quarta-feira, 26 de julho de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 26.07.23 - 93 Anos do Assassinato de João Pessoa

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😓🖤 Num dia como hoje, 26 de julho, há 93 anos, um crime passional mudaria os destinos de um país. Estamos falando do assassinato de JOÃO PESSOA, num sábado, por volta das 16 horas e 45 minutos, assassinado com 3 tiros por João Duarte Dantas, advogado e jornalista, e também seu adversário político, na Confeitaria Glória, localizada na rua Nova, centro do Recife, capital pernambucana. Seu assassinato foi um marco na política brasileira contribuindo para o início da Revolução de 1930. O assassinato de João Pessoa motivou, a queda das oligarquias regionais e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, encerrando a República Velha (1889-1930).

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque nasceu em 24 de janeiro de 1878, na cidade de Umbuzeiro, Paraíba. Era sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa e sobrinho-neto do barão de Lucena. Ele é considerado um dos mais importantes políticos brasileiros na primeira metade do século XX, exercendo vários cargos, dentre eles foi ministro do Superior Tribunal Militar e presidente do Estado da Paraíba (cargo que corresponde ao atual governador) no mandato de 1928 a 1930).

Durante seu governo, entre os anos de 1928 e 1930, João Pessoa promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa, instituiu a tributação sobre o comércio entre o interior paraibano e o porto de Recife, medida que gerou descontentamento entre os fazendeiros do interior. Defensores de João Pessoa alegam que ele combateu as oligarquias locais e era contrário aos interesses de grupos tradicionais, embora sua origem fosse de família de oligarcas. 

Nas eleições presidenciais de 1930, foi candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, chamada de Aliança Liberal – composta por membros das oligarquias mineira e gaúcha – que fazia oposição à chapa governista, encabeçada por Júlio Prestes, que tinha apoio do P.R.P. (Partido Republicano Paulista) que representava as oligarquias paulistas. A Aliança Liberal saiu derrotada das eleições, que deram vitória ao paulista Júlio Prestes, mas um fato inusitado mudaria os rumos da História.

Um apartamento de João Dantas, localizado num sobrado da então Rua Direita, 519, bem no centro da capital e próximo do palácio onde trabalhava João Pessoa, foi invadido por elementos da polícia em 10 de julho de 1930, supostamente a mando de João Pessoa (embora isso nunca tenha sido confirmado), que culminou com a publicação nos jornais da capital do Estado da Paraíba de cartas íntimas trocadas com a professora e poeta Anayde Beiriz. Apesar de ambos serem solteiros e noivos, a publicação do teor das cartas chocou a tradicional e conservadora sociedade paraibana.

O assassinato provocou forte comoção no país. Os líderes da Aliança Liberal trasladaram o corpo para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado em meio a grande manifestação popular. Após o assassinato, João Dantas foi detido com seu cunhado Augusto Caldas, que era inocente, na Casa de Detenção do Recife (atual Casa da Cultura), onde foram chacinados por oito homens que participavam da Revolução em 6 de outubro de 1930, no início da Revolução de 1930. A versão oficial indicou suicídio. Com a prisão de João Dantas, Anayde Beiriz refugiou-se na casa de auxílio Bom Pastor, no Recife, onde também faleceu sobre circunstâncias pouco esclarecidas até hoje. A versão mais difundida é que ela suicidou-se, ingerindo veneno.

A TV Assembleia da Paraíba produziu em 0000 o documentário “João Pessoa: da revolução à vida”, com depoimentos de historiadores e de membros das famílias Pessoa e Dantas (disponível no Youtube). O homicídio também é citado no filme "Parahyba Mulher Macho" (BRA/1983) dirigido por Tizuka Yamazaki, baseado no livro Anayde Beiriz, Paixão e Morte na Revolução de 30 de José Joffily.
 
Em setembro de 1930, a capital paraibana, até então denominada cidade da Parahyba (nome dado desde o século XVII – o primeiro nome foi Felipeia de Nossa Senhora das Neves ) foi rebatizada com o nome de João Pessoa. A bandeira da Paraíba foi modificada para as cores preto, simbolizando luto e vermelho, uma referência à sangue com a palavra nego (do verbo negar), lembrando da negativa de João Pessoa em apoiar Júlio Prestes.

Sem a morte de João Pessoa, dificilmente Getúlio Vargas teria ascendido à presidência da República. A vitória de Vargas na Revolução de 1930 assinalou um novo período na República brasileira: a Era Vargas, marcada por amibiguidades como a legalização dos direitos trabalhistas na Constituição de 1934 e a instauração de uma ditadura em 1937 com prisões e perseguições a opositores. 😠💣😤

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

📺 Canal History Channel Brasil
🗄 Acervo da Folha de São Paulo
🖱 Site do CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil.

👉 Para saber mais sobre o assassinato de João Pessoa e a Revolução de 1930:



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