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💥💣 Num dia como hoje, 21 de fevereiro, há 202 anos começava na província de Pernambuco, um movimento rebelde liderado por Pedro da Silva Pedroso, também conhecido como o "Pardo do Recife", que na época ocupava o cargo de governador das armas, e que tinha como objetivo formar um governo em sua maioria formado por negros e pardos, com o abolicionismo como principal bandeira. O motim inspirou-se nas revoltas negras da população afro-americana do Haiti, que era uma colônia francesa de maioria afro-indígena, e entrou para a História com o nome de PEDROSADA.
Pedroso já havia participado da Revolução Pernambucana de 1817 como capitão e comandante da artilharia. Estava no Forte das Cinco Pontas quando o capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, desferiu o golpe de espada que atravessou o brigadeiro português Barbosa de Castro, em 6 de março de 1817. Ele tomou a espada ensanguentada e assumiu o comando do Regimento de Artilharia do Recife.
Suas posições eram demasiado radicais para a época: defendia a abolição imediata dos cativos escravizados e a radicalização da Revolução de 1817 por meio da violência contra seus opositores, o que lhe valeu o apelido de "Robespierre pernambucano". Com a derrota do movimento, Pedroso foi preso e enviado para a Bahia, onde sofreu na cadeia discriminação pela sua cor de pele. Dizia ele que: "os negros eram os primeiros a apanhar e os últimos a comer.
Apesar da anistia dada aos condenados de 1817, Pedro Pedroso permaneceu na cadeia, desta vez em Lisboa, acusado de mandar matar o coronel Aquino. Conseguiu o perdão e estava em Pernambuco em fevereiro de 1822, quando foi procurado por Antônio de Menezes Drummond, agente do ministro José Bonifácio, que conseguiu cooptar seu apoio para derrubar o então presidente de província Gervásio Pires Ferreira, substituindo-o por uma coalização de proprietários rurais vindos da oligarquia açucareira, chamada de Junta dos Matutos.
A Junta dos Matutos não atendeu às expectativas de Pedroso, que incitou uma quartelada com o 3º e 4º Batalhão de Milícias, os “Bravos da Pátria” e os “Montabrechas”, formados por negros e mulatos, respectivamente, e no dia 21 de fevereiro de 1823, forçando a Junta dos Matutos a retira-se para o Cabo. Aos gritos de "Marinheiros e caiados/Todos devem se acabar/Porque só pardos e pretos/O país hão de habitar" Pedroso conseguiu impor um regime rebelde e despótico por alguns dias, oito dias para ser mais preciso.
Sem apoio dos grandes latifundiários e contando apenas com as graças da população local mestiça, alforriada e/ou escravizada, a Pedrosada foi facilmente sufocada (um eufemismo para reprimida). E mais uma vez Pedroso vai parar no cárcere, desta vez no Rio de Janeiro. D. Pedro I ofereceu a ele uma anistia, mas com uma condição: voltar a Pernambuco para lutar contra seus antigos companheiros, que estavam lutando por uma república no movimento liderado por Manoel de Carvalho Paes de Andrade e Frei Caneca, conhecido como Confederação do Equador.
Pedro Pedroso é tido para alguns como um traidor, que se "vendeu" para garantir sua liberdade; enquanto que para outros ele foi um líder ousado e ambicioso, ao mesmo tempo estrategista e egocêntrico (ele chegou a reclamar para si o primeiro grito de independência do Brasil quando empunhou a espada ensanguentada em 6 de março). Controvérsias a parte, Pedroso é um personagem pouco lembrado nos livros de História, apesar de seu papel nas revoltas de 1817, 1823 e 1824. Terminou seus dias no Rio de Janeiro, onde morreu em 1849, de velhice, aos 79 anos. 😞😓😪😢😭
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Fontes consultadas para a postagem:
🖱️ Portal Multirio
🖱️ Perfil História em Retalhos
🖱️ Portal Impressões Rebeldes
🖱️ Blog Pernambuco, História e Personagens, do Diário de Pernambuco
👉 Para saber mais sobre A Confederação do Equador de 1824 e sobre Frei Caneca, acesse:
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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