domingo, 30 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 4 Anos da Morte de Beth Carvalho

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😓🖤 Num dia como hoje, 30 de abril, há 4 anos, o samba brasileiro se despedia de sua madrinha: BETH CARVALHO, que morreu no Hospital Pró-Cardíaco Rio, no Rio de Janeiro, aos 72 anos, após uma infecção generalizada. Além de cantora, ela também foi , compositora, instrumentista, professora de música. Foi Beth quem ajudando a revelar nomes como Luiz Carlos da Vila, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz e Bezerra da Silva. Graças à formação política recebida de seus pais, Beth Carvalho também foi uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais brasileiros.

Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu na cidade de Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1946, filha de João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair Santos, de quem ganhou um violão, e decidiu após isso seguir carreira musical. A família de Beth tinha raízes musicais: sua Avó, Ressú, tocava Bandolim e Violão; sua mãe tocava piano clássico, e sua irmã Vânia cantava e gravou discos de samba. Beth fez Balé por toda infância e na adolescência estudou Violão, numa Escola de Música. Seguindo essa área, se tornou professora de Música e passou a dar aulas em Escolas Locais.

Beth morou em vários bairros do Rio e seu pai a levava com regularidade aos ensaios das Escolas e Rodas de Samba, onde ela dançava em apresentações nas festas e reuniões musicais com seus amigos. Assim, na década de 1960, surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada por tudo isso e pela Bossa Nova, gênero musical que passou a gostar depois de ouvir João Gilberto, passando a compor e a cantar.

Ela se tornou conhecida nacionalmente após conquistar a terceira colocação no FIC de 1968 com a canção “Andança”, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi. A canção deu nome ao seu primeiro LP, lançado no ano seguinte.
A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano, emplacando diversos sucessos, como “1.800 Colinas”, “Saco de Feijão”, “Olho por Olho", "Coisinha do Pai" e “Vou Festejar”. Também realizou importantes parcerias com grandes nomes do samba, como Nelson Cavaquinho, em “Folhas Secas” e Cartola com “As Rosas Não Falam”, em 1976.

Beth Carvalho representou o Brasil no festival Olimpíada Mundial da Canção, em Atenas, na Grécia, onde se apresentou em um teatro de arena construído há 400 anos a.C. e recebeu um busto em homenagem à sua apresentação. A cantora também passou por outros inúmeros países europeus, como Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Áustria e Suíça. Também se apresentou em diversas cidades dos Estados Unidos, como no renomado Carnegie Hall, em Nova York, e na Universidade de Harvard, em Boston.

Os palcos da América do Sul também receberam os shows da cantora, que passou por países como Uruguai e Argentina. Beth ainda se apresentou em algumas cidades africanas, como Johannesburgo, Lobito, Luanda e Soweto.
Apesar de nunca ter se apresentado no Japão, Beth vendeu milhares de CDs no país e sua carreira musical faz parte do currículo da Faculdade de Música de Kyoto.

Sua música chegou até ao espaço, quando a engenheira brasileira da NASA, Jacqueline Lyra, programou a canção “Coisinha do Pai”, grande sucesso do repertório de Beth, para “acordar” o robô que explorava Marte, em 1997. Ao longo dos seus 50 anos de carreira, Beth Carvalho lançou 34 discos e cinco DVDs; já recebeu seis Prêmios Sharp, 17 Discos de Ouro, nove de Platina, dois DVDs de Platina, além de centenas de troféus e premiações.

Beth sempre esteve também, durante toda a sua trajetória de vida, na linha de frente de todas as lutas sociais. Foi filiada ao PDT e apoiou Brizola e Lula em todas as eleições das quais participaram. Simpatizante do chavismo, chegou a prestar solidariedade à revolução bolivariana na TV venezuelana em um programa comandado por Hugo Chávez no ano de 2004. Também apoiou as candidaturas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e foi ferrenha opositora ao golpe que derrubou a ex-presidente em 2016. Dedicou-se ainda à defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, em uma de suas últimas atividades políticas, engajou-se no Movimento Lula Livre, participando inclusive, em julho de 2018 de um festival que pedia a liberdade do presidente.

Em 2010, Beth Carvalho sofreu uma fissura no sacro, osso localizado na base da coluna vertebral. O problema foi agravado por uma neuropatia. O problema na coluna foi provocado por uma artrose no fêmur que fazia com que a cantora andasse mancando, causando uma fissura. Devido a esse problema, Beth passou a se apresentar deitada em uma cama, sem poder nem sentar ou andar. Em uma das últimas semanas no Hospital, teve uma infecção pulmonar em decorrência de uma infecção num cateter, precisando ser internada no CTI. A madrinha do samba não resistiu às complicações de uma infecção generalizada e faleceu no dia 30 de abril de 2019.

A obra de Beth Carvalho é singular, ímpar e atemporal. Seus sambas versam sobre as amarguras e esperanças de um povo cansado de ser explorado, mas ao mesmo tempo, esperançoso de dias melhores que virão, mas que pedem união e articulação dos excluídos. O samba do morro que ela soube tão bem popularizar é o mesmo que hoje eterniza Beth nas centenas de canções que ainda hoje embalam as rodas de samba e os pagodes da periferia. Mais uma estrela que brilhou na terra e que hoje certamente deve brilhar nos píncaros do céu! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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