domingo, 30 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 4 Anos da Morte de Beth Carvalho

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😓🖤 Num dia como hoje, 30 de abril, há 4 anos, o samba brasileiro se despedia de sua madrinha: BETH CARVALHO, que morreu no Hospital Pró-Cardíaco Rio, no Rio de Janeiro, aos 72 anos, após uma infecção generalizada. Além de cantora, ela também foi , compositora, instrumentista, professora de música. Foi Beth quem ajudando a revelar nomes como Luiz Carlos da Vila, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz e Bezerra da Silva. Graças à formação política recebida de seus pais, Beth Carvalho também foi uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais brasileiros.

Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu na cidade de Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1946, filha de João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair Santos, de quem ganhou um violão, e decidiu após isso seguir carreira musical. A família de Beth tinha raízes musicais: sua Avó, Ressú, tocava Bandolim e Violão; sua mãe tocava piano clássico, e sua irmã Vânia cantava e gravou discos de samba. Beth fez Balé por toda infância e na adolescência estudou Violão, numa Escola de Música. Seguindo essa área, se tornou professora de Música e passou a dar aulas em Escolas Locais.

Beth morou em vários bairros do Rio e seu pai a levava com regularidade aos ensaios das Escolas e Rodas de Samba, onde ela dançava em apresentações nas festas e reuniões musicais com seus amigos. Assim, na década de 1960, surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada por tudo isso e pela Bossa Nova, gênero musical que passou a gostar depois de ouvir João Gilberto, passando a compor e a cantar.

Ela se tornou conhecida nacionalmente após conquistar a terceira colocação no FIC de 1968 com a canção “Andança”, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi. A canção deu nome ao seu primeiro LP, lançado no ano seguinte.
A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano, emplacando diversos sucessos, como “1.800 Colinas”, “Saco de Feijão”, “Olho por Olho", "Coisinha do Pai" e “Vou Festejar”. Também realizou importantes parcerias com grandes nomes do samba, como Nelson Cavaquinho, em “Folhas Secas” e Cartola com “As Rosas Não Falam”, em 1976.

Beth Carvalho representou o Brasil no festival Olimpíada Mundial da Canção, em Atenas, na Grécia, onde se apresentou em um teatro de arena construído há 400 anos a.C. e recebeu um busto em homenagem à sua apresentação. A cantora também passou por outros inúmeros países europeus, como Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Áustria e Suíça. Também se apresentou em diversas cidades dos Estados Unidos, como no renomado Carnegie Hall, em Nova York, e na Universidade de Harvard, em Boston.

Os palcos da América do Sul também receberam os shows da cantora, que passou por países como Uruguai e Argentina. Beth ainda se apresentou em algumas cidades africanas, como Johannesburgo, Lobito, Luanda e Soweto.
Apesar de nunca ter se apresentado no Japão, Beth vendeu milhares de CDs no país e sua carreira musical faz parte do currículo da Faculdade de Música de Kyoto.

Sua música chegou até ao espaço, quando a engenheira brasileira da NASA, Jacqueline Lyra, programou a canção “Coisinha do Pai”, grande sucesso do repertório de Beth, para “acordar” o robô que explorava Marte, em 1997. Ao longo dos seus 50 anos de carreira, Beth Carvalho lançou 34 discos e cinco DVDs; já recebeu seis Prêmios Sharp, 17 Discos de Ouro, nove de Platina, dois DVDs de Platina, além de centenas de troféus e premiações.

Beth sempre esteve também, durante toda a sua trajetória de vida, na linha de frente de todas as lutas sociais. Foi filiada ao PDT e apoiou Brizola e Lula em todas as eleições das quais participaram. Simpatizante do chavismo, chegou a prestar solidariedade à revolução bolivariana na TV venezuelana em um programa comandado por Hugo Chávez no ano de 2004. Também apoiou as candidaturas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e foi ferrenha opositora ao golpe que derrubou a ex-presidente em 2016. Dedicou-se ainda à defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, em uma de suas últimas atividades políticas, engajou-se no Movimento Lula Livre, participando inclusive, em julho de 2018 de um festival que pedia a liberdade do presidente.

