sexta-feira, 26 de julho de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 26.07.24 - Morre J. Borges - Cordelista e Xilogravurista

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✝️ LUTO 😞 A cultura popular nordestina amanheceu hoje, 26 de julho, enlutada com a morte aos 88 anos, do xilogravador, cordelista e poeta J. BORGES, uma referência artística em Pernambuco e no Brasil. Segundo familiares, o pernambucano foi internado há duas semanas por problemas no pulmão e coração, mas recebeu alta e morreu em casa, por volta das 6h, na cidade de Bezerros, agreste pernambucano.

José Francisco Borges nasceu em 20 de dezembro de 1935 na zona rural da cidade de Bezerros, em um sítio chamado Piroca. Por conta da grande seca de 1952, que afetou os estados do Nordeste, Borges se mudou para a Zona da Mata, junto de sua família, com seus 17 anos. Viveu durante 15 anos entre os municípios de Escada e Ribeirão, em Pernambuco.

Passou por muitas profissões, como artesão, oleiro, carpinteiro, pintor de parede, mas encontrou a verdadeira felicidade em 1956 aos 21 anos, quando decidiu ser vendedor de cordéis (folheteiro), divulgando a literatura popular pelas praças e feiras públicas em seu estado de origem e estados vizinhos.

Em 1964, por estímulo de um amigo poeta chamado Olegário Fernandes, escreveu o seu primeiro cordel original: O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, com capa ilustrada pelo mestre cordelista e xilogravurista Dila (José Soares da Silva). A xilogravura é uma técnica datada da idade média, onde o artista talha o desenho na madeira e a partir dela, da matriz, com a utilização de tinta, o desenho esculpido é marcado no papel, como um carimbo. Borges viria a se tornar um dos mestres dessa técnica. 

J. Borges em seu trabalho valorizou a cultura do Nordeste, popularizando a literatura de cordel retratando temáticas como folguedos populares, religiosidade e cangaço; sem deixar de abordar questões sociais como a educação e a miséria.

Sua obra o fez receber o título de  e Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco, além de ter sido agraciado com a Ordem do Mérito Cultural do Brasil em 1999, e o prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na categoria Ação Educativa/Cultural. Já ilustrou livros de escritores como José Saramago e Eduardo Galeano. Ele também foi considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2005.

O mestre da xilogravura teve diversos trabalhos reconhecidos e expostos ao redor do mundo, entre eles, um quadro para o papa Francisco, entregue no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As obras de J. Borges já foram expostas em todo o Brasil e percorreram mais de 20 países.

"O maior gravador popular do Brasil". Era assim que Ariano Suassuna, um dos principais pesquisadores da cultura popular nordestina, se referia a J. Borges, o que não é exagero, pois ele ressignificou a arte da xilogravura, colocando as cenas cotidianas no centro de suas obras, elevando a prática da xilogravura para outro patamar perante as artes nacionais.

O velório do artista começou por volta das 13h no Centro de Artesanato, que fica localizado no município de Bezerros. O enterro será às 15h deste sábado (27), no Cemitério Parques dos Eucaliptos, no bairro Santo Amaro, também na cidade. Deixará um grande vazio na cultura pernambucana, cuja contribuição nesse cenário ficará marcada para sempre. Se vai o homem e fica o seu legado! ✨ 👏👏👏

#morrejborges 🖤
#lutoporjborges 🥀
#adeusjborges 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas para a postagem:

💻 Portal G1-Pernambuco e JC-On Line
📰 Jornais Folha de Pernambuco e Diário de Pernambuco

👉 Para saber mais sobre Ariano Suassuna, amigo de J. Borges, cujo falecimento completou 10 anos esta semana, acesse:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

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