quinta-feira, 21 de novembro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 21.11.24 - 101 Anos da Morte de Francisco Augusto Pereira da Costa

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😓🖤 Num dia como hoje, 21 de NOVEMBRO, há 101 anos, morria aos 72 anos, o jornalista, advogado, folclorista, político, escritor e historiador PEREIRA DA COSTA, autor dos célebres Anais Pernambucanos, a mais importante obra de pesquisa sobre os fatos da História pernambucana.

Francisco Augusto Pereira da Costa nasceu no dia 16 de dezembro de 1851, na antiga rua Bela, nº 10 (atualmente rua Uchôa Cintra, nº 40), bairro de Santo Antônio. Filho de Manuel Brandão Pereira Costa e Maria Augusta Pereira Costa, ele começou a trabalhar cedo, mal terminou o curso primário no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e aos 16 anos começou a trabalhar como funcionário de uma livraria na rua Imperatriz, onde tomou gosto pelos livros. Objeto que nunca mais abandonou.

Em 1871 Aos 20 anos, trabalhou como amanuense na repartição de Obras Públicas, depois na Conservação dos Portos, na Secretaria do Governo, Iniciou-se no jornalismo aos 21 anos colaborando com o jornal Diário de Pernambuco, do Recife, em 1872.

Em 1880 foi encarregado pelo Presidente da Província de coligir documentos para figurar na Exposição de História do Brasil, a realizar-se no Rio de Janeiro (dezembro, 1881); em 1886 apresentou relatório sobre a situação dos livros e documentos existentes nos mosteiros e conventos de Olinda e do Recife; em 1884 transferiu-se, por curto período, para a Província do Piauí onde passou a exercer as funções de Secretário Geral, atendendo convite do Governador F. Theodorico de Castro e Silva; integrou o Conselho Municipal do Recife, no período de 1884 a 1891. Foi também professor de colégios tradicionais, entre eles o Ginásio Pernambucano e o Liceu de Artes e Ofícios.

Ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde se tornou bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 20 de maio de 1891. Em 15 de dezembro de 1900, Pereira Costa ingressa na política sendo eleito pela primeira vez deputado estadual do 2º distrito, cargo que ocupou por oito legislaturas, vindo a falecer ainda no cargo em 21 de novembro de 1923.

Membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, recebeu o título de Sócio Benemérito. Segundo ele, o Instituto Arqueológico foi a sua escola, a sua tenda de trabalho onde encontrou grandes mestres.

Participou da fundação da Academia Pernambucana de Letras e atuou como membro em várias instituições brasileiras, como os Institutos Histórico e Geográfico de Alagoas, Ceará, Paraíba, Bahia e São Paulo.

Pereira da Costa é autor de obras indispensáveis para o conhecimento da história e da cultura pernambucana. O folclore, o vocabulário, os heróis – tudo o que diz respeito ao Estado foi pesquisado pelo autor. Como escritor, publicou 192 trabalhos, entre livros, periódicos e artigos.

Os “Anais Pernambucanos”, sua obra principal, foi publicada em 1951 (a segunda edição saiu entre 1983 e 1985) conta com cerca de cinco mil páginas que narram a história pernambucana de 1493 a 1850. Outras obras também tiveram grande destaque, como Folk-Lore Pernambucano, editado em 1974, e Vocábulos Pernambucanos, de 1976. "Enciclopediana Brasileira" (1889); "Dicionário Biográfico de Pernambucanos Célebres" (1882 e 1982).

Há diversas definições sobre Pereira da Costa, entretanto, a mais brilhante veio do punho do poeta João Cabral de Melo Neto, em seu poema A Pereira da Costa. "Quando no barco a linha da água era baixa, quase naufrágio, ele foi quem mais ajudou o Pernambuco necessário, porque com sua aplicação, não de artista, mas de operário, foi reunindo tudo, salvando tanto o perdido quanto o achado. Sem o sotaque de escritor, nem o demônio do missionário, só quis de pernambucania, ser simples professor primário".

A CEPE – Companhia Editora de Pernambuco – dentro das comemorações do centenário de falecimento de Pereira da Costa (2023) lançou duas obras organizadas pelo historiador e pesquisador Bruno Almeida: "Os bispos de Olinda (1676-1910)", que foi lançada ano passado e "Tempos de Jornal - Reminiscências histórico-pernambucanas", lançado neste ano, e que conta com a colaboração do saudoso Leonardo Dantas Silva, seu último trabalho antes de sua partida em 11/11/2023. Dos aspectos sociais a temas militares, passando por botânica, urbanismo, religião, folclore e cultura, nada escapou ao historiador e jornalista na série “Reminiscências histórico-pernambucanas”, cujos textos são inéditos no formato de livro.

Pereira da Costa é homenageado em vários lugares do Estado de Pernambuco. Seu nome é citado em nomes de ruas e avenidas, como por exemplo a rua Pereira da Costa, no bairro do Pina. Pelo menos duas escolas da rede pública estadual receberam seu nome: uma de Ensino Médio, a EREM Francisco Pereira Costa localizada em Iati, e a EREF Historiador Pereira da Costa, que fica em Jardim Maranguape, cidade do Paulista, na região metropolitana de Recife. Seu busto que ficava no Parque Treze de Maio, no centro de Recife, foi vandalizado e posteriormente roubado. Até hoje nenhuma autoridade se prontificou a recuperá-lo. Os restos mortais de Pereira da Costa descansam na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Boa Vista, que fica na rua da Conceição.

Francisco Augusto Pereira da Costa foi escolhido pelo professor e historiador José Ricardo de Souza como seu patrono na Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista, ocupando a cadeira de Nº 13 daquela instituição. Toda e qualquer homenagem é pouca aquele que pode ser considerado o maior historiador pernambucano de todos os tempos, como bem escreveu Oliveira Lima "O Mestre de Todos Nós". ❤️✨ 👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo de Souza 🖋 professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre o projeto Muita História pra Contar, digite na busca do Google: muita história pra contar professor José Ricardo.

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🔙 Fontes consultadas para a postagem:

📖✍️ HÉLIO, Mario. O Mestre de Todos Os Pernambucanos, “O mestre de todos nós” faz 150 anos , Recife, 📖✍️ Jornal do Commercio, 04.12.2000.
📖✍️ Pereira da Costa, Perfil Parlamentar em: Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
PEREIRA DA COSTA, F. A. Anais Pernambucanos, 1834 -1850. Recife: Fundarpe, 1985.

👉 Para saber mais sobre Amaro Quintas, José Ernani Mestrinho, e Leonardo Dantas, três grandes historiadores pernambucanos, acesse:

💻 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/03/hoje-na-historia-220321-110-anos-de.html

💻 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2022/07/hoje-na-historia-260722-3-anos-da-morte.html

💻 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2023/11/hoje-na-historia-111123-morre-o.html

🤝 Agradecimentos especiais ao historiador e pesquisador Bruno Almeida de Melo pelo material iconográfico e pelas sugestões no processo de elaboração do texto da postagem.

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