Em 2010, Beth Carvalho sofreu uma fissura no sacro, osso localizado na base da coluna vertebral. O problema foi agravado por uma neuropatia. O problema na coluna foi provocado por uma artrose no fêmur que fazia com que a cantora andasse mancando, causando uma fissura. Devido a esse problema, Beth passou a se apresentar deitada em uma cama, sem poder nem sentar ou andar. Em uma das últimas semanas no Hospital, teve uma infecção pulmonar em decorrência de uma infecção num cateter, precisando ser internada no CTI. A madrinha do samba não resistiu às complicações de uma infecção generalizada e faleceu no dia 30 de abril de 2019.

A obra de Beth Carvalho é singular, ímpar e atemporal. Seus sambas versam sobre as amarguras e esperanças de um povo cansado de ser explorado, mas ao mesmo tempo, esperançoso de dias melhores que virão, mas que pedem união e articulação dos excluídos. O samba do morro que ela soube tão bem popularizar é o mesmo que hoje eterniza Beth nas centenas de canções que ainda hoje embalam as rodas de samba e os pagodes da periferia. Mais uma estrela que brilhou na terra e que hoje certamente deve brilhar nos píncaros do céu! 👏👏👏👏👏👏

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quarta-feira, 26 de abril de 2023

☢️🏭💥 POSTAGENS SOBRE ACIDENTES NUCLEARES 🔥🛢️☢️

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🚒 Nos 37 anos do acidente nuclear na usina de Chernobyl na Ucrânia (completados hoje, dia 26 de abril de 2023), apresentamos todas as postagens já feitas sobre acidentes nucleares já postadas no projeto Muita História pra Contar, a primeira rede de disseminação de conhecimento histórico que publica simultaneamente nas principais redes sociais. Quem quiser acessar as postagens, basta clicar nos links abaixo:





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terça-feira, 25 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 25.04.23 - 49 Anos da Revolução dos Cravos

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O dia 25 de abril marca um dos eventos mais importantes da história de Portugal, que ocorreu em 1974. Conhecido como REVOLUÇÃO DOS CRAVOS ou Revolução de 25 de Abril, o movimento eclodiu a partir do profundo descontentamento com o regime ditatorial do Estado Novo de Antônio de Oliveira Salazar, vigente desde 1933.

O Estado Novo português se consolidou em um contexto de ascensão do fascimo e de regimes totalitários, marcados por figuras como Adolf Hitler na Alemanha, Benito Mussolini na Itália e Francisco Franco na Espanha. O fim da Segunda Guerra Mundial promove o fim dos governos de Hitler e Mussolini, mas os de Franco e Salazar não sofreram intervenção externa e se mantiveram até a década de 1970.

A Revolução de 25 de Abril depôs Salazar e deu início à implantação de um regime democrático no país. Foi liderada por um vasto grupo, composto por civis, exilados, políticos, artistas, intelectuais, profissionais do próprio Estado ditatorial e, diferentemente da maioria das revoluções, militares. Os militares, em sua maioria capitães ligados à esquerda portuguesa, se revoltaram contra as guerras de independência nas colônias portuguesas na África.

Foi um evento revolucionário que resultou em muitas transformações políticas, econômicas e sociais em Portugal, mas também teve repercussões internacionais. No Brasil, além de promover uma porta de ação para a militância no exílio, foi um símbolo de esperança em meio à ditadura militar brasileira, vigente desde 1964. Portugal hoje é membro da União Europeia e tenta equilibrar sua economia. 🇵🇹🌸🇵🇹

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HOJE NA HISTÓRIA - 25.04.23 - 248 Anos do Nascimento de Carlota Joaquina

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👊💄👠 É injusto citar D. João VI no processo de emancipação política do Brasil, sem mencionar sua esposa: CARLOTA JOAQUINA, ou melhor Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bourbon, filha da princesa Maria Luisa de Parma, esposa do príncipe das Astúrias, Carlos, filho do rei Carlos III. E teve a sorte de ter o primeiro filho do casal que sobreviveu à infância. As expectativas para que fossem um garoto eram muito grandes, mas veio ao mundo uma pequena infanta, batizada de Carlota, em homenagem ao pai e ao avô. Embora as mulheres não estivessem excluídas da linha de sucessão ao trono espanhol, o nascimento de uma garota antes de um herdeiro varão sempre constituía alguma frustração para os pais da criança.

