terça-feira, 30 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 30.08.22 - Morre Mikhail Gorbachev

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😓🖤O mundo se despediu hoje de um dos últimos grandes líderes mundiais do século XX. Morreu em Moscou, o último líder da extinta União Soviética, MIKHAIL GORBACHEV, aos 91 anos, um dos principais responsáveis pelo fim da Guerra Fria e da União Soviética. "Mikhail Sergeevich Gorbatchov morreu esta noite após uma doença grave e prolongada", disse o responsável do Hospital Clínico Central. O óbito foi confirmado por agências de notícias russas, mas as causas não foram divulgadas.

Ao contrário dos seus antecessores, que enviaram tanques para esmagar protestos populares, recusou-se a utilizar a força contra os manifestantes pró-democracia que inundaram o bloco soviético no ano de 1989. Esses mesmos protestos haveriam de motivar as aspirações da autonomia de 15 repúblicas soviéticas, entre as quais a Ucrânia. Os dois anos seguintes acabariam por culminar no colapso da União Soviética. O seu papel no final da Guerra Fria justificou a atribuição do Prémio Nobel da Paz, em 15 de Outubro de 1990.

Mikhail Sergeyevich Gorbachev nasceu em 2 de março de 1931 em Stravropol, na Rússia, filho de uma família de imigrantes russo-ucranianos. Ele perdeu duas irmãs e um tio durante um período de fome no país em 1933. Seus pais eram agricultores e ele ajudou-os no sustento durante a adolescência.

Ele foi o oitavo e último líder da União Soviética, chefe de Estado do país de 1988 a 1991, na posição de Presidente do Presidium do Soviete Supremo de 1988 a 1989, Presidente do Soviete Supremo de 1989 a 1990 e Presidente da União Soviética de 1990 a 1991 (além de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991). Ideologicamente, sua identificação inicial era com os ideais marxistas-leninistas, tendo, entretanto, no início da década de 1990, se inclinado à social-democracia.

Foi o responsável pela retirada dos mísseis nucleares intermediários na Europa, pela democratização da URSS e do Leste Europeu. Sua decisão de não intervir para salvar o governo comunista da Alemanha Oriental – como aconteceu na Hungria em 1956 e na Tchecoslováquia em 1968 – levou à queda do Muro de Berlim e à implosão dos regimes stalinistas do Leste Europeu, em 1989. Mas ele não conseguiu impedir o desmembramento do império soviético, o que provocou uma tentativa de golpe de Estado e levou à extinção da própria União Soviética em 1991.

O plano da glasnost de Gorbachev dizia respeito à abertura política, dando maior liberdade ao o povo soviético. A glasnost eliminou os vestígios remanescentes da repressão stalinista, como a proibição de livros. Os jornais também podiam criticar o governo e outros partidos que não o Partido Comunista podiam participar das eleições.

Já a Perestroika foi o plano de Gorbachev para a reestruturação econômica. Sob ele, a União Soviética começou a se mover em direção a um sistema comunista-capitalista híbrido, muito parecido com a China moderna. O comitê de formulação de políticas do Partido Comunista, chamado Politburo, ainda controlaria a direção da economia, no entanto, o governo permitiria que as forças do mercado ditassem algumas decisões de produção e desenvolvimento.

As reformas políticas de Gorbatchev introduziram eleições para o Soviete Supremo e comitês regionais, o término da perseguição a dissidentes, a remoção da censura na mídia e em trabalhos culturais. Nos países ocidentais, Gorbachev é amplamente conhecido como o homem que acabou com a Guerra Fria, a disputa entre os blocos capitalista, liderado pelos EUA, e comunista, encabeçado pela URSS, mas muitos russos o acusavam de ter iniciado ousadas reformas de aberturas no estado que levaram ao colapso soviético.

No dia de natal de 1991, em cerimônia transmitida por satélite para o mundo inteiro, Gorbachev, que estava há 6 anos no poder renunciou à presidência do país. Com isso,  a bandeira com a foice e o martelo é retirada do Kremlin e a bandeira russa é colocada em seu lugar. No dia seguinte, a URSS estava oficialmente dissolvida. Gorbachev lançou um livro de memórias em novembro de 2012 e lamentou na ocasião não ter levado a União a um “bom porto”. 😞😓😥😢😭

#morremikhailgorbachev
#lutopormikhailgorbachev
#adeusmikhailgorbachev

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes Consultadas:

🖱️ portais G1 e UOL
📺 Canal Channel History Brasil
📰 Sites dos jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo.

👉 Para saber mais sobre o golpe de 1991 contra Gorbachev, acesse:


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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 24.08.22 - Morre a cantora Marilene, das Irmãs Galvão

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✝️ LUTO 🖤 Faleceu na tarde desta quarta-feira, dia 24 de agosto, a cantora MARILENE, da dupla sertaneja As Galvão. Nascida em 1942, Marilene Galvão sofria de Alzheimer. O velório da artista deverá ocorrer em Paraguaçu Paulista, em horário a ser definido, e o sepultamento no distrito de Sapezal. 

Foram mais de 70 anos de carreira, 80 discos lançados e o marco de se tornarem a dupla sertaneja que esteve em atividade por mais tempo no País. As Galvão encerraram a longa trajetória em 2021, quando revelaram uma doença como motivo do fim da parceria musical entre as irmãs Mary Zuil Galvão e Marilene Galvão. Momento difícil para elas e para o público, que tanto cantou junto e se divertiu com as animadas parceiras.

Nascidas no interior de São Paulo, Mary na cidade de Ourinhos, em 1940, e Marilene em Palmital, em 1942, as irmãs Galvão seguiram o caminho de outros músicos do cancioneiro popular. O gosto pela música sertaneja vinha do berço e ainda crianças já empunham violas e davam início a uma trajetória de sucesso, primeiro na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista, interpretando música caipira e já fazendo sucesso com os ouvintes. "A gente teve que batalhar para cantar", contou Mary em entrevista ao Estadão, em 2017.

Pioneiras dentro desse gênero, enfrentaram muito preconceito mas não baixaram a cabeça, seguiram em frente e conquistaram respeito e espaço. Agora na capital paulista, sempre incentivadas pelos pais, Bertholdo e Maria, se apresentaram no programa de rádio Torre de Babel, comandado por Salomão Ésper. O sucesso foi tanto que não demorou para chegarem à Rádio Nacional.

E aí vieram os contratos para gravações de discos, sendo que o primeiro, em 78 rotações, não tardaria a ser lançado. E assim Mary e Marilene seguiram a trajetória, chegando a gravar quatro LPs por ano. Os shows pelo interior paulista preenchiam a agenda da dupla, que tinha no repertório canções compostas por nomes como Raul Torres e Nhô Pai.

