sexta-feira, 4 de agosto de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 04.08.23 - 445 Anos da Morte de Dom Sebastião, o Desejado

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😓🖤 Num dia como hoje, 4 de agosto, há 445 anos, morria na batalha de Alcácer-Quibir (Marrocos), o rei de Portugal d. SEBASTIÃO. Ele era filho de d. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, e de sua mulher, d. Joana da Áustria, e neto do rei d. João III de Portugal. Como ele não tinha filhos, foi sucedido por seu tio-avô, o cardeal d. Henrique, que faleceu dois anos depois. O trono vago criou uma disputa sucessória que levaria à União Ibérica, com Portugal sendo governado pelos reis da Espanha da dinastia felipina durante 60 anos (1580 a 1640).

Dom Sebastião nasceu em 20 de janeiro de 1554 e governou de 1557 até 1578. Ele era filho de d. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, e de sua mulher, d. Joana da Áustria, e neto do rei d. João III de Portugal, que morreu 18 dias antes dele nascer e não tinha filhos, portanto durante 18 dias o trono português ficou sem um herdeiro direto. E todos desejaram ardentemente que a criança que estava para nascer fosse um menino para dar continuidade à dinastia de Avis no trono de Portugal. E, então, no dia de São Sebastião, nasceu o "Desejado", que recebeu o nome do santo.

O avô de d. Sebastião morreu três anos depois, em 1557, deixando o trono para o neto. Como d. Sebastião ainda era criança, a sua avó, a rainha d. Catarina, se tornou regente do reino, e depois esse cargo foi assumido pelo cardeal d. Henrique, tio-avô do jovem herdeiro. Isso durou até d. Sebastião chegar aos 14 anos e assumir o trono, em 1568.

Dez anos depois, em 4 de agosto de 1578, ele desapareceu durante a batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos, durante a sua luta contra os mouros. Ele era solteiro e sem filhos. O trono de Portugal passou ao seu tio-avô, o cardeal d. Henrique. A morte do último rei da dinastia de Avis levou a uma disputa pelo trono português, que acabou sendo assumido pelos reis da Espanha.

Após sua morte, como o corpo nunca foi encontrado, criou-se um mito alimentado dos dois lados do oceano Atlântico: o Sebastianismo, segundo o qual d. Sebastião não havia morrido e que regressaria como redentor dos portugueses, restaurando a autonomia da coroa. Esse movimento apareceu tanto em Portugal quanto no Brasil.

No Brasil, o mito do sebastianismo se desenvolveu no Nordeste no século XIX, unindo o fanatismo religioso à demandas sociais, e inspirou diversas manifestações, a mais conhecida delas o movimento dirigido por Antônio Conselheiro, em Canudos, na Bahia, às margens do rio Vaza-Barris.

Muito antes de Canudos, um desses levantes sebastianistas despontou em 1835 no lugarejo de Pedra Bonita, no sertão de Pernambuco, durante o Período Regencial. Com um imperador que ainda era jovem demais para reinar, d. Pedro II, o povo do sertão começou a se recordar das histórias de um rei que lutou pelo seu povo e voltaria para libertá-lo: d. Sebastião. João Antônio dos Santos, morador de Vila Bela (Pernambuco), disse que havia visto o rei e que ele prometera retornar para tirar o povo da pobreza.

Ele fundou em Pedra Bonita o Reino Encantado de Pedra Bonita, que chegou a ter 300 seguidores. Em 1838, o novo líder, João Ferreira, decidiu que era o momento de d. Sebastião desencantar, requerendo o sacrifício de fiéis. De 14 a 18 de maio, quase 90 pessoas morreram, entre sebastianistas e policiais que assaltaram o local. Algumas foram sacrificadas, sem que d. Sebastião retornasse. Esse episódio inspirou “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, lançado por Ariano Suassuna em 1971.

Coincidentemente, no Brasil acontecia no mesmo dia, mês e ano da morte (ou desaparecimento) de d. Sebastião, nova uma divisão das terras foi efetuada na colônia brasileira, agora dividada em dois governos: ao Norte (Salvador) a cargo de Luís de Brito e Almeida e ao Sul (Rio de Janeiro) com Antônio Salema.

Conta-se que, ao ser aconselhado a render-se, e a entregar a sua espada aos vencedores, d. Sebastião, ter-se-ia recusado com altivez, dizendo: "A liberdade real só há-de perder-se com a vida", e completado com o brado famoso que até hoje é lembrados pelos seus compatriotas lusitanos: "Morrer sim, mas devagar!" 👑 😞😓😥😢😭 ⚰

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre a Batalha de Alcácer-Quibir:


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