Com apenas 10 anos, ela teve seu casamento arranjado com o futuro Dom João VI. Em 1807, quando Portugal foi invadido, o casal veio ao Brasil e durante governo do rei no Brasil, Carlota mostrou muito de sua conturbada personalidade. Com a Revolução do Porto em 1820, D. João VI decidiu retornar para Portugal com sua família real e sentindo que sua morte estava próxima, nomeou um conselho de regência para sua sucessão, presidido por sua filha Isabel Maria de Bragança. Assim, Carlota Joaquina estava fora da linha sucessória, algo inédito na história.

Carlota retirou-se da vida pública após tentar emplacar D. Miguel, seu preterido, como o novo rei de Portugal – quem ficou mesmo com o trono foi D. Maria da Glória, filha de D. Pedro I. Ela permaneceu rejeitada em seu retiro no Palácio de Queluz até o fim de seus dias, sem dinheiro para manter a casa e seu vestuário. Era a sombra da brilhante infanta que encantava os membros de nova família com sua espontaneidade e inteligência, ou da princesa imperiosa, que sonhou em se tornar rainha do Prata... Teria ela se matado? Os boatos da época afirmavam que ela havia misturado chá com arsênico, embora o laudo médico diga que foi devido a uma “doença no útero”, provavelmente câncer. D. Carlota veio a óbito no dia 7 de janeiro de 1830, poucos meses antes de completar 55 anos de idade. E seu nascimento completa hoje, 25 de abril de 2023, 248 anos.

A cineasta Carla Camurati a retratou estereotipadamente no seu filme "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (BRA, 1995) com a brilhante Marieta Severo como protagonista. Longe dos atributos maldosos a seu respeito, Carlota Joaquina tinha um temperamento diferenciado em relação às demais rainhas de seu tempo. Foi ousada, decidida, imperiosa, e obstinada. Não quis ficar apenas à sombra do esposo, D. João VI. Talvez por isso seja ao mesmo tempo amada e odiada, porém nunca esquecida. Quem sabe algum dia se resgate o papel dela no conturbado processo que deu origem ao rompimento do Brasil com Portugal. 👸⚜️👑

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terça-feira, 18 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 18.04.23 - Morre o Historiador Boris Fausto

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✝️ LUTO 🖤 Morreu, nesta terça (18), em São Paulo, aos 92 anos, o historiador BORIS FAUSTO. Professor aposentado de ciências políticas na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Boris Fausto, marcou a historiografia brasileira com o  livro "A Revolução de 30", lançado em 1976 pela editora Brasiliense, que provocou uma mudança nas análises da história política brasileira sobre o tenentismo e o fim da República Velha.

Filho de imigrantes judeus, Boris Fausto nasceu em 8 de dezembro de 1930 e cresceu ouvindo que o conhecimento é algo que ninguém tira, que você leva para onde for. E foi misturando o conselho dos pais com a paixão pela história do Brasil e pelas pequenas histórias do povo, que ele e se tornou um dos mais importantes intelectuais do país.

"Eu me lembro daquela frase: o importante é a educação. Eu estava no Brasil e queria ser brasileiro", dizia o historiador. Autor de inteligência notável e gentileza contagiante, Fausto inspirou e ainda inspira toda uma geração de estudiosos da História não apenas no Brasil, mas também no mundo.

Boris Fausto se formou em Direito pela Universidade de São Paulo em 1953. Trabalhou como consultor jurídico da universidade por 10 anos até que a insatisfação com o ofício o levou à formação em História. Chegou a ser preso em 1969 pela militância em pequenos partidos de esquerda, dizia que com a maturidade, se afastou da militância, e se tornou um ardoroso defensor da democracia. Boris classificou o ex-governo Bolsonaro como 'espantoso' e 'sem paralelos' na história republicana brasileira.

