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💋💰 Para muitos a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, embora não existam registros ou documentos que comprovem esta afirmação consagrada pelo senso comum. Alguns a descrevem como "a difícil vida fácil", um eufemismo para mostrar que a prática de oferecer algumas horas ou minutos de prazer em troca de dinheiro ou por favores perpassa além dos preceitos morais e envolve questões mais complexas, como por exemplo, a relação entre sexo e poder.
Seja como meretriz, garota de programa, rameira, mulher da vida, dama da noite, acompanhante de luxo, rapariga, put@, etc., adjetivos e substantivos não lhe faltam para descrever sua prática. O mercado do sexo é mais amplo do que se imagina. Vai do mundo real dos becos e vielas, passando pelos cabarés, inferninhos, prostíbulos, zonas, casas da luz vermelha, puteir0s, casas de massagem, até chegar ao ambiente virtual com suas sexy-cam.
Num dia como hoje, 2 de junho, há 48 anos, 150 mulheres (sim, antes de serem prostitutas, são também mulheres) desse segmento ocuparam as dependências da Igreja de Saint-Nizier, em Lyon, França para protestar contra a repressão e as difíceis condições a que estavam submetidas, incluindo agressões, extorsão e até assassinatos. Apesar do apoio da população francesa (inclusive da feminista Simone de Beauvoir) e até da própria Igreja que elas ocuparam, a polícia reprimiu violentamente à manifestação e elas acabaram sendo expulsas do recinto religioso às 5:00 h no dia 10 de junho. No ano seguinte, a data de 2 de junho foi escolhida como dia internacional da prostituta, como forma de preservar a memória deste fato e chamar a atenção para a pauta das chamadas profissionais do sexo.
No Brasil, a profissão é regulamentada desde 2002, mas é crime ser proprietário ou gerente de local onde se pratica o sexo comercial. Um cafetão ou uma cafetina, nome atribuído à quem mantém uma casa de prostituição, incidem no crime de rufianismo, previsto no artigo 230 do Código Penal, com penas que variam de um a seis anos de reclusão, além de multa. Desde 1987, a rede brasileira de prostitutas reúne 30 organizações de classe.
O cancioneiro nacional está repleto de músicas que as citam, a maioria cantada por homens e sempre em terceira pessoa. Marília Mendonça, artista sertaneja, gravou em 2021 a canção "Troca de Calçada", a primeira em que uma mulher canta sobre a prostituição em primeira pessoa (há quem afirme que Gal Costa foi a pioneira nisso com a canção "Folhetim" gravada em 1978, embora a letra seja muito mais sutil do que a que foi gravada por Marília em 2021). No teatro, na literatura e no cinema, elas têm papel de destaque, seja como amantes, concubinas, espiãs, etc.
Expostas a todo tipo de preconceito, humilhações, situações de trabalho análogo à escravidão, violência sexual, doenças sexualmente transmissíveis, as prostitutas carecem de uma melhor atenção por parte da sociedade. Não como uma forma de apologia ou romantização do sexo pago, mas para tirar da invisibilidade e vulnerabilidade sociais centenas de mulheres marginalizadas porque vendem seus corpos numa sociedade patriarcal, machista, heteronormativa, que consome este tipo de serviço, mas hipocritamente destila indiferença e aversão às profissionais do sexo.
De Lilith, à Bruna Surfistinha, passando por Maria Madalena, Messalina, Teodora de Bizâncio, Madame de Pompadour, Dona Beija de Araxá, Mata Hari, Maricota, as prostitutas sempre desempenham um papel relevante na História, seja como amantes de poderosos ou como anônimas que queriam apenas garantir sua sobrevivência. Não compete a nós julgar ou discriminar quem a pratica, mas respeitar, acolher, quebrar estereótipos e sobretudo lembrar que atrás de uma prostituta existe uma mulher cuja dignidade deve ser preservada. 💪💋👊
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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