quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 29 de Fevereiro - Ano Bissexto

🌎 🌞 📆

🗓 29 de fevereiro é uma data que se repete a cada quatro anos, e existe para ajustar o calendário, impedindo que fenômenos astronômicos e estações fiquem “perdidos” no calendário. Na prática, a inserção desse dia tem por objetivo de corrigir o descompasso entre o calendário gregoriano e o ano solar, ou seja, o tempo que a Terra leva para completar uma órbita ao redor do Sol.

Segundo os astrônomos, o nosso planeta demora aproximadamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos, para completar a órbita, sobrando 6 horas a cada ano e logo, em 4 anos, teremos 24 horas extras. Ou seja: um dia a mais, fixado em 29 de fevereiro. Pode parecer bobagem, mas se não compensar, a cada quatro anos, essas "horas extras" bagunçaria até a nossa economia, pois aconteceria uma desconexão entre as datas do ano civil e as estações do ano. Isso atrapalharia a agricultura, por exemplo, e as datas de plantio e colheita.

Os anos bissextos (do latim “bis sextum”) foram incorporados no calendário pelo imperador Júlio César, que governou Roma de 49 a 44 a.C, criando o ano de 365 dias/12 meses, acrescentando um dia a cada 4 anos. Mais tarde, graças à Igreja Católica, o Papa Gregório XIII determinou a organização atual do tempo em 1582. Para corrigir os erros do calendário juliano, foram suprimidos 10 dias do calendário. Isso mesmo: depois do dia 4 de outubro de 1582, veio o dia 15 de outubro. Os dias 5 a 14 de outubro daquele ano simplesmente não existiram. A nova versão, chamada de calendário gregoriano, ficou mais precisa.

A escolha dos anos bissextos obedece a critérios matemáticos:

✅ os anos múltiplos de 400 são bissextos: 400, 1600, 2000, 2400...
✅ os anos múltiplos de 4 são bissextos, exceto se o ano for múltiplo de 100, mas não de 400
✅ não são bissextos anos ímpares, nem os anos pares que não forem múltiplos de 4

Quem nasce no dia 29 de fevereiro é registrado nessa data e, então, pode comemorar o seu aniversário no dia 28 de fevereiro ou no dia 1º de março, nos anos "comuns", e no próprio dia nos anos bissextos. Há pessoas que preferem comemorar no dia 28 de fevereiro, porque assim podem manter a comemoração no mês do seu nascimento.

Outras pessoas preferem comemorar no dia 1.º de março pelo fato de acharem que comemorar o aniversário antes da data dá azar. Ninguém pode mudar a data do seu aniversário, porque, de acordo com a Lei nº 12.662, de 5 de Junho de 2012, todas as pessoas devem ter uma declaração de nascido vivo com o dia e mês de nascimento exatos.

O 29 de fevereiro é o sexagésimo dia do ano do calendário gregoriano e só existe nos anos bissextos. Os próximos anos bissextos divisíveis por 4 serão 2028, 2032, 2036, 2040, 2044, 2048, 2052, 2056, 2060, etc... ✌️

#29defevereiro
#anobissexto
#estudosdecronologia
#calendariogregoriano

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 28.02.24 - 258 Anos do Nascimento do Padre João Ribeiro

💒💣 👊 👨🏻‍🦰 👊💣💒

✝️ Numa lápide da Igreja de Santa Isabel, no centro da cidade do Paulista, Pernambuco, repousa o crânio de um dos maiores revolucionários pernambucanos. Ele foi padre, maçom, exímio desenhista, homem de muita cultura e sabedoria. Um dos principais articuladores da Revolução Pernambucana de 1817, que explodiu em 6 de março do referido ano, quando José de Barros Lima, o Leão Coroado, matou a golpes de espada o brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de Castro encarregado de prendê-lo a mando do governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro.

João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, nascido no distrito de Tracunhaém, Capitania de Pernambuco, em 28 de fevereiro de 1766, é considerado o líder moral da Revolução Pernambucana, representando o clero no novo governo que foi formado após 6 de março de 1817. Coube a ele, juntamente com o pintor José Alves, criar uma bandeira que seria usada pela nova república.