Boris Fausto escreveu mais de 30 livros. O primeiro, "A Revolução de 1930", foi publicado em 1969 e se tornou um clássico. Foi também o organizador de "História geral da civilização brasileira" (com Sérgio Buarque de Hollanda).

Foram muitos prêmios, muitos alunos formados, numa vida longa e fértil que Boris Fausto não queria que acabasse. “Vou fazer uma citação, do Elias Canetti. Ele disse: eu tenho ódio da morte. Vou lutar até o fim contra ela, embora eu saiba que eu vou perder”, disse Boris Fausto em uma entrevista. 😞😓😥😢😭

#morreborisfausto
#lutoporborisfausto
#adeusborisfausto

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HOJE NA HISTÓRIA - 18.04.23 - 150 Anos da Convenção Republicana de Itu

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🙋‍♂️📜  Num dia como hoje, 18 de abril, há exatamente 150 anos a oligarquia cafeeira paulista se reuniu na cidade de Itu, interior paulista na primeira convenção oficial do movimento republicano brasileiro. Foi nessa convenção realizada no casarão dos Almeida Prado que nasceu o poderoso P.R.P. - Partido Republicano Paulista, organização político-partidária que agregou entre suas fileiras nomes importantes do processo histórico que resultou na queda da Monarquia e proclamação da República brasileira em 15 de novembro de 1889.

Os representantes desta reunião estavam insatisfeitos com a situação do Brasil Império e, a partir daí, decidiram iniciar uma campanha para que o país se tornasse República. Neste dia participaram 133 convencionais de 17 cidades paulistas e dois do Rio de Janeiro. Dali então, surgia o primeiro partido republicano, que era verdadeiramente organizado, e que logo após se aliaria aos futuros partidos republicanos fluminense e mineiro, assim como aos militares e à Igreja Católica, o que resultaria na Proclamação da República.

Após a proclamação da República, o Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro se revezaram no poder, dando origem à chamada República do Café-com-Leite, também chamada de República Oligárquica, que durou de 1894 a 1930.

O Partido Republicano Paulista elegeu todos os presidentes do Estado de São Paulo na República Velha e elegeu 6 presidentes da República – Campos Salles (1898), Rodrigues Alves (1902 e 1918), Washington Luís (1922) e Júlio Prestes (1930) – , embora dois deles não tomaram posse: Rodrigues Alves quando reeleito em 1918 não chegou a tomar posse por ter falecido e Júlio Prestes por causa da Revolução de 1930. Washington Luís foi deposto em 1930. O P.R.P. foi extinto em 2 de dezembro de 1937, no Estado Novo. Após 50 anos, em 1923, o sobrado da família Almeida Prado, onde foi realizada a Convenção de Itu, foi transformado no Museu Republicano de Itu. ☕🏫🌿

#150anosdaconvencaodeitu
#historiadarepublicabrasileira
#quedadamonarquia

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domingo, 16 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 16.04.23 - Centenário do Nascimento de Dona Duda Cirandeira

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🎂👏 Num dia como hoje, 16 de abril, há exatamente 100 anos, nascia em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, Vitalina Alberta de Souza Paz, mas ela mesma escolheu, aos 8 anos, ser chamada apenas de "Duda", e anos mais tarde se tornaria DONA DUDA, uma das maiores expressões da cultura paulistense, a primeira cirandeira do país, um ícone da cultura popular.

Dona Duda chegou e se estabeleceu na praia do Janga em Paulista, desde a década de 40 do século passado. Aos 19 anos ela viu pela primeira vez o mar, e foi uma paixão à primeira vista. E do mar veio a inspiração para compor as primeiras cirandas, que ao longo de sua carreira artística chegou a mais de 200 composições, dentre elas "Essa Ciranda quem me deu foi Lia", atribuída a Teca Calazans, mas que segundo revelou a própria Dona Duda em seu livro biográfico escrito pela cantora Cylene Araújo, é de autoria dela também, e este não é o único caso.