Um dos grandes sucessos da dupla As Galvão, sem dúvida, foi e é a canção Beijinho Doce. Desde o lançamento, a música esteve presente em todas as apresentações, que contribuiu para consagrá-las no cenário musical. A canção ganhou ainda sobrevida ao integrar a trilha da novela A Favorita, atualmente reprisada pela Globo, e onde a dupla Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Claudia Raia) cantavam a música, destacando novamente o nome das Galvão.

#morreumarilenegalvao
#lutopormarilenegalvao
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sábado, 20 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 20.08.22 - Morre a Atriz e Comediante Cláudia Jimenez

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✝️ LUTO 🖤 A atriz CLÁUDIA JIMENEZ morreu na manhã deste sábado, 20 de agosto, aos 63 anos, no Rio de Janeiro. A artista estava internada em um hospital na Zona Sul da cidade. A causa da morte não foi divulgada pela família. Nos últimos anos, a atriz passou por uma série de cirurgias cardíacas. Em 1999 a artista colocou cinco pontes de safena no coração. Em 2012, ela fez a substituição de uma válvula aórtica. Em 2014, colocou um marca-passo. Cláudia Jimenez nasceu no Rio de Janeiro e desde a infância se dedicou às artes. A estreia como profissional do teatro foi em 1978, na peça Ópera do Maladro, de Chico Buarque. Na produção, ela viveu a prostituta Mimi Bibêlo. As primeiras aparições na televisão foram nos anos 1980, quando chegou a Globo para participar do programa Viva o Gordo, de Jô Soares, que também morreu recentemente. No programa, ela viveu a personagem Pureza. Na década seguinte, Cláudia Jimenez foi para um dos humorísticos de maior sucesso da televisão brasileira, A Escolinha do Professor Raimundo, para viver Dona Cacilda. A personagem imortalizou o bordão “Beijinho, beijinho, pau, pau”, em clara ironia à despedida de Xuxa Meneguel. A partir de 1996, Cláudia Jimenez passou a integrar o humorístico Sai de Baixo, ao lado de Miguel Falabella, Tom Cavalcante, Luís Gustavo, Aracy Balabanian e Marisa Orth. Na atração, ela vivia a doméstica Edileuza. Cláudia Jimenez esteve em diversas novelas da Rede Globo, como Torre de Bebel, As Filhas da Mãe, Papo de Anjo, América e, mais recentemente, em Haja Coração. No cinema, ela participou de oito filmes e deu a voz para Ellie em A Era do Gelo 2 e 3. Sua morte deixou centenas de fãs entristecedos e saudosos das risadas que ela proporcionou ao longo dos anos em vários programas de TV. 😞😓😥😢😭

#morreuclaudiajimenez
#lutoporclaudiajimenez
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HOJE NA HISTÓRIA - 20 de Agosto - Dia Nacional do Maçon

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🕰️ O DIA NACIONAL DO MAÇON, para o Brasil, tem sua origem na historiografia de José Castellani, pois, segundo ele, no dia 20 de agosto de 1822, aconteceu uma sessão histórica (no Grau de Aprendiz) entre as Lojas de Maçonaria "Comércio e Artes" e "União e Tranquilidade", na cidade do Rio de Janeiro, onde Joaquim Gonçalves Ledo (jornalista e político brasileiro) proferiu um discurso emocionante e inspirador, pedindo a Independência do Brasil ainda naquele ano.
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📐 Teria sido por influência de maçons que o Príncipe-Regente Dom Pedro teria proclamado a Independência do Brasil no dia 7 de Setembro de 1822 (menos de um mês depois da grande reunião no Rio de Janeiro).
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📆 A data oficial foi registrada no artigo 134 da Constituição do Grande Oriente do Brasil, tornando o dia 20 de Agosto o Dia do Maçom Brasileiro.

#diadomaconbrasileiro
#historiadamaconariabrasileira
#maconariaemaconsnobrasil

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📖 Créditos do texto: perfil Curiosidades da Maçonaria (Facebook)

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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 17 de Agosto - Dia do Patrimônio Histórico Nacional

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⚜️👑 Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são os monumentos e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. No dia 17 de Agosto, é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre a preservação dos patrimônios nacionais, bem como o fortalecimento da identidade nacional, a garantia do direito à memória e a contribuição dos materiais para o desenvolvimento socioeconômico do país. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), principal órgão governamental responsável pela gestão do patrimônio cultural brasileiro e dos bens reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade. Preservar o patrimônio histórico é um dever que deve ser exercido por todo o cidadão que preze pela sua cultura e valorize a sua tradição, seja ela material ou imaterial. ⌛💒

#dianacionaldopatrimoniohistorico
#preservaredefenderopatrimoniohistorico

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HOJE NA HISTÓRIA - 17.08.22 - Morre o Major Curió - Reconhecido repressor na Ditadura Militar Brasileira

CRIMES NA DITADURA | O coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, de 87 anos, conhecido como major Curió, morreu na manhã desta quarta-feira por falência múltipla dos órgãos. O militar estava internado no hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, em Brasília.

Curió foi responsável por comandar a repressão à Guerrilha do Araguaia, na divisa dos estados de Goiás, Pará e Maranhão, durante a ditadura militar. Ele também foi designado interventor em Serra Pelada (PA), onde ficou encarregado de administrar o garimpo e os garimpeiros, na década de 1980.

No ano passado, Curió foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A vítima é o camponês Pedro Pereira de Souza, conhecido como Pedro Carretel, integrante da guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar brasileira. Ele morreu no início de 1974, no sudeste do Pará.


domingo, 14 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 14.08.22 - 4 Anos da Morte do Ator e Diretor José Pimentel

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😓🖤 Num dia como hoje, 14 de agosto, há 4 anos, morria na UTI do Hospital Esperança Recife, na Ilha do Leite, no Recife, aos 84 anos, o ator, diretor, dramaturgo, produtor e professor aposentado de Teatro da UFPE, JOSÉ PIMENTEL, o eterno intérprete de Jesus Cristo da Paixão de Cristo do Recife e precursor da Paixão de Nova Jerusalém. A saúde de Pimentel começou a dar sinais de fragilidade em 2016, quando ele se submeteu a uma cirurgia de hérnia inguinal e teve uma piora em seu quadro clínico quando estava prestes a receber alta, sendo constatada uma embolia pulmonar.

José de Souza Pimentel nasceu em Garanhuns, interior de Pernambuco, no dia 11 de agosto de 1934. Primogênito de quatro irmãos, passaria a infância mudando de cidade em função do temperamento imprevisível do pai, Virgínio, que mudava de CEP a cada desavença com colegas e vizinhos. Do pai, Pimentel herdou o fascínio pelo imaginário do cangaço. Tinha apenas dez anos quando o pai morreu e a família, sem o patriarca, se mudou para o Recife.

