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💣 Durante anos, negros fugitivos da escravidão escolheram a região da serra da Barriga, no interior de Alagoas, para formarem comunidades autônomas que se transformaram no maior quilombo da história brasileira: PALMARES! A ocupação da região é anterior à chegada dos holandeses no nordeste (1597), mas aumentou muito após a invasão, pois os negros se valeram da desorganização dos engenhos provocada pelas guerras. Ao todo onze aldeias formavam o quilombo, distribuídas entre os territórios de Alagoas e Pernambuco, sendo a dos Macacos a principal delas. Além negros fugidos, a população palmarina também era formada por indígenas perseguidos e brancos pobres. A sociedade estava dividida hierarquicamente em castas e o poder era exercido por descendentes da realeza africana, sendo que Palmares teve dois reis: Ganga-Zumba e Zumbi. A principal atividade econômica era a agricultura de subsistência, embora também praticassem a criação de galinhas e porcos e dominassem a metalurgia. Palmares sempre representou uma ameaça aos colonizadores brancos, seja porque atraísse novas revoltas e fugas de escravos, seja porque se consolidava como um Estado negro dentro do projeto colonial europeu nas Américas. As tentativas de dispersá-lo foram muitas, quinze ao todo, mas apenas a última conseguiu seu intento. A posição estratégica de Palmares, alinhada à táticas de guerrilha e ao amplo conhecimento do território ocupado garantiram aos palmarinos o sucesso na defesa do quilombo durante mais de um século. Coube ao bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, contratado pelo governador de Pernambuco João da Cunha Souto Maior em março de 1687, a tarefa de destruir o quilombo. O exército trazido pelo bandeirante era composto por mais de mil homens, incluindo colonos, indígenas e mestiços. Foi nesse contingente que veio Manoel Alves de Moraes Navarro que comprou do coronel Francisco Berenguer o Engenho Paratibe de Baixo, e que era chamado de "o paulista", expressão da qual originou o nome da cidade de Paulista, na região metropolitana de Recife (dizia-se na época: "vou para o Engenho do Paulista" ou "venho do Engenho Paulista"). A conquista da aldeia do Macaco se deu no dia 5 de fevereiro de 1694 após uma épica batalha na qual mais de 400 negros morreram, inclusive as tropas de Jorge Velho usaram até mesmo de canhões para derrubar a pequena cidadela. Zumbi dos Palmares conseguiu fugir, mas foi traído e morto em 22 de novembro de 1695. A região onde ficava o Quilombo dos Palmares foi transformada num parque memorial em 2007. A memória de Zumbi, Ganga Zumba, Dandada e Aqualtune são lembradas até hoje como símbolos de luta e resistência contra a escravidão, o racismo e a violência que atinge os afrodescendentes. 👊🏾 ⛓️💪🏾
#327anosdaquedadepalmares
#historiadaresistencianegranobrasil
🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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