A ciranda de Dona Duda nasceu sem grandes pretensões, era mais uma forma de distrair e entreter os filhos dos pescadores. Aos poucos a comunidade foi se envolvendo com a brincadeira, o que atraiu a atenção de turistas do Brasil e do mundo. A dança de roda desenvolvida em volta do Bar Cobiçado, aberto por ela em 1969, ganhou notoriedade e popularidade. Amigos como Bajado se juntaram a Dona Duda, ele mesmo fez questão de pintar as paredes do Bar Cobiçado. Com o sucesso do bar e da ciranda em 1970 a EMETUR – Empresa Metropolitana de Turismo do Recife – credenciou eles como destino de viagem em publicações do aeroporto.

Dona Duda escreveu seu nome nas páginas da história cultura de Paulista e do Estado de Pernambuco. A primeira cirandeira do Brasil foi homenageada em 1972 como destaque no programa televisivo Você Faz o Show, apresentado por Fernando Castelão na TV Jornal. Na 20ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) cujo tema foi a ciranda, realizada em 2019, ela foi uma das homenageadas, junto com Mestre Baracho e Lia de Itamaracá.

A Prefeitura da Cidade do Paulista homenageou-a no carnaval de 2013 e ano passado ela foi a vez da Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) homenageá-la no dia 10 de maio, instituído como o "dia estadual da ciranda", por ser a data de nascimento do mestre Baracho. Nesse dia foi lançado o documentário “Dona Duda da Ciranda”, disponível no canal do youtube da FUNDAJ, com depoimentos dela e homenagens de vários artistas pernambucanos. A cantora Cylene Araújo é autora de "Dona Duda, a primeira cirandeira do Brasil", obra biográfica que conta desde a infância pobre em Jaboatão até chegar ao estrelado no meio cultural pernambucano.

A saúde debilitada desde 1976, quando teve retirar a tireoide devido a um tumor, tirou Dona Duda dos palcos e a fez deixar de cantar. Jaqueline de Souza, sua neta, deu continuidade à ciranda junto com músicos da região. Dona Duda não resistiu à um câncer de pulmão e faleceu em 5 de janeiro de 2022, véspera do Dia de Santos Reis. Ela foi velada e sepultada no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. Artistas e autoridades deixaram notas de pesar pela morte da cirandeira. A partida de Dona Duda deixou uma lacuna inestimável para a cultura pernambucana. Seu legado, no entando, não será esquecido. 👏👏👏👏👏👏

#100anosdonascimentodedonaduda
#historiadaculturapaulistense
#vivadonadudacirandeira

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👉 Para saber mais sobre Aurinha do Coco, que também faleceu em janeiro de 2022, acesse:


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segunda-feira, 10 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 10.04.23 - Paulista Funda seu Instituto Histórico/Geográfico, Arqueológico/Antropológico

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🙋‍♂️🙋🏿‍♀️ Com a presença de representantes da sociedade civil, da classe política, estudantes e profissionais liberais, foi fundado hoje, 10 de abril de 2023 o Instituto Histórico/Geográfico, Arqueológico/Antropológico do Paulista - IHGAAP, numa assembleia realizada nas dependências do auditório da Secretaria de Saúde da Cidade do Paulista. A iniciativa partiu do historiador Ricardo Andrade, fundador do Movimento Pró-Museu, que há 16 anos atua na defesa da conservação do patrimônio artístico, histórico e cultural da cidade com campanhas, atos públicos (como os abraços à Igreja de Santa Isabel e à Casa-Grande dos Lundgrens) e em parceira com Igrejas e outras organizações da sociedade civil, como a Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista - ALAP.

O IHGAAP vem fortalecer ainda mais a luta do Movimento Pró-Museu somando esforços para conscientizar a sociedade e os governantes a respeito da pauta da preservação histórico-patrimonial paulistense, que vem sendo relegada a um segundo plano nas últimas gestões. Com uma composição bem diversificada, formada em sua maioria por historiadores, o Instituto conta também com arqueológos, arquitetos, restauradores, turismológos, bibliotecários, documentaristas e demais profissionais que cuidam e lidam com a causa histórica. A nova instituição pretende ir ao encontro da sociedade para debater e pautar soluções para aumentar o zelo e o cuidado com o patrimônio histórico da cidade.