Na capital, como aluno da Escola Comercial Prática, teve Ariano Suassuna como professor de português. Os caminhos de ambos voltariam a se cruzar: Pimentel participou da primeira encenação do Auto da Compadecida, em 1956. Mas não pôde ali se dedicar ao teatro. Era arrimo de família, precisava se ocupar com o que mais rapidamente lhe oferecesse renda. Aí, conciliou os serviços técnicos com o halterofilismo, outra de suas paixões. Foi substituindo a timidez pelo o culto ao corpo. Participando de competições, ganhou um troféu de “Melhores Pernas”. Com seu corpo, começa a aparecer na imprensa do Recife.

Foi, então, convidado pelo amigo Octávio Catanho, o Tibi, que também era amigo dos diretores Luiz Mendonça e Clênio Wanderley, a participar do Calvário da Paixão, nas ruas de Fazenda Nova, interpretando um soldado romano. Voltou do Brejo da Madre Deus com novo fôlego. Com Catanho, integraria o Grupo Paroquial de Água Fria e atuaria como Pilatos, na Paixão de Cristo do bairro. O coletivo monta, então, Lampião, de Rachel de Queiroz, no Teatro de Santa Isabel: é seu primeiro contato com o palco à italiana.

Através de Clênio e de LuizMendonça, integra a montagem de O Auto da Compadecia. Ali, experimenta o sucesso pela primeira vez. A montagem tinha inovações: o elenco entrava em cena pela plateia. Durante os anos em cartaz, com temporadas no Rio de Janeiro, ganhou elogios de gente consagrada, como a atriz Fernanda Montenegro.

A partir da década de 1960, integra o Teatro Popular do Nordeste, o histórico grupo capitaneado por Hermilo Borba Filho. Aplicando conceitos da cultura popular, o grupo buscava a construção de uma nova gramática teatral, distante das estratégias rígidas e vigentes, importadas do teatro europeu. A atuação de Pimentel chama a atenção dos críticos. Vieram sucessos como Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri; A Farsa da Boa Preguiça, de Ariano; O Noviço, de Martins

Nos anos 1960, Pimentel se tornaria um dos rostos mais conhecidos de Pernambuco. Como teleator, participou de trabalhos na TV-Rádio Clube e TV Jornal do Commercio. As telenovelas começavam a se tornar uma febre nacional. No Recife, Pimentel foi um de seus primeiros galãs. A Moça do Sobrado Grande é o auge desse processo.

Em 1961, escreveu Jesus, o Mártir do Calvário. Em 1962, com o sucesso, Plínio Pacheco optou por criar Nova Jerusalém. Pimentel participou do projeto. Em 1969, um ano após a abertura da cidade-teatro, substituiu Clênio Wanderley na direção e começou a implementar mudanças, como o uso de áudios pré-gravados. A partir de 1978, passou a conciliar a função com o papel de Jesus – no qual ficaria até 1996. 

José Pimentel viveu Jesus Cristo desde 1978. Começou na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e seguiu até 2017 (19 deles em Nova Jerusalém e 21 na Paixão de Cristo do Recife). Após desentendimentos com o pessoal de Fazenda Nova, ele trouxe o espetáculo para Recife em 1997. A versão do Recife começou no Estádio do Arruda, chegou a ser realizada no Clube Português, e se mudou para o Marco Zero. O evento, gratuito, chegou a reunir 30 mil pessoas por dia no Marco Zero. Pimentel viveu sua própria via-crúcis ao tentar implementar sua visão à obra em meio à dificuldades de patrocínio e críticas à sua idade. Em 2018, Pimentel se viu obrigado, por problemas de saúde, a ser substituído pelo ator Hemerson Moura, após 40 anos como protagonista da Paixão.

Ele ainda encenou outros dramas históricos ao ar livre, como A Batalha dos Guararapes e O Calvário de Frei Caneca, pelas ruas do Centro do Recife; A Revolução de 1817, encenada em 2008; O Massacre de Angicos – A Morte de Lampião, em Serra Talhada; e Auto de Natal, no Marco Zero. Era um homem de teatro público, sem barreiras, para multidões.

Cinéfilo, Pimentel deu seu primeiro passo no cinema em 1965, quando atuou em Riacho de Sangue, filme sobre o cangaço que ativou as memórias das histórias contadas pelo pai. Encenou ainda A Noite do Espantalho, de Sérgio Ricardo, Faustão, de Eduardo Coutinho, e A Batalha dos Guararapes, que inclusive, inspiraria o espetáculo épico que ele dirigiu anos depois.

As homenagens a José Pimentel, pela sua relevância na cena teatral pernambucana foram muitas. Em 2017, foi incluído na lista dos Patrimônios Vivos de Pernambuco, por interpretar o papel de Jesus por mais de 40 anos. Em 2008, foi homenageado pela escola de samba recifense São Carlos com o enredo "A saga de José Pimentel, patrimônio vivo da cultura pernambucana". A escola se tornaria campeã do grupo de acesso. Em 2018, teve sua vida contada na biografia "José Pimentel - Para além das paixões", publicada pela Cepe Editora e escrita pelo jornalista pernambucano Cleodon Coelho. Em 2021, Pimentel foi aclamado como "Patrono do Teatro Pernambucano" pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), proposta foi apresentada pelo deputado Professor Paulo Dutra (PSB) e aprovada por unanimidade.

José Pimentel foi sepultado em dia 15 de agosto de 2018 no Cemitério de Santo Amaro, centro do Recife, vestido com as vestes que usou para interpretar Jesus na Paixão de Cristo do Recife. Sua partida deixou uma lacuna expressiva na cena teatral pernambucana. Ele deixou a esposa Aurinete e a filha, Lilian Pimentel; e centenas de fãs que nunca se esquecerão do grande e brilhante ator pernambucano, que agora brilha em outras pleiâdes, numa outra constelação, onde devem estar Geninha da Rosa Borges e Reinaldo de Azevedo. 👏👏👏👏👏👏

#4anosdamortedejosepimentel
#historiadoteatropernambucano
#SaudadesdeJosePimentel

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

🖱️ portais G1 e NE10
📰 Sites dos jornais Folha de Pernambuco e Diário de Pernambuco.

👉 Para saber mais sobre Reinaldo de Azevedo e Geninha da Rosa Borges, dois ícones do teatro pernambucano que faleceram este ano, acesse:



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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 12.08.22 - 1 Ano da Morte de Tarcísio Meira

Há exato 1 ano perdiamos o grande ator Tarcisio Meira.

Tarcísio Pereira de Magalhães Sobrinho, mais conhecido como Tarcísio Meira, foi um premiado ator brasileiro. Considerado um dos maiores atores e galãs de sua geração, marcou época com personagens fortes, no cinema, no teatro e na televisão. Durante décadas eternizou a televisão com mocinhos e vilões que marcaram a teledramaturgia nacional.

Tarcísio e Glória tiveram seus contratos encerrados com a Rede Globo em 11 de setembro 2020, depois de 52 anos na emissora, e se aposentaram. O último trabalho de Tarcísio na emissora havia sido na novela Orgulho e Paixão, em 2018.

