Por José Ricardo de Souza*
Os Estados Unidos afirmam que atacaram hoje, dia 21 de junho de 2025, três bases nucleares iranianas, incluindo a usina de Fordow. A escalada militar atingiu nível crítico, com riscos reais de um conflito ainda maior no Oriente Médio. As hostilidades entre israelenses e iranianos chegaram a um nível de tensão nunca visto desde o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, fazendo com que o tabuleiro geopolítico do Oriente Médio ficasse cada vez mais confuso e emblemático. A disputa pela hegemonia entre Estado Judeu israelense e o Estado Teocrático Xiita dos Aiatolás iranianos na maior região produtora de petróleo do planeta é um retrato fiel de um conflito que atravessa décadas, ou melhor, séculos, cujas origens podem ser encontradas na Antiguidade.
A entrada dos Estados Unidos no conflito pode ser a chave que vai virar de vez os rumos da guerra. As cartas estão lançadas. De um lado, Israel conta com o apoio dos Estados Unidos, da maioria dos países europeus e dos países árabes, incluindo a Arábia Saudita. Do outro, o Irã tem o apoio da Rússia, do grupo libanês Hezbolla, e de forma mais velada da China, que compra o petróleo iraniano. O Conselho de Segurança da ONU, que já foi convocado, trabalha para encontrar uma solução diplomática para a crise, mas até agora, sem obter sucesso.
O futuro é incerto, o desfecho é imprevisível, a única certeza que temos é de que estamos a um pé de um conflito globalizado, um eufemismo para guerra mundial, desta vez com elementos nunca dantes vistos, como a inteligência artificial, os drones, a guerra cibernética, e a mobilização da opinião pública através das redes sociais. A História ensina que quando se mistura religião, poder, e sobrevivência tudo pode acontecer. Fiquemos atentos. O mar da História está mais agitado do que nunca, e as tempestades e procelas estão mais próximas do que se imagina.
* O autor da postagem é professor da rede pública estadual de ensino, historiador e pesquisador, e criador do projeto Muita História pra Contar. Membro honorário do IAHGP, vice-presidente do IHGAAP, e sócio-fundador da ALAP.
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