A bandeira bicolor, predominando as cores azul e branca com sol, um arco-íris, uma cruz e três estrelas que representavam Pernambuco, a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Em 1917, esta bandeira foi oficializada pelo governador de Pernambuco Manuel Antônio Pereira Borba como bandeira oficial do Estado (com apenas uma mudança em relação à original: uma estrela em lugar de três).

Num ato extremo de coragem cívica, no dia 19 de maio de 1817, o padre João Ribeiro preferiu tirar a própria vida, enforcando-se, antes que seus algozes o fizessem. Mesmo após a morte, seu corpo foi profanado pelas tropas portuguesas a mando do vice-almirante Rodrigo Lobo, arrastado até o Recife, e sua cabeça ficou exposta no pelourinho do Recife durante dois anos.

Quase dois séculos depois, o crânio que restou do padre revolucionário, que durante anos esteve guardado no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), enfim recebeu uma sepultura cristã, em 29 de outubro de 2001, um gesto de respeito ao homem público e de ideal nacionalista. Anos atrás, 28 de fevereiro, sua data natalícia, era feriado municipal em Paulista-PE, apelidado injustamente de "feriado da cabeça do padre", o que não condiz com a relevância que o padre João Ribeiro possuí para a História do Brasil e de Pernambuco.

O legado do padre João Ribeiro não pode ser esquecido. Vai muito mais além do que uma lápide na principal Igreja da cidade ou do nome dado à mais alta honraria da cidade do Paulista: a comenda padre João Ribeiro. Ele teve papel fundamental na única revolta colonial que chegou ao poder antes da Independência, e que transformou Pernambuco num país durante 75 dias. 👊💪👊

#258anosdonascimentodopadrejoaoribeiro
#207anosdarevolucaopernambucanade1817
#historiadepernambuco

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre o padre João Ribeiro Pessoa, acesse as postagens do projeto Muita História pra Contar:







⏳#muitahistoriapracontar⌛

sábado, 24 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 24.02.24 - 2 Anos da Guerra na Ucrânia

👮‍♂️👮‍♂️👮🏻‍♂️ 🇷🇺 ⚔️ 🇺🇦 👨‍✈️👨🏻‍✈️👩🏻‍✈️

💣💥 Num dia como hoje, 24 de fevereiro, por volta da madrugada, tropas RUSSAS ultrapassavam as fronteiras da UCRÂNIA, na chamada "operação militar especial". Começava assim a Guerra na Ucrânia, que hoje completa dois anos deixando um legado de mortes e destruição no leste europeu, com milhares de fatalidades, impactos econômicos e geopolíticos no restante do planeta.

Dois longos anos se passaram desde 24 de fevereiro de 2022, que as crônicas recordam como "o dias mais longo para Kyiv", quando mísseis e fileiras de tanques russos deram início ao que se tornaria a invasão da Ucrânia. Um continente começaria novamente a contar os mortos, feridos, desaparecidos e sequestrados. O mundo aprenderia de forma dramática e rápida o nome de cidades como Bucha, Irpin, Borodyanka, Lviv. Em pouco tempo, voltaria a vivenciar o drama da destruição, da fome, do frio e da solidão.

A guerra na Ucrânia continua sem nenhuma perspectiva de término entre ucranianos e russos. A ONU (Organização das Nações Unidas) cobrou o fim imediato das ofensivas do exército de Vladimir Putin. Por todo o mundo o sábado foi marcado por manifestações de apoio à Ucrânia. Em Kiev, o presidente Volodymyr Zelensky recebeu apoio de líderes ocidentais contra a Rússia.