Após a aposentadoria, o casal passou a morar em uma fazenda de criação de gado e plantações em Porto Feliz, no interior de São Paulo. O casal já estava vivendo na propriedade durante a quarentena por conta da pandemia de COVID-19. Em 16 de março de 2021 receberam a segunda dose da vacina contra a COVID-19 em Porto Feliz. A primeira dose havia sido aplicada em 16 de fevereiro, também no município.

Em 6 de agosto de 2021 o casal foi internado no hospital Albert Einstein em São Paulo, após confirmação do diagnóstico de COVID-19. Segundo boletim do hospital, divulgado no dia 10 de agosto, o ator encontrava-se internado na UTI, contando com apoio de ventilação mecânica invasiva e diálise contínua.

Em 12 de agosto, seis dias depois da internação, Tarcísio morreu vítima da COVID-19, aos 85 anos. Glória recebeu alta quatro dias depois, já sabendo da morte do marido.

O ator foi velado e cremado em uma cerimônia privada no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. Pouco antes de morrer, Tarcísio pediu para que suas cinzas fossem jogadas na fazenda de propriedade do casal em Porto Feliz. 😓🖤

#1anodamortedetarcisiomeira
#historiadadramaturgiabrasileira
#SaudadesdeTarcisioMeira

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 11.08.22 - 1 Ano da Morte do Ator e Diretor Paulo José

Há um ano, falecia um dos grandes nomes da dramaturgia, PAULO JOSÉ.

Natural de Lavras do Sul-RS, Paulo José Gómez de Sousa, começou sua carreira em teatro em 1955, em Porto Alegre. No início dos anos 1960 transferiu-se para São Paulo, unindo-se ao Grupo Teatro de Arena, ao lado de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri. Ali conheceu a atriz Dina Sfat, com quem foi casado e teve três filhas. Com a mulher, formou uma dupla de atores empreendedores, dirigindo, produzindo e atuando tanto no teatro como no cinema, onde estreou em 1965 com o filme O Padre e a Moça. Foi no cinema que sua carreira de ator teve maior destaque, tendo atuado em filmes clássicos como Macunaíma, O Homem Nu, Edu Coração de Ouro, Todas as Mulheres do Mundo, As Amorosas, Bebel Garota Propaganda, Cassy Jones e O Rei da Noite, num total de mais de 50 filmes.

Na televisão estreou em 1969 na novela Véu de Noiva de Janete Clair. Em seguida marcou presença em Assim na Terra Como no Céu (Dias Gomes), O Homem que Deve Morrer (Janete Clair) e O Primeiro Amor, novela de Walther Negrão, em que viveu a personagem Shazam em parceria com Flávio Migliaccio. A dupla fez tanto sucesso que deu origem a uma série intitulada "Shazan, Xerife e Cia”. Apesar desses sucessos, sua carreira como ator de televisão ficou em segundo plano, pois a direção da TV Globo preferia que ele tivesse participação mais efetiva como diretor. “Bons atores temos vários, bons diretores, muito poucos”, dizia-lhe a cúpula da emissora. São suas as direções primorosas de muitos Casos Especiais, séries pioneiras (Ciranda Cirandinha, Carga Pesada, Aplauso, Você Decide) e minisséries estupendas (O Tempo e o Vento, Agosto, Incidente em Antares). Isso não o impediu de atuar em muitas novelas e minisséries, na maioria delas em participações especiais. Em 1997 reencontrou o sucesso como ator de TV na novela Por Amor, de Manoel Carlos, no papel de Orestes, um alcoólatra que fazia a família sofrer.

O ator, com mais de 90 trabalhos no cinema e na televisão, foi diagnosticado com Parkinson em 1992. Desde então, tem se afastado cada vez mais dos trabalhos artísticos. A novela mais recente foi "Em Família" (2014), quando interpretou o personagem Benjamin Machado.

Paulo José é um artista completo, tendo atuado em todas as frentes (ator, diretor de teatro, diretor de TV, diretor de cinema, cenógrafo, iluminador, figurinista, tradutor, produtor, administrador, narrador, locutor, diretor de comerciais) e pelo conjunto da obra, merece todo o nosso respeito.

Na vida pessoal, além de Dina Sfat, envolveu-se em outros amores, como a atriz Beth Caruso, com quem tem um filho, Paulo Henrique, e as atrizes Carla Camuratti e Zezé Polessa. Desde 2000 está casado com a figurinista e diretora Kika Lopes.

Paulo José foi diagnosticado com a doença de Parkinson em 1992. Morreu em 11 de agosto de 2021, aos 84 anos, devido a uma pneumonia, deixando uma lacuna nas artes do nosso país

É impossível pensar o cinema brasileiro sem Paulo José; de Macunaíma a O Palhaço. O Padre e a Moça, Todas as Mulheres do Mundo. Paulo foi Policarpo Quaresma, Herói do Brasil. Foi também a voz que nos dizia sobre o telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor em Ilha das Flores.

Foi, como diz o documentário que celebra sua vida e carreira, Todos os Paulos do Mundo. Há um ano, nos despedimos de um dos maiores nomes da sétima arte.

#1anodamortedepaulojose

#historiadadramaturgiabrasileira

#Saudadesdepailojose

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HOJE NA HISTÓRIA - 195 Anos da Criação dos Primeiros Cursos Jurídicos no Brasil

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🏦 Comemora-se hoje, 11 de agosto, o DIA DO ADVOGADO (e também do Estudante). Essa comemoração acontece desde o ano de 1927 e teve como ponto de partida algo que ocorreu um século antes, isto é, em 1827, na época do recém-instituído Império Brasileiro, quando foi promulgada a lei da criação dos Cursos Jurídicos no Brasil pelo imperador D. Pedro I. Assim surgiram as duas primeiras faculdades do Brasil, a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco (que durante anos funcionou no Seminário de Olinda), e a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo.

Segundo o escritor Paulo Rezutti "Se o 7 de setembro marca a libertação política de Portugal, o 11 de agosto é a nossa independência intelectual. Não era mais necessário que os estudantes brasileiros fossem estudar na Universidade de Coimbra para conseguir se formar em ciências jurídicas, o que lhes abria portas para diversos cargos e postos administrativos e jurídicos no Brasil". 

