quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 02.02.22 - 90 Anos do Homem da Meia Noite

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🎉🥳 Num dia como hoje, 2 de fevereiro, há 90 anos, nascia em Olinda, o Clube Carnavalesco de Alegoria e Crítica O HOMEM DA MEIA NOITE, bloco carnavalesco, troça e uma das mais antigas agremiações a circular nas ladeiras do Sítio Histórico de Olinda, conhecida pelo boneco gigante mais famoso do carnaval pernambucano. A sede do bloco ficava na Rua do Amparo, nº 31. Atualmente localiza-se em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Bairro do Bonsucesso, no sitio histórico de Olinda. Alguns colocam como dia de fundação do clube o dia 7 de janeiro, e o do nascimento do calunga, como sendo o dia 2 de fevereiro, dia que as religiões de matriz-afro celebram Iemanjá.

O bloco surgiu a partir de uma dissidência da Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense, responsável pela abertura do carnaval olidense. O pintor de paredes Luciano Anacleto de Queiroz; Benedito Bernardino da Silva; o carpinteiro Sebastião da Silva; os encadernadores Cosme José dos Santos e Heliodoro Pereira da Silva, e o sapateiro Manoel Joaquim dos Santos (Neco Monstro) juntaram-se e fundaram a agremiação que deveria desfilar exatamente à meia-noite do sábado de Zé Pereira para o domingo de Momo, justamente para desbancar o Cariri.

Desde então o bloco abre o carnaval de Olinda, e tendo reconciliado-se com o Cariri Olindense, entrega-lhe as chaves da cidade após o seu desfile horas depois. Seu hino, tanto a letra quanto a música, são de autoria do mestre Bernardino da Silva.

Em 1931 e 1932 a troça não contou com alegorias, apenas com o seu estandarte, bordado com um relógio marcando doze horas, e o boneco gigante. Um incêndio no quintal de um dos diretores do clube, na década de 1940, teria destruído o famoso Don Juan gigante, e o boneco teve que ser refeito. Alguns acreditam que partes do atual sejam remanescentes do boneco original. O Clube desfilou sem interrupções até 1949, mas devido principalmente a problemas financeiros não desfilou de 1950 a 1953, retornando em 1954 com destinação de recursos da prefeitura.

O Calunga d'O homem da Meia-Noite foi criado por Benedito Bernardino da Silva, marceneiro e entalhador e pelo pintor de paredes Luciano Anacleto de Queiroz. Conta-se que Luciano, um apaixonado pela sétima arte, foi ao cinema assistir o filme “O ladrão da meia-noite”, que conta a história de um ladrão de classe, que saía de um relógio sempre à meia-noite, cada dia de um lugar diferente, causando pânico na cidade. Impressionado com o personagem do filme, Anacleto resolveu homenageá-lo ao criar Homem da Meia Noite.

Outra versão sugere que Benedito estava na calçada de casa quando um homem alto, forte, elegante, de roupa verde e branca, chapéu preto e dente de ouro na boca passou e fez um aceno. Ele viu essa figura outras vezes, resolveu segui-la um dia e descobriu que era um Don Juan, que pulava a janela das donzelas para namorar. E foi inspirado nela que ele compôs o personagem do Homem da Meia Noite.

O Homem da Meia-Noite é uma espécie de calunga, um personagem místico do candomblé, presente no maracatu nação ou de baque virado. Tem um sorriso com um dente de ouro, traje um terno verde ou um terno branco e uma cartola branca. Carrega no braço um relógio que sempre marca o horário da meia-noite. Pesa quase 50 quilos, com 3,50 m de altura. Durante 57 anos, O Homem da Meia-Noite foi carregado pela mesma pessoa, o bonequeiro Cidinho, que suportava o peso de quase 50 quilos e o o calor no interior da roupa de gigante, na qual a temperatura vai além dos 40°C. Desde 1989, esse posto foi assumido por Pedro Garrido.

Os filhos do casal mais famoso do carnaval olindense são O Menino da Tarde, criado em 1974, também por João das Máscaras, e A Menina da Tarde, confeccionada por Sílvio Botelho. Apesar de menino, seus trajes são de um homem adulto e a menina vem como uma boneca vaidosa que sempre sai no carnaval de roupa nova.

O Homem da Meia Noite é Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2006. Por conta da pandemia, dos casos de influenza aumentando no Estado, e do cancelamento do carnaval de rua, não haverá desfile, mas o Clube convidou todos os apaixonados pelo calunga a fazerem suas homenagens nas redes sociais no dia de hoje. Mais que um símbolo do carnaval olindense, o Homem da Meia Noite é uma síntese fiel do carnaval olindense, que entre becos, ruas e vielas, carregadas de misticismo e religiosidade, com suas igrejas centenárias e terreiros de Candomblé, misturam a religiosidade popular com a alegria do folião pernambucano. Salve o Homem da Meia Noite! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas 📰 Jornal do Commércio e Diário de Pernambuco, e Wikipedia.

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