sábado, 21 de maio de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 4 Anos do Início da Greve dos Caminhoneiros de 2018

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💪👊 Num dia como hoje, 21 de maio, há 4 anos começou a maior greve de caminhoneiros já feita no Brasil, e durante 10 dias os caminhoneiros suspenderam suas atividades colapsando toda uma cadeia produtiva, que ficou sem receber alimentos, medicamentos e combustíveis. Filas a perder de vista se formavam nos postos de combustíveis e vários estabelecimentos comerciais e indústrias tiveram que fechar as portas durante o protesto.

A paralisação levou o nome de Crise do Diesel mediante os constantes reajustes de preços que o combustível, essencial para o abastecimento dos caminhões sofria na época. A categoria dos motoristas de caminhão reivindicava a redução dos preços do diesel, isenção de pedágio de eixos suspensos, a aprovação do projeto de Lei 528/15 (para criar uma política de preços mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas) e a criação de um marco regulatório para os caminhoneiros.

A articulação do movimento se deu principalmente através de aplicativos de mensagens e redes sociais. A liderança ficou num primeiro momento dispersa e descentralizada, até que Wallace Landim, conhecido como Chorão tomou as rédeas dos acontecimentos. O Brasil parou, estradas foram bloqueadas, protestos e mais protestos, nenhum caminhão rodava, mesmo aqueles não aceitavam a greve. Alguns membros do movimento paredista aderiram à pautas político-partidárias como o combate à corrupção e defesa do retorno do regime militar, além de acenarem à grupos de direita que flertavam com ataques à democracia, o que fragilizou a paralisação.

A greve dos caminhoneiros começou numa segunda-feira dia e durou 10 dias e teve fim quando o então presidente Michel Temer autorizou as forças armadas e a Polícia Federal para desbloquear as rodovias e punir quem se colocasse contra. Acaba assim a maior greve dos caminhoneiros da História do Brasil.

Os reflexos para a economia após os 10 dias de paralisação foram desastrosos. Os maiores prejuízos se deram nos setores alimentícios e da pecuária. A população teve que se sujeitar a ficar horas em longas filas para conseguir abastecer seu veículo. Sem combustível suficiente, até empresas de transporte público pararam ou limitaram sua frota nas ruas.

A situação dos caminhoneiros piorou nos últimos anos. Há quatro anos atrás com o salário-mínimo de R$ 954,00 era possível abastecer os caminhões com 216 litros de diesel, pois a média do litro do diesel estava em R$ 4,41. Fazendo os mesmos cálculos para hoje temos: um salário-mínimo de R$ 1212,00, com o preço do diesel custando R$ 7,81, só se consegue abastecer com 155 litros de diesel, ou seja, 28% a menos! Uma nova greve tentou ser articulada para o dia 1° de fevereiro de 2022, mas sem sucesso.

A greve dos caminhoneiros de 2018 comprovou a dependência do modal rodoviário para a circulação de pessoas e mercadorias no território brasileiro. Um meio de transporte mais caro e que transporta menos pessoas e cargas do que seu principal concorrente: o modal ferroviário, que foi desprezado desde os tempos de Juscelino Kubitschek. A máxima da categoria de que "sem caminhão, o Brasil para" continua eloquente e verdadeira. Como estava escrito num dos cartazes no protesto: "se o agricultor não planta, a cidade não almoça e janta; se o caminhoneiro não transporta, o comércio fecha as portas"... 😮😨😱

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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