Após a vitória do movimento armado que levou Getúlio Vargas ao poder (que entrou para a História com o nome de Revolução de 1939), um dos primeiros atos assinados pelo novo presidente foi o Decreto nº 19.408, datado de 18 de novembro de 1930, que estabeleceu a criação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O exercício da prática advogatícia é fundamental para garantir aos cidadãos numa sociedade democrática o acesso aos seus direitos e a preservação das normas jurídicas que moldam a convivência dentro da sociedade. 👩‍🦰👨🏻‍🦰👱🏽‍♂️👨🏾‍🦲👴

#DiadoAdvogado

#historiadodireitobrasileiro

#SemAdvogadoNaoHaJustica

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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 08.08.22 - 2 Anos da Morte de Pedro Casaldáliga

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😓🖤 Num dia como hoje, 8 de agosto, há 2 anos morria na Santa Casa de Misericórdia de Batatais, no interior de São Paulo, o bispo emérito da prelazia de São Félix do Araguaia DOM PEDRO CASALDÁLIGA, líder católico que teve sua trajetória marcada pelas causas indígenas, pela reforma agrária e por estar sempre ao lado dos mais pobres, se tornando uma das maiores expressões da Teologia da Libertação no Brasil. O bispo emérito morreu devido a uma infecção respiratória que teria evoluído para embolia pulmonar aos 92 anos.

Dom Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny, na província catalã de Barcelona, em 1928, e veio para o Brasil aos 40 anos, como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia. Ganhou projeção nacional e  internacional por denunciar os grandes latifúndios que começaram a se estabelecer em São Félix do Araguaia na década de 1970.

Na ditadura militar, não se calou diante dos desmandos que começou a perceber assim que chegou a São Félix do Araguaia, em 1968. Publicou uma série de cartas abertas à população relatando as desigualdades na região, agravadas pela grande concentração de terras nas mãos de poucos. Pagou um preço alto por isso, sendo preso pelos militares: “Como é bom ser perseguido pela causa do Evangelho, da Justiça e da total libertação”, escreveu na ocasião em que foi detido. 

Na histórica carta intitulada “Uma igreja na Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social”, ainda na década de 1970, foi capaz de mobilizar importantes teólogos, como Frei Betto e Leonardo Boff. Casaldáliga conseguiu levá-los à pequena São Félix do Araguaia para debaterem sobre a importância da reforma agrária e das lutas sociais, além de reforçar, dentro da Igreja católica, o movimento da Teologia da Libertação.

“Na década de 70, a percepção da dimensão da figura do Pedro era outra. Ele teve uma projeção nacional e internacional muito grande”, disse a escritora Ana Helena Tavares, em entrevista à revista Carta Capital, em maio do ano passado. Na oportunidade a autora lançou a biografia “Um bispo contra todas as cercas”.  

Na luta pelo reconhecimento dos direitos indígenas, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na década de 70. Além da criação do Cimi, Casaldáliga teve participação na criação da Comissão Pastoral da Terra, junto com Dom Tomás Balduíno (já falecido).

No ano de 2013, o bispo emérito teve de sair escoltado pela Polícia Federal de São Félix por causa de ameaças de mortes de fazendeiros da região, inconformados com o processo de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, do povo Xavante. À época, os produtores rurais disseram que as declarações do bispo a favor dos indígenas pela retomada do território fizeram com que o governo de Dilma Rousseff acelerasse ainda mais o processo de desintrusão.

Em 2017, sua vida foi contada na minissérie "Descalço sobre a Terra Vemelha", dirigida pelo cineasta Oriol Ferrer uma coprodução da TVC, TVE, TV Brasil, a brasileira Raiz Produções e a Minoria Absoluta, produtora espanhola. A película também foi premiada na Ásia, no Festival de Seul, e pelo New York International TV & Film Awards. A minissérie é baseada na obra homônima de autoria do escritor Francesc Escribano (disponível no site da TV Brasil).

Em julho de 2020, dom Pedro Casaldáliga assinou uma carta, em conjunto com outros 154 bispos da Igreja católica, tecendo duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro. No documento, foi destacado que o governo federal “é apático”, “omisso” e demonstra uma grande falta de interesse em atender aos mais pobres, além “de incapacidade para enfrentar crises”. 

O corpo de Dom Pedro Casaldáliga foi sepultado em São Félix do Araguaia. Seu exemplo ainda hoje é lembrado pelas populações ribeirinhas amazonenses e pelos povos indígenas, pela coragem como desafiou os poderosos para proteger os mais excluídos e perseguidos. Viveu intensamente o Cristianismo em sua mais pura essência. 🙏🕯️📖🕯️🙏

#2anosdamortededompedrocasaldaliga
#historiadocatolicismobrasileiro
#SaudadesdeDomPedroCasaldaliga

📝 Fontes consultadas:

📻 Agência Brasil - EBC
🖱️ Website Amazônia Real

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HOJE NA HISTÓRIA - 08.08.22 - 143 Anos do Nascimento de Emiliano Zapata

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💣 No dia 8 de agosto de 1879, nascia EMILIANO ZAPATA SALAZAR, em San Miguel Anenecuilco, estado de Morelos, no México, em uma família de pequenos proprietários de terras. Também conhecido como Caudilho do Sul, foi um dos líderes militares mais importantes durante a Revolução Mexicana. 

Zapata recebeu educação primária na escola da aldeia. Aos 16 anos, perdeu a mãe e o pai. A pequena herança que recebeu foi suficiente para não ter que trabalhar como operário nas fazendas que cercavam Anenecuilco. No entanto, interessou-se pelas injustiças sofridas pelos trabalhadores rurais.

Em 1902 ajudou a população da cidade de Yautepec (Morelos) que tinha problemas com o proprietário de terras Pablo Escandón, acompanhando-os à Cidade do México para exigir que lhe fosse feita justiça. Em 1906 ele participou de uma reunião camponesa em Cuautla para discutir como defender as terras da cidade.

Em setembro de 1909 foi eleito presidente do conselho de defesa terrestre de Anenecuilco; lá reuniu um exército de trabalhadores, quase todos indígenas, para fazer parte da Revolução Mexicana de Francisco I. Madero, que pretendia acabar com o regime de Porfirio Díaz. Zapata começou sua guerra de guerrilha em março de 1911, tomando Jojutla, Chinameca e sitiando Cuautla. Mais tarde, ele tomou Cuernavaca. 

Apesar da vitória dos maderistas, Zapata se recusou a depor as armas, pois as terras ainda não haviam sido devolvidas aos indígenas. Pouco tempo depois, ele se declarou contra Madero e formulou seu próprio programa de reforma agrária para redistribuir a terra entre os camponeses. Nos anos seguintes, criou as primeiras Comissões Agrárias, instituiu o Crédito Agrícola e inaugurou a Caja Rural de Préstamos, em Morelos. Em outubro de 1915, o governo da Convenção promulgou a Lei Agrária.

Emiliano Zapata era um guerrilheiro, como Francisco Villa (Pancho Villa), mas seu movimento armado pela redistribuição de terras não foi adiante, pois não possuía muita munição e a lei agrária do presidente Venustiano Carranza, que apaziguou a causa suriana, contribuiu para frear sua consolidação como uma real organização político-militar.

