quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 02.02.22 - 25 Anos da Morte de Chico Science

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😓🖤 Chico Science sempre estará presente em minhas aulas, sejam de História ou de Geografia. Sua musicalidade carregada de influências regionais como como a embolada, o coco e o maracatu misturados ao rock, reggae, funk e hip hop, marcou a cena musical pernambucana nos anos 90 pela originalidade e genialidade. Francisco de Assis França Caldas Brandão era um menino pobre de Rio Doce, Olinda, que catava caranguejos no mangue para vender na feira.

E foi nos manguezais que cercam Olinda e Recife que Francisco de Assis França Caldas Brandão, seu nome de batismo, vai buscar sua inspiração para compor e cantar as mazelas sociais do povo ribeirinho. Tornou-se o mentor e principal articulador do movimento que se convencionou chamar de Mangue Beat, tendo inclusive redigido o manifesto "Caranguejos com cérebro", no qual expunha as propostas estéticas do movimento. No mesmo ano de 1991, formou na cidade de Olinda o grupo Chico Science & Nação Zumbi, o mais relevante da cena "Mangue Beat". A banda estreia em junho de 1991 em show no Espaço Oásis, em Olinda.

As músicas de Chico Science primam pelo inusitado, ele cita Josué de Castro em "Da Lama ao Caos", grita aos quatro ventos pela "Praieira", importante revolta liberal pernambucana em 1848, e alerta para o crescimento urbano com desigualdade social em "A Cidade". Cutuca a filosofia social com a provocação "que eu desorganizando posso me organizar" e avisa aos maus governantes que "um homem roubado nunca se engana", lições deixadas música "Da Lama ao Caos".

Chico Science deixou apenas dois discos gravados: Da Lama ao Caos (1994) e Afrociberdelia (1996) ambos com mais de 100.000 cópias vendidas (disco de ouro). Seus dois álbuns foram incluídos na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone. Em 1998, sai o CD duplo, que contém cinco faixas ao vivo com Chico Science, os artistas convidados Jorge Benjor, Falcão e Planet Hemp e músicas inéditas com vocal de Jorge Du Peixe, a nova voz do conjunto.

A carreira brilhante e meteórica do menino que pegava caranguejo e se inspirava no mangue terminou tragicamente no final de um domingo de 2 de fevereiro de 1997, há exatos 25 anos, quando o veículo que conduzia, um Fiat Uno Miller, perdeu o controle após receber um "tranca" e colidiu num poste, por ironia da vida (ou do destino) próximo ao manguezal do Memorial Arcoverde em Olinda.

Seu corpo foi enterrado no cemitério de Santo Amaro, com a presença de 10 mil pessoas. Em outubro de 2001, a Fiat foi condenada a pagar indenização à família do músico, devido ao constatado defeito no cinto de segurança do automóvel. No ano de 2016 foi lançado o documentário "Caranguejo Elétrico", produzido pelo jornalista e produtor Ricardo Carvalho (em uma coprodução da Produtora RTV e Globo Filmes), com direção de José Eduardo Miglioli e direção executiva de Carol Carvalho.

No ano de 2019 começaram as filmagens de um longa-metragem sobre sua vida e obra, produzido por Denis Feijão (Elixir Entretenimentos), com auxílio de Louise Taynã, filha do cantor. Em 2007, quando completaria 40 anos, Chico Science recebeu como homenagem uma estátua sua, na rua da Moeda no Recife Antigo, berço da efervescência do movimento mangue-beat. Chico Science morreu aos 30 anos de idade, sua obra, porém é atemporal e imortal como o Estado de Pernambuco que ele valorizou tanto em suas canções. Valeu Chico, valeu caranguejo pensante! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

🖱️ Enciclopedia Itaú Cultural
🖱️ Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (versão web)

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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