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😓🖤 Na véspera do dia de Santos Reis, justamente quando se comemoram vários folguedos populares e folclóricos que encerram o ciclo natalino, como a queima da lapinha, por exemplo, se despediu da vida uma das maiores expressões da cultura paulistense, a primeira cirandeira do país, um ícone da cultura que aos 98 anos fez sua passagem. Estamos falando de DONA DUDA, que apesar de ser natural de Jaboatão, chegou e se estabeleceu na praia do Janga em Paulista, Pernambuco, desde a década de 40 do século passado.
Vitalina Alberta de Souza Paz nasceu em 16 de abril de 1923, mas ela mesma escolheu, aos 8 anos, ser chamada apenas de "Duda", “Se me chamasse por outro, eu não respondia”, revelou ela em entrevista. Aos 19 anos ela viu pela primeira vez o mar, e foi uma paixão à primeira vista. E do mar veio a inspiração para compor as primeiras cirandas, que ao longo de sua carreira artística chegou a mais de 200 composições, dentre elas "Essa Ciranda quem me deu foi Lia", atribuída a Teca Calazans, mas que segundo revelou a própria Dona Duda em seu livro biográfico escrito pela cantora Cylene Araújo, é de autoria dela também, e este não é o único caso.
A ciranda de Dona Duda nasceu sem grandes pretensões, era mais uma forma de distrair e entreter os filhos dos pescadores. Aos poucos a comunidade foi se envolvendo com a brincadeira, o que atraiu a atenção de turistas do Brasil e do mundo. A dança de roda desenvolvida em volta do Bar Cobiçado, aberto por ela em 1969, ganhou notoriedade e popularidade. Amigos como Bajado se juntaram a Dona Duda, ele mesmo fez questão de pintar as paredes do Bar Cobiçado. Com o sucesso do bar e da ciranda em 1970 a EMETUR – Empresa Metropolitana de Turismo - do Recife credenciou eles como destino de viagem em publicações do aeroporto.
Dona Duda escreveu seu nome nas páginas da história cultura de Paulista e do Estado de Pernambuco. A primeira cirandeira do Brasil foi homenageada em 1972 como destaque no programa televisivo Você Faz o Show, apresentado por Fernando Castelão na TV Jornal. Na 20ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) cujo tema foi a ciranda, realizada em 2019, ela foi uma das homenageadas, junto com Mestre Baracho e Lia de Itamaracá.
A Prefeitura da Cidade do Paulista homenageou-a no carnaval de 2013 e ano passado ela foi a vez da Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) homenageá-la no dia 10 de maio, instituído como o "dia estadual da ciranda", por ser a data de nascimento do mestre Baracho. Nesse dia foi lançado o documentário “Dona Duda da Ciranda”, disponível no canal do youtube da FUNDAJ, com depoimentos dela e homenagens de vários artistas pernambucanos. A cantora Cylene Araújo é autora de "Dona Duda, a primeira cirandeira do Brasil", obra biográfica que conta desde a infância pobre em Jaboatão até chegar ao estrelado no meio cultural pernambucano.
A saúde debilitada desde 1976, quando teve retirar a tireoide devido a um tumor, tirou Dona Duda dos palcos e a fez deixar de cantar. Jaqueline de Souza, sua neta, deu continuidade à ciranda junto com músicos da região. Aos 98 anos, Dona Duda não resistiu à um câncer de pulmão e faleceu na noite de ontem, dia 5 de janeiro de 2022. Seu velório e sepultamento estão marcados para amanhã, dia 7, no Cemitério Parque das Flores. Artistas e autoridades deixaram notas de pesar pela morte da cirandeira. A partida de Dona Duda deixou uma lacuna inestimável para a cultura pernambucana. Seu legado, no entando, não será esquecido. 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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