Como rebelião de massas campesinas, limitou-se a realizar sua guerra de guerrilhas a partir de 1918. A guerra por parte do governo, contudo, foi impiedosa. O general Jesús Guajardo fez Zapata acreditar que estava descontente com o governo de Carranza e que estaria disposto a se unir a ele. Zapata lhe pediu provas e Guajardo lhe deu. Combinaram de se reunir na Fazenda de Chinameca, em Morelos, dia 10 de abril de 1919, ocasião em que Zapata morreu após cair em uma emboscada organizada pelo Coronel Jesús Guajardo. 😵⚰️✝️

#143anosdonascimentodeemilianozapata
#historialatinoamericana
#historiadomexico

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto:

📺 Canal History Channel do Brasil
🖱️ Site do History Latino-America (adaptados)

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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 05.08.22 - Morre o Humorista e Apresentador Jô Soares

🎭🖤📺 🧓 📺🖤🎭

✝️ LUTO 🖤 Morreu, aos 84 anos, o apresentador e humorista JÔ SOARES. Um ícone da TV brasileira, ele estava internado desde o último dia 28 de julho no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde tratava uma pneumonia. Quem revelou a notícia foi a ex-mulher de Jô, Flávia Pedra. “Viva você, meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo”, escreveu. A causa da morte não foi revelada e o enterro e velório, conforme revelado pelo G1, serão reservados à família e amigos, em data e local não informados. 😞😓😥😢😭

#morrejosoares
#lutoporjosoares
#adeusjosoares

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 04.08.22 - 444 Anos da Batalha de Alcácer Quibir e da Morte de Dom Sebastião

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😓🖤Num dia como hoje, 4 de agosto, há 444 anos, Portugal perdia uma batalha, ALCÁCER QUIBIR; e um rei, D. SEBASTIÃO. Esta derrota seria o fim de uma das mais brilhantes dinastias da Europa (Dinastia de Avis) provocando a crise dinástica de 1580, da qual se aproveitou o rei espanhol Felipe II para anexar Portugal à Espanha, dando ínicio à caminho à dinastia Filipina (1580-1640), período conhecido como União Ibérica. O reino de Portugal ficou severamente empobrecido pelos resgates pagos para reaver os cativos. A morte de D. Sebastião deu origem ao movimento profético e messiânico chamado Sebastianismo. A vitória decisiva do partido marroquino, aliado dos Turcos Otomanos, assegurou a unificação territorial e nacional do reino de Marrocos.

A Batalha de Alcácer-Quibir (Ksar el Kébir) também é conhecida por batalha dos Três Reis por nela terem participado três monarcas, tendo todos perecido durante a contenda. O destronado rei de Marrocos, Mohammed al-Mutawwakil (? - 1578), pedira ajuda ao rei de Portugal, D. Sebastião (1554-1578), para recuperar o trono de que tinha sido expulso por Abu Marwan Abd al-Malik (1541-1578), o então rei de Marrocos. Enquanto que Mohammed al-Mutawwakil (Mulei Mahamet), queria recuperar o trono; D. Sebastião, viu neste pedido de ajuda a continuação da guerra de cruzada; e A bu Marwan Abd al-Malik (Mulei Abdelmeleque), rei de Marrocos, corporizava os interesses do império Turco Otomano que combatia os portugueses no Oriente.

D. Sebastião era neto do rei de Portugal, e seu pai morreu dias antes de o filho nascer. O nascimento provocou grande expectativa, porque havia um temor de o país ficar sem herdeiro, por isso ele foi apelidado de “o Desejado”.

A batalha foi travada a norte de Marrocos, perto da cidade de Alcácer-Quibir, entre Tânger e Fez. Em Alcácer Quibir perderam-se entre 8.000 a 11.000 homens, depois de se enfrentar 80.000 a 100.000 guerreiros, com apenas 17.000 a 20.000; morreram entre 7.000 a 18.000 adversários, num combate que durou aproximadamente entre seis e sete horas de lutas sangrentas e brutais.

A empreitada de combater os mouros correu mal a D. Sebastião. Co-autor de uma decisão insensata, e de grande imprudencia. Pagou com a vida. E não apenas dele mas de uma boa parte dos melhores militares e quadros portugueses do seu tempo. D. Sebastião desapareceu liderando uma carga de cavalaria contra o inimigo, e seu corpo jamais foi encontrado. Foi tal o desespero, que o povo não quis acreditar na morte de D. Sebastião, ou ficou na expectativa de que ressuscitasse, surgindo assim uma mistura de mito e crença messiânica denominada Sebastianismo.

Após a morte de D. Sebastião, ele foi sucedido pelo seu tio-avô, o cardeal d. Henrique, que faleceu dois anos depois. O trono vago criou uma disputa sucessória que levaria à União Ibérica, com Portugal sendo governado pelos reis da Espanha.

No Brasil, o mito do sebastianismo se desenvolveu no Nordeste no século XIX, unindo o fanatismo religioso a demandas sociais, e inspirou diversas manifestações, a mais conhecida delas o movimento dirigido por Antônio Conselheiro, em Canudos, na Bahia.

Muito antes de Canudos, um desses levantes sebastianistas despontou em 1835 no lugarejo de Pedra Bonita, no sertão de Pernambuco, durante o Período Regencial. Com um imperador que ainda era jovem demais para reinar, D. Pedro II, o povo do sertão começou a se recordar das histórias de um rei que lutou pelo seu povo e voltaria para libertá-lo: D. Sebastião. João Antônio dos Santos, morador de Vila Bela (PE), disse que havia visto o rei e que ele prometera retornar para tirar o povo da pobreza.

Ele fundou em Pedra Bonita o Reino Encantado de Pedra Bonita, que chegou a ter 300 seguidores. Em 1838, o novo líder, João Ferreira, decidiu que era o momento de d. Sebastião desencantar, requerendo o sacrifício de fiéis. De 14 a 18 de maio, quase 90 pessoas morreram, entre sebastianistas e policiais que assaltaram o local. Algumas foram sacrificadas, sem que D. Sebastião retornasse. Esse episódio inspirou “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, lançado por Ariano Suassuna em 1971.

O desaparecimento físico do monarca português, retirou-o dos domínios da história, elevando-o ao plano do mito. 
Esta transformação alquímica do suposto mártir numa entidade mitológica processou-se no imaginário português de uma forma bastante rápida, integrando-se de imediato no imaginário espiritual nacional. D. Sebastião perdeu-se num estranho labirinto enquanto as hostes portuguesas foram derrotadas, para que na sequência do fatalismo que se seguiu fosse possível viver a alvorada da esperança, no regresso de algo ainda maior e por viver, expresso num sentimento encerrado no coração de todos os portugueses - a saudade. 