Vale lembrar que Rússia e Ucrânia já fizeram parte do mesmo bloco durante a Guerra Fria: o dos países socialistas, que se contrapunham aos Estados Unidos da América. A continuidade do conflito pode degenerar num confronto entre as forças da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte –, aliadas de Kiev, e as forças do Exército Russo comandadas por Putin. Como ambas possuem armamentos nucleares, a tensão gerada pelo conflito reacendeu temores que aparentemente haviam desaparecido com a queda do muro de Berlim, a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria (1945-1989). Um enfrentamento bélico entre duas superpotências nucleares, não terá vencedores, apenas vencidos, isso se alguém sobreviver a um hecatombe nuclear! 😱💥🌇🔥

#2anosdaguerranaucrania
#historiadasguerrascontemporaneas
#guerranaucrania

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre a guerra na Ucrânia, acesse:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 12.02.24 - 86 Anos do Nascimento de Martinho da Vila

🎶❤️🎤🎺 🧑🏽 🎷🎤❤️🎶

🎉🎼 Num dia como hoje, 12 de fevereiro, há 86 anos, nascia em Duas Barras, Rio de Janeiro, o cantor, compositor e escritor Martinho José Ferreira conhecido artisticamente como MARTINHO DA VILA, um dos grandes criadores do samba carioca e um dos maiores impulsionadores das relações culturais entre o Brasil e o continente africano.

Embora internacionalmente conhecido como sambista, com várias composições gravadas no exterior, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB e compositor eclético, tendo trabalhado com aspectos da cultura brasileira e criado músicas dos mais variados ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango, samba-enredo, toada e sambas africanos.

Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, Martinho mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas quatro anos. Quando se tornou conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela prefeitura em uma festa, e descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e hoje é o lugar que chama de "meu off-Rio".

Já na juventude, sua primeira profissão foi como auxiliar de químico industrial, função aprendida em curso intensivo do SENAI. Em 1956 Martinho serviu o Exército Brasileiro, prosseguiu na carreira militar, sendo promovido a cabo e depois a sargento. Durante 10 anos trabalhou como sargento-datilógrafo do Ministério da Guerra. Dizem que nessa época ela já compunha e datilografava algumas músicas nas horas vagas no quartel.

A carreira artística de Martinho da Vila surgiu para o grande público no III Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Record em 1967, quando concorreu com a música "Menina Moça". O sucesso veio no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançando a canção "Casa De Bamba", hoje um dos clássicos de Martinho. Seu primeiro álbum, intitulado Martinho da Vila (1969), já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo, além de "Casa De Bamba", canções como "O Pequeno Burguês", "Quem É Do Mar Não Enjoa" e "Prá Que Dinheiro".

Logo, Martinho da Vila tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros, além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o disco Tá Delícia, Tá Gostoso (1995) – o primeiro foi Agepê, que em 1984 vendeu um milhão e meio de cópias com seu álbum  Mistura Brasileira. A celebração do 75º aniversário do artista, bem como seus 45 anos de carreira, levou Martinho a receber o segundo volume da série Sambabook em 2013, depois de João Nogueira receber o original no ano anterior.

Seu álbum Lusofonia (2000) reúne canções de todos os países de língua portuguesa, enquanto seu disco mais recente é Rio: Só Vendo A Vista (2020). Já foi muito regravado por inúmeros artistas, principalmente Zeca Pagodinho e Alcione, e desde 1986 lançou livros dos mais variados gêneros. Martinho chegou a gravar com Nana Mouskouri um dueto de "Canta Canta Minha Gente", que virou Quand Tu Chantes em francês. Martinho da Vila é um representante legítimo da boa música brasileira. 👏👏👏👏👏👏

#86anosdemartinhodavila
#historiadosambabrasileiro
#MartinhodaVila

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

🖱️ Enciclopedia Itaú Cultural
🎼 Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

👉 Para saber mais sobre Noel Rosa, outro nome ligado ao samba, acesse:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

sábado, 10 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 10.02.24 - Centenário do Nascimento de Carlos Gonzaga

🎶💯🎙 👴🏾 🎸💯🎶

🎉🎂🎼 Num dia como hoje, 10 de feveiro, há exatamente 100 anos nascia no município de Paraisópolis, no Estado de Minas Gerais, