no Brasil o Rock and Roll, durante a apresentação do filme Ao Balanço das Horas, em 1956. A jovem platéia não resistiu e saiu dançando pelos corredores. O RIAN Foi imortalizado pela canção de Nonato Buzar e Chico Anísio, "Rio Antigo", em que homenageiam a cidade como era até a década de 1950. O cinema foi demolido em 16 de dezembro de 1983. Em seu lugar foi erguido o Hotel Pestana ainda na década de 1980.

Nair era amante das artes, apreciava a natureza e sentia muita saudades do lugar onde estava acostumada a passear, andar de cavalo, que aliás era excelente cavaleira (isso numa época em que as mulheres eram socialmente segregadas a serem "recatadas e do lar". Foi Nair quem trouxe para o Brasil a moda das calças femininas compridas. Uma mulher que esteve à frente de seu tempo. Sem sombra de dúvidas.

Aos 95 anos, Nair de Tefé escreveu a última página de sua prodigiosa História. Adotou três crianças, construiu um cinema, foi a a mais longeva ex-primeira dama, e deixou um legado de centenas de caricaturas e cartuns publicados nas revistas do começo do século passado. Sua versatilidade ultrapassava, e muito, o destino que era imposto a muitas mulheres de sua geração. Nair ou Rian? Rian ou Nair? Duas faces de uma mesma mulher: independente, empoderada, e múltipla artista que viveu e deixou um legado que não deve, nem pode, ser esquecido. Viva Nair de 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre Nair de Tefé, acesse:


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