Antes de desaparecer em Alcácer Quibir, Marrocos a 4 de Agosto de 1578, dizem que D. Sebastião teria dito: "Morrer sim, mas devagar!". Mesmo sem nunca ter sido encontrado seu corpo, existe um túmulo de D. Sebastião, no Mosteiro dos Jerónimos, cujo epitáfio, escrito pelo poeta Diogo Bernardes, diz:

“Se pudermos dar crédito à fama, este túmulo conserva os restos de Sebastião, 
Morto nas plagas africanas
Mas não digas que é falsa a opinião dos que acreditam que ele ainda é vivo,
Porque a glória lhe assegura a imortalidade” 😞😓😥😢😭

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#historiadeportugal
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#sebastianismo

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 03.08.22 - 1 Ano da Morte de Joaquim Francisco

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😓🖤 Num dia como hoje, 3 de agosto, há exatamente um ano, morria no Real Hospital Português do Recife, aos 73 anos, o ex-governador de Pernambuco JOAQUIM FRANCISCO. Joaquim chegou a passar por uma cirurgia para um câncer de próstata e estava se recuperando, porém a doença entrou em metástase. Além do Governo de Pernambuco no período de 1991 a 1994, Joaquim Francisco também comandou a Prefeitura do Recife em duas ocasiões (1983-1985 e 1988-1990), foi deputado federal constituinte (1988) e ministro do Interior no governo José Sarney, em 1987.

Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti nasceu em Recife no dia 14 de abril de 1948, filho de José Francisco de Melo Cavalcanti e de Creusa Arcoverde de Freitas Cavalcanti. Seu tio, José Francisco de Moura Cavalcanti, foi governador de Pernambuco (1975-1979).

Datam dessa época seus primeiros contatos com a política - seu pai chegaria a governar Pernambuco, na condição de Presidente da Assembléia Legislativa do Estado. Isso favoreceu a Joaquim Francisco, mal saído da adolescência, o exercício da função de Oficial de Gabinete do então governador Nilo Coelho, em 1967. Três anos depois, torna-se bacharel pela Faculdade de Direito do Recife.

Daí prá frente, Joaquim Francisco passou a assumir vários cargos públicos, a exemplo de assistente da presidência do INCRA. Entre 1970 e 1974, foi Secretário do Trabalho e Ação Social, no governo Moura Cavalcanti. Em 1978, seria procurador da Junta Comercial de Pernambuco. Em 1982, coordenou a campanha de Roberto Magalhães para governador do Estado. Em seguida, foi nomeado prefeito do Recife, exercendo o cargo entre 1983 e 1985.

Em 1986, Joaquim Francisco é eleito deputado federal Constituinte, com a maior votação do seu Partido (PFL) em todo o País. Nessa época, foi designado, pelo Presidente José Sarney, para o cargo de Ministro do Interior, onde ficaria apenas três meses, renunciando por discordar da quebra de hierarquia entre o Ministério e órgãos vinculados.

Da Câmara dos Deputados, Joaquim Francisco voltaria à Prefeitura do Recife, eleito pelo voto direto em 1988, tendo ficado no cargo entre 1989 e 1990, quando foi eleito governador do Estado, com mais de 1 milhão de votos.

Em 1995, terminado o mandato de governador, Joaquim Francisco iniciaria nova fase de sua trajetória de homem público, agora afastado das atividades políticas mais diretas. Em 1998, retoma a carreira política e é novamente eleito deputado federal, sendo o segundo mais votado do partido com 81.986 votos.

Reelegeu-se para a Câmara em 2002, iniciando novo mandato em fevereiro de 2003. Neste mesmo ano transferiu-se para o PTB, onde permaneceu até 2005, quando voltou ao PFL. Concorreu a mais um mandato de deputado federal por Pernambuco nas eleições de 2006, mas desta vez, mesmo obtendo quase 75 mil votos, conseguiu apenas uma suplência. Deixou a Câmara ao final do mandato, em janeiro de 2007. Em setembro de 2009 migrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB). No ano seguinte, participou do pleito de Outubro, como primeiro suplente de Senador, tendo sido eleito junto com Humberto Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT), com mais de 3 milhões de votos.

Entre os livros que publicou, destacam-se: "Uma Constituição Renovadora", "Aspectos sociais, econômicos e políticos do planejamento familiar" e "A esperança chama-se povo" todos de 1986; "A Bandeira do Trabalho", "Reafirmação do Ideal" e "Missão e Trajetória", de 1994; "Modernização do Estado", de 1997, e "Modernização do Estado - Novos Caminhos", de 1998.

Joaquim Francisco deixou como viúva Sílvia Couceiro de Freitas Cavalcanti, com quem teve três filhos. Em sua homenagem foi inaugurado um busto na entrada principal do Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife em 18 de maio de 2022. 👏👏👏👏👏👏

#1anodamortedejoaquimfrancisco
#historiapoliticapernambucana
#politicospernambucanos

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes Consultadas:

🖱️ portais G1 e NE10
📰 Sites dos jornais Folha de Pernambuco e Diário de Pernambuco.
🗄️ Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - CPDOC-FGV

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HOJE NA HISTÓRIA - 03.08.22 - Centenário do Nascimento de Manoel Correia de Andrade

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🌎🎉 Num dia como hoje, 3 de agosto, há exatos 100 anos, nascia no Engenho Jundiá, em Vicência, interior de Pernambuco, MANOEL CORREIA DE ANDRADE, referência acadêmica na ciência geográfica, autor da obra "A terra e o homem no Nordeste", pioneira em descrever questões relacionadas ao nordeste brasileiro. Manuel Correia de Andrade foi professor da UFPE por várias décadas e recebeu o título de Professor Emérito da Universidade, figura entre um dos principais pensadores das ciências humanas do Brasil. A relevância dele como pensador e pesquisador é refletida nos prêmios e títulos recebidos durante a sua vida e após seu falecimento, dando nomes a bibliotecas, cátedras, auditórios em diferentes instituições de ensino no Brasil, sendo ainda hoje objeto de estudo e pesquisa em teses e dissertações em diversas áreas do conhecimento. 

Manoel Correia de Oliveira Andrade é filho de Joaquim Correia Xavier de Andrade (senhor de engenho e criador de gado) e Zulmira Azevedo Correia de Andrade. Ele fez os quatro primeiros anos do ensino formal em Vicência, mas, aos dez anos de idade, mudou-se com a sua família para Recife. No Liceu Pernambucano dessa cidade, ele conclui o ensino fundamental e, no Instituto Carneiro Leão, o curso complementar pré-jurídico. Durante o curso pré-jurídico, ele se casa com Maria de Lourdes Sales Menezes, uma colega de curso que ele chama de Lourdinha e, com ela, tem cinco filhos.

Em seguida, Manoel Correia ingressa na Faculdade de Direito do Recife. O jovem estudante, porém, não se contentava em cursar apenas uma faculdade, porque, ao cabo de dois anos, decide realizar, concomitantemente, o curso de Licenciatura em Geografia e História, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega, hoje chamada de Universidade Católica de Pernambuco. Por sua vez, em 1945, ele conclui o bacharelado em Direito, e, em 1947, diploma-se em Geografia e História.