O IHGAAP conta com quatro órgãos internos, quatro comissões administrativas (que vão sersar sobre o patrimônio material, imaterial, questões paisagisticas, e arqueológicas) um conselho fiscal e um presidente de honra, que é o padre Renato Maia SJC, um baluarte da defesa da História paulistense. A atual presidência está ocupada por Ricardo Andrade, tendo como vice o restaurador e técnico da Fundarpe Roberto Carneiro, seguido pela escritora e poetisa Bernadete Serpa. Ainda deverão ser definidos os dias e locais de reunião, para que as pessoas interessadas possam também participar desta iniciativa. ⏳❤️⌛

#institutoshistoricos
#historialocal
#historiadepaulista

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domingo, 2 de abril de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 02.04.23 - 40 Anos da Morte de Clara Nunes

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😓🖤 Num dia como hoje, 2 de abril, há exatamente 40 anos o Brasil perdia CLARA NUNES, a mais brasileira de todas as cantoras da geração pós Carmen Miranda. Pouquíssimos artistas souberam encarnar tão profundamente a alma do povo brasileiro e dar voz à nossa cultura popular. Muito mais do que a genial intérprete de sambas, motivo principal de sua fama, Clara pesquisou e registrou diversos ritmos do nosso país, do ijexá ao baião. Seu canto era mestiço, de três raças, como versava uma de suas mais célebres e emocionantes gravações.

Clara Francisca Gonçalves nasceu em Paraopeba, Minas Gerais, em 12 de agosto de 1942. Filha de Ogum com lansã, divulgadora das crenças afro-brasileiras, plantou em nosso imaginário a marca dos Orixás e da espiritualidade tradicional. Pensar em Clara Nunes é pensar numa artista que encarnou o espírito coletivo do povo brasileiro. Clara foi casada de 1975, até a sua morte, com o compositor e poeta Paulo César Pinheiro, passando a assinar Clara Francisca Gonçalves Pinheiro. Perdeu três filhos, não deixando herdeiros.

Clara Nunes foi a mais autêntica cantora de sua geração e, com isso, quebrou o tabu de que mulher não vendia discos e se tornou a maior vendedora de sua época. Era a única cantora que tinha uma data oficial para lançamento de seus discos, que já saíam de fabrica com um mínimo de 600 mil copias vendidas. Foi a primeira cantora a comprar o seu próprio teatro, o Teatro Clara Nunes, um dos mais tradicionais espaços culturais do Rio de Janeiro. Ganhou o mundo e se tornou sucesso internacional, inclusive no fechado mercado fonográfico japonês, onde era venerada como uma verdadeira deusa.

Cantou todos os estilos musicais brasileiros. E muito bem! Foi uma das maiores vozes dos que não tinham voz durante a Ditadura Militar no Brasil, liderando shows, junto a Chico Buarque e gravando muita música de protesto. Uma mulher que além de fisicamente exuberante, de tão linda, era inteligentíssima e muito a seu tempo. Bibi Ferreira dizia que Clara tinha a chamada voz perfeita, na qual graves, agudos e médios eram idênticos em qualidade sonora. Era um dos maiores ídolos de Elis Regina e até hoje serve de escola e inspiração para uma legião de artistas.

Clara Nunes foi e continua sendo respeitadíssima no meio artístico. É a cantora mais homenageada da história da MPB e, até hoje, um verdadeiro mito para milhares de fãs que não a deixam ser esquecida. Que no dia de hoje, sejamos inspirados por aquela presença luminosa que a Guerreira, como era conhecida, nos transmitia e que sigamos seu exemplo de amor por nossa identidade. Saravá! 

#40anosdamortedeclaranunes
#historiadamusicapopularbrasileira
#saudadesdeclaranunes

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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