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⚰️✝️😭 Num dia como hoje, 27 de janeiro, há exatamente 10 anos, centenas de jovens compareceram à festa “Agromerados” na BOATE KISS. A grande maioria, estudantes universitários dos cursos de agronomia, medicina veterinária, zootecnia, pedagogia, técnico em agronegócio e técnico em alimentos das principais faculdades da cidade de Santa Maria, localizada na região central do Rio Grande do Sul. Estima-se que de quinhentas a mil pessoas estavam na boate naquela noite, número muito acima do que seria considerado seguro.
Eram aproximadamente três horas da madrugada de domingo, quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acendeu um sinalizador de uso externo para soltar faíscas. Essas acabaram atingindo o teto da boate, incendiando a espuma de isolamento acústico, iniciando o incêndio. Em poucos minutos, uma densa fumaça preta tomou conta de toda a boate.
Quando as pessoas correram em direção à saída, os seguranças pensavam se tratar de uma briga ou que os clientes da boate estavam tentando sair sem pagar as comandas e, por isso, inicialmente, não deixaram as pessoas escaparem pela única porta que havia na boate. Uma grande parte das vítimas confundiu a porta do banheiro com portas de emergência. Infelizmente, não havia saída pelos banheiros, onde a maior parte dos corpos foi encontrada.
A boate não possuía saídas de emergências, tampouco sinalização adequada. Isso, somado à densa fumaça preta que logo tomou conta do local, levou muitas pessoas a tentarem fugir pelas janelas do banheiro. Perto do palco, a temperatura chegava aos 300 graus.
Quando se fala em um incêndio de grandes proporções, imagina-se, logicamente, que a maior parte das vítimas tenha falecido em decorrência do fogo. No caso do Boate Kiss, estima-se que a causa da morte da maioria das vítimas tenha sido intoxicação por cianeto. As vítimas da boate Kiss morreram entre 3 e 5 minutos após o incêndio ter começado. O monóxido de carbono gerado pelo fogo associado ao cianeto potencializou ainda mais o efeito do envenenamento. A Boate Kiss, na noite de 27 de janeiro de 2013, transformou-se em uma câmara de gás do século XXI.
Das 242 vítimas fatais, 235 morreram no dia do incêndio, e 7 morreram nos meses seguintes após atendimento hospitalar. O número de feridos chegou a mais de 600 pessoas. A tragédia escancarou a fragilidade nos critérios de segurança em casas noturnas e exigiu uma resposta dos legisladores. Em 2017, entrou em vigor uma nova lei federal, conhecida como Lei Kiss. O texto estabeleceu normas mais rígidas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos de reunião de público em todo território nacional.
Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Somente em 10 de dezembro de 2021, no foro central de Porto Alegre, realizou-se o jurí do Caso Boate Kiss. Os Quatro réus, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, sócio da boate Kiss, o também sócio, Mauro Londero Hoffmann, além do vocalista da banda gurizada fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e o auxiliar da banda Luciano Augusto Bonilha Leão; foram condenados.
Após a leitura da sentença, a defesa de Kiko apresentou um habeas corpus pedindo que ele não fosse preso. O juiz acatou o pedido e estendeu o habeas corpus aos demais. Assim, nenhum deles ficou preso. Porém após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), eles foram presos, cumpriram assim a determinação do Júri. Após cerca de oito meses, em uma decisão no dia 03 de agosto de 2022, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) acolheu parte dos recursos das defesas e anulou o júri que condenou os quatro réus do caso da Boate Kiss. Com isso desde a anulação do Júri, os réus estão em liberdade.
Dentro do processo 19 pessoas, entre bombeiros e ex-sócios da boate, foram acusadas por crimes como falsidade ideológica e negligência. Outras 27 pessoas foram denunciadas por falsidade ideológica, porque assinaram documento dizendo morar a menos de 100 metros da boate, o que foi comprovado como mentira.
Duas produções revisitando o caso da Boate Kiss estrearam ontem, dia 26 de janeiro, nos streamings: "Todo Dia a Mesma Noite", na Netflix; e "Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria", na Globoplay. Dirigida por Julia Rezende, "Todo Dia a Mesma Noite" é inspirada em livro de mesmo nome escrito por Daniela Arbex (lançado em 2018), que é também é autora de "Holocausto Brasileiro". Com a direção de Marcelo Canellas, que é natural de Santa Maria, "Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria" preferiu focar na luta por justiça protagonizada por familiares das vítimas.
Dez anos depois a dor dos que perderam seus entequeridos e dos que ficaram com sequelas físicas e psicológicas após o incêndio se somam à indignação pela impunidade que cerca o caso, uma verdadeira tragédia anunciada, que poderia ter sido evitada se a Boate Kiss tivesse seguido os protocolos de segurança exigidos pela legislação vigente. Uma lição da qual não podemos esquecer, e por isso deixamos aqui este triste e doloroso relato. 😞😓😪😢😭
#10anosdoincendionaboatekiss
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#grandesincendiosnobrasil
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋 professor e historiador.
📖 Fontes consultadas:
📰 Agência Brasil
💻 Portais G1, R7, e UOL
🖱️ Blog da Faculdade Volpe Miele
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⏳#muitahistoriapracontar⌛
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