Apesar de ser filho de senhor de engenho, Manoel Correia torna-se membro do Partido Comunista aos vinte anos de idade. Por essa razão, os trabalhadores rurais passam a chamá-lo de Correinha e nele confiam. Naquela organização, entretanto, ele permanece somente sete meses. A despeito disto, as tendências esquerdizantes que possui facilitam a sua atuação profissional em vários sindicatos, como advogado trabalhista contratado.

Porém, mesmo tendo trabalhado em vários sindicatos, o jovem advogado não estava satisfeito com a sua área de atuação. Ele decide incrementar o ritmo de suas leituras e, em uma delas, entusiasma-se com a obra do sociólogo Caio Prado Júnior Evolução política do Brasil. Manoel Correia dá início, então, ao estudo das revoluções ocorridas durante o período regencial, e passa a freqüentar bastante a Biblioteca Pública - local onde funciona hoje o Arquivo Público Estadual.

Pouco a pouco, aquele advogado dedica menos tempo à sua carreira jurídica e mais à pesquisa. Em uma das viagens que faz ao sul do Brasil, ele conhece pessoalmente Caio Prado Júnior, e surge daí uma preciosa oportunidade. O ilustre sociólogo estava selecionando especialistas em Geografia, em cada região do país, para que escrevessem sobre as diversas questões agrárias do país, e propõe a Manoel Correia que se encarregue da parte concernente à realidade nordestina. Como fruto dessa oportunidade, nasceu o livro A terra e o homem no Nordeste, que foi prefaciado pelo próprio Caio Prado Júnior e publicado pela Editora Brasiliense. Essa obra causa uma grande reação nos geógrafos brasileiros, que a consideram como não-científica porque não se destinava a propósitos acadêmicos, e, sim, a registrar e analisar um longo processo político.

Em 1952, contrariando um antigo desejo de seu pai, Manoel Correia passa a se dedicar inteiramente ao ensino médio. Começa lecionando Geografia do Brasil e História, nos colégios Vera Cruz, Padre Félix e Americano Batista. Ensina também Geografia Física, na Faculdade de Filosofia do Recife; Geografia Geral, no Colégio Estadual de Pernambuco; e Geografia Econômica, na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Por participar de manifestações de rua e atos de oposição a Agamenon Magalhães, por ser integrante do grupo de estudantes que pisoteou e rasgou o retrato de Getúlio Vargas (no bar Lero Lero), e por participar da luta política contra o Estado Novo, Manoel Correia é preso no Governo do interventor Etelvino Lins. Acontece que o delegado da Ordem Social era seu primo, Fábio Correia, que, diante das circunstâncias, se vê obrigado a cumprir com o dever. Manoel Correia é processado, em 1944, pelo Tribunal de Segurança Nacional e, no ano seguinte, anistiado através de um decreto do presidente Getúlio Vargas.

Mas, a despeito de toda a repressão existente na época, ele é um dos oradores no enterro do estudante Demócrito de Souza Filho, representando os concluintes de Direito do ano de 1945. O escritor iria preso, ainda, por integrar o GEPA, um Órgão criado por Miguel Arraes de Alencar, governador de Pernambuco, para assistir à população e ao trabalhador pobre do sertão.

Manoel Correia escreve a obra A terra e o homem no Nordeste, com o objetivo de esclarecer políticos e estudiosos acerca da reforma agrária. Apesar de ter sido elaborado por um professor universitário, trata-se de um trabalho mais militante que acadêmico. Por essa razão, o livro é apreendido após o golpe de 1964, uma vez que os militares o consideram como sendo um material de cunho subversivo. Segundo o próprio autor declararia, “o livro A terra e o homem no Nordeste lhe deu cargos importantes, elogios e prisões”.

O jovem professor conheceu vários países e realidades fora do Brasil: estudou na École Pratique de Hautes Études, na França; passou quinze dias em um congresso em Israel e viajou por todo o Estado; lecionou nas Universidades de Sukuba, no Japão, e na Universidade de Buenos Aires, na Argentina; deu palestras e conferências no Peru, no México, na Colômbia, na França e nos Estados Unidos (Califórnia), entre outros.

Fica difícil registrar em poucas linhas os inúmeros cargos, funções e homenagens que Manoel Correia teve, recebeu, e continua tendo e recebendo. Destacam-se: o título de Doutor Honoris Causa, por parte de três Universidades Federais (a do Rio Grande do Norte, a de Alagoas, e a de Sergipe), e pela Universidade Católica de Pernambuco; as funções de Chefe do Departamento de Geografia e História da Faculdade de Ciências Econômicas, da UFPE, e de Coordenador do Curso de Mestrado em Economia, da UFPE. Ele ganharia, inclusive, um verbete no Who´s who in Brazilian economic life.

Em 1984, Manoel Correia foi nomeado Diretor do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade (CEHIBRA), da Fundação Joaquim Nabuco, cargo que ocupou até 2003. O volume de sua produção científica foge dos padrões e limites dos demais membros da Academia Pernambucana de Letras. O incansável pesquisador possui mais de cem (100) livros e duzentos e cinqüenta (250) artigos publicados, inclusive muitos deles em várias línguas.

Em seus livros e nos artigos para jornais e revistas abordava temas que iam além das questões nordestina e brasileira. Porém sempre estão abordadas a questão ambiental, a questão regional, os movimentos sociais, a estrutura fundiária que considerava responsável pelas desigualdades sociais, a pobreza e a fome no Nordeste. Vale a pena registrar que, além de companheira de uma longa jornada, a sua esposa, Lurdinha, sempre foi uma de suas maiores colaboradoras, lendo e revisando todos os trabalhos que o autor escreve.

Compulsivo por leitura, Manoel Correia possuiu uma biblioteca particular avaliada entre trinta mil e quarenta mil obras. Comprometido com a reforma agrária, com um Brasil e um Nordeste, em particular, menos iníquos e mais desenvolvidos, Manoel Correia de Oliveira Andrade é uma referência inequívoca quando o assunto é Geografia brasileira e nordestina.

Segundo Maria Adelia Aparecida de Souza, professora titular aposentada da Universidade de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, "Ele foi um grande intelectual, geógrafo e historiador. Sua obra historiográfica é tão importante quanto a geográfica", e ainda segundo ela "foi um hojem aberto, progressista, com uma sensibilidade enorme para defender causas sociais". Morreu no Manoel Correia Andrade morreu em dia 22 de junho de 2007, no Recife, aos 84 anos, em conseqüência de problemas cardíacos, plena atividade intelectual. Deixou uma obra e um legado atemporal, essencial, e imprescíndivel para os amantes da ciência geográfica. Faz parte da plêiade dos grandes intelectuais pernambucanos. 👏👏👏👏👏👏

#centenariodemanoelcorreiadeandrade
#historiadopensamentogeograficonordestino
#GrandesIntelectuaisPernmabucanos

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes Consultadas:

📰 Agência Fapesp
🏫 Fundação Joaquim Nabuco
🖱️ Site da Universidade Federal de Pernambuco

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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