quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 06.01.22 - 187 Anos do Início da Revolta da Cabanagem

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👊🏼 A Cabanagem foi a principal revolta popular que estourou no Grão-Pará (que incluía todos os atuais Estados da região Norte, com exceção do Acre e Tocantins) durante o período regencial (1831-1840), motivada principalmente pela situação de miserabilidade das populações ribeirinhas que moravam em cabanas. A revolta estourou depois da morte do cônego João Batista Campos. Ameaçado após sucessivas brigas públicas com o presidente da província Bernardo Lobo de Souza, ele fugiu da cidade no fim de 1834. Uma infecção no rosto provocada por um acidente com uma lâmina de barbear matou o religioso enquanto ele estava foragido. Para os cabanos, a culpa era do presidente.

Os principais líderes foram o militar Félix Clemente Malcher, os irmãos Antônio, Francisco e Pedro Vinagre, todos lavradores; os jornalistas cearenses Eduardo Francisco Nogueira, apelidado de Angelim, e Vicente Ferrera Lavor, apelidado como Papagaio. Os cabanos conseguiram tomar a cidade de Belém no dia 7 de janeiro de 1835, um dia antes aproveitando-se da festa de Santos Reis assassinaram Bernardo Lobo. Félix Malcher foi empossado como o novo presidente da província, mas nem por isso cessaram-se as hostilidades na capital. O clima de instabilidade política, aliado às divergências internas entre os próprios revoltosos, dividiu o movimento que acabou enfraquecendo.

O governo cabano nasceu de uma culminância de movimentos formados ao longo dos anos anteriores. Félix Malcher, simpático ao Império, foi chamado de traidor e assassinado em meio à disputa de poder com o comandante de armas, Antônio Vinagre. Antes de completar 45 dias o governo cabano já tinha um novo chefe: Francisco Vinagre, irmão de Antônio, que mais tarde seria substituído por Eduardo Angelim em agosto de 1835. Diogo Antônio Feijó, então regente do império, manda reprimir violentamente o movimento em fevereiro de 1836, nomeando o brigadeiro Francisco José de Sousa Saores de Andrea como o novo presidente da província. O cerco à cidade de Belém deixou a situação insustentável. Destruída pelos combates, enfrentou epidemias de varíola, cólera e beribéri. A população passava fome. A cidade ficou cercada por escunas e fragatas ligadas ao Império, onde se instalaram políticos e militares foragidos.

Belém capitulou em outubro de 1836, mas a guerra continuou por mais três anos pelo interior da província. Até hoje não se sabem quantos foram mortos durante a revolta, mas estipula-se que tenha chegado à aproximadamente 30000 pessoas (cerca de 30% da população local). No fim da revolta, Belém só tinha mulheres, crianças e idosos. Em 1850, o Império desmembrou a província do Grão-Pará, criando a província do Amazonas. Em homenagem aos 150 anos do movimento Cabano, foi erguido um monumento projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na entrada da cidade de Belém: o Memorial da Cabanagem, inaugurado em 1985, mas que foi fechado em 1997 e reinaugurado em 2019. Mesmo sangrenta, a Cabanagem foi o mais bem-sucedido levante popular brasileiro. 🪓👊🏼🔪👊🏼🗡️

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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