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✝️ LUTO 😞 A cultura popular paulistense amanheceu hoje, 15 de maio, enlutada com a morte aos 80 anos, do cantor, compositor de Coco de Roda (música tradicional do Nordeste do Brasil), mestre griô reconhecido pelo Ministério da Cultura, contador de histórias, ZECA DO ROLETE, guardião da tradição oral nordestina. Conciliava a música com a venda de peças antigas e a restauração de rádios, paixão que cultivava por amor às histórias que cada objeto carregava. Zeca dedicou a vida a manter vivas as tradições orais, as sambadas e os pastoris.
A notícia de seu falecimento, na noite de ontem (dia 14) foi confirmada por meio das redes sociais de familiares e amigos. Nas plataformas digitais, fãs, artistas e admiradores prestaram homenagens a um homem que fez da arte sua missão de vida. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em Olinda em 8 de setembro de 1944 com o nome de José Galdino dos Santos, Zeca construiu sua história no bairro do Janga, em Paulista, onde criou o Grupo Coco de Roda Zeca do Rolete e fundou o espaço cultural que leva seu nome. Seu apelido “do Rolete” (cana-de-açúcar cortada em rodelas, espetadas em palitos) surgiu ainda na juventude, quando vendia roletes de cana-de-açúcar nas portas das escolas.
Desde a infância, influenciado pelo pai e pelo avô, mergulhou no universo do coco, ritmo marcado pelo batuque dos pés, palmas e versos improvisados. Foi no quintal de casa, entre rodas e tambores, que sua arte floresceu e conquistou gerações. Na década de 1980, Zeca mobilizava crianças e jovens de sua vizinhança em torno de um pastoril, onde ele encenava a figura do Véio.
Em 2005, participou do curta-metragem Vamo Batê o Coco, realizado por universitários de São Paulo e Recife. Três anos depois, participou, junto com outros mestres de Olinda, da coletânea Conquistas de Olinda na Prevenção das DST/AIDS, projeto social da Prefeitura de Olinda. Seu primeiro CD, lançado em 2011 com apoio do Funcultura, consolidou um trabalho de mais de cinco décadas dedicadas à cultura popular.
Nos shows, Zeca do Rolete era acompanhado por esposa, filhos e netos. Já se apresentou na Festa da Lavadeira, no São João do Paulista e de Olinda, no próprio Festival de Inverno de Garanhuns, além de Portugal e Espanha, na Europa. A participação em shows realizados nos dois países foi viabilizada através de uma iniciativa da gestão anterior do prefeito Yves Ribeiro, em Paulista.
Morador da comunidade do Tururu, no Janga (Paulista), há mais de 40 anos, ele transformou o bairro em um dos polos mais vibrantes de cultura popular da Região Metropolitana do Recife, onde criou o Grupo Coco de Roda Zeca do Rolete e fundou o espaço cultural que leva seu nome.
Ícone da cultura popular de Pernambuco e referência nacional do coco de roda, Zeca conquistou o título de “Comendador da Cultura Popular”. Em novembro de 2023, o mestre foi homenageado com a criação do “Festival Zeca do Rolete Massapê”, realizado no Tururu, com shows de mestres da cultura popular e exposição de peças de seu acervo pessoal.
No dia da consciência negra do ano passado (20/11), ele participou do podcast Pod Falar Paulista, onde foi entrevistado por Nena Cabral junto com a ex-vereadora Flávia Hellen e o professor e historiador José Ricardo. Foi sua última participação num podcast. Sua última grande aparição pública foi na abertura do Carnaval 2025, quando emocionou o público na orla do Janga.
Na vida pessoal, ele casou-se duas vezes e teve seis filhos. Em homenagem ao artista, falecido em 14 de maio de 2025, o prefeito de Paulista (PE), Severino Ramos, decretou luto oficial de três dias no município. Zeca do Rolete foi velado e sepultado no Campo Santo São José, em Paulista na tarde de hoje (15/05). Que suas memórias e canções permaneçam vivas em nossos corações, e que possamos homenagear seu legado com a mesma paixão que ele dedicou à sua música. ✨ 👏👏👏👏👏👏
#morrezecadorolete 🖤
#lutoporzecadorolete 🥀
#adeuszecadorolete 👋
🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
🎙 Assista à última entrevista concedida por Zeca do Rolete no Pod Falar PAULISTA, apresentado por Nena Cabral:
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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