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😓🖤 Num dia como hoje, 12 de junho, há 205 anos, era executado em Salvador (Bahia), DOMINGOS JOSÉ MARTINS, um dos mártires da REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817. Junto com MARIA TEODORA DA COSTA, formaram o casal mais revolucionário da História Colonial brasileira. Ele, um mazombo, filho dos nativos da terra, e ela, filha de portugueses, logo um romance que parecia impossível, ainda mais naquela época onde portugueses e brasileiros se estranhavam em contendas chamadas de "mata marinheiro", e os recifenses chamavam os lusos de "pés-de-chumbo".
Domingos José Martins, nasceu no dia 9 de maio de 1781 na Fazenda Caxangá, em Itapemirim, onde hoje se localiza o município de Marataízes (Espírito Santo). Filho do militar Joaquim José Martins e de Joana Luiza de Santa Clara Martins, que tiveram mais sete filhos. Casou-se com Maria Teodora da Costa poucos dias antes de seu fuzilamento. Ela era filha de Bento da Costa, comerciante, capitalista e traficante de escravos, e um dos três homens mais ricos de Pernambuco. O romance entre os dois ficou oculto durante quatro anos.
Quando chegou ao Recife em 1813, Domingos Martins tinha apenas interesses comerciais, mas suas aspirações libertárias logo viriam a tona quando ele começou a participar das reuniões da Maçonaria, junto com Antônio Gonçalves Cruz (Cabugá), Domingos Teotônio Jorge, e os religiosos João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (padre Roma) e Miguel Joaquim de Almeida e Castro (frei Miguelinho). A participação dos religiosos, a maioria oriunda do Seminário de Olinda, foi tão forte que a revolta ficou conhecida como Revolução dos Padres.
O levante começou em 6 de março de 1817 quando José de Barros Lima (Leão Coroado) matou a golpes de espada o brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de Castro encarregado de prendê-lo a mando do governador Caetano Pinto Montenegro. A nova República instaurada pelos pernambucanos tinha Constituição própria, liberdade religiosa, bandeira (a mesma que é usada até hoje, mudando apenas o número de estrelas, três na original) e forte sentimento de regionalidade, basta lembrar que nas missas as hóstias de trigo foram substituídas por hóstias de mandioca e o vinho por aguardente. Os revolucionários pretendiam até mesmo ir à ilha de Santa Helena e libertar Napoleão Bonaparte.
As contradições entre libertar os escravos ou manter a estrutura escravista que sustentava os engenhos fragilizou o movimento. Sem o apoio dos grandes senhores de engenho, a República pernambucana não vingaria por muito tempo. Domingos Martins decidiu jogar a última cartada contra os legalistas de D. João e com um pequeno séquito seguiu para a Bahia. Sua inexperiência no campo militar (Martins sempre foi um comerciante) fez com que a coluna sob seu comando fosse surpreendida ao cruzar o riacho Merepe, em Porto de Galinhas no dia 12 de maio de 1817, onde foi preso e enviado à Bahia. Domingos Martins foi fuzilado em 12 de junho de 1817, no Campo da Pólvora, hoje conhecido como Campo dos Mártires, em Salvador. Suas últimas palavras, ante o pelotão de fuzilamento, foram "Viva a Liber...".
Em 1916, quando da criação do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, ele foi alçado à condição de herói capixaba e patrono desta instituição, em um momento da história do Brasil, no qual o surgimento de mitos e símbolos foi importante para legitimar o regime republicano. Martins representa para o Espírito Santo o que Tiradentes representa para Minas Gerais.
Hoje, Domingos Martins é nome de rua, no Recife, e de cidade, no Espírito Santo. E em 2009 foi inscrito no “Livro dos Heróis da Pátria”, através de projeto do deputado federal Maurício Rands. O escritor Paulo Santos de Oliveira imortalizou ele em sua obra "A Noiva da Revolução", que serviu de roteiro para o filme "1817 - A Revolução Esquecida" de Tizuka Yamasaki, disponível no Youtube. 🎥🎞️📺
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
👉 Para saber mais sobre a Revolução Pernambucana de 1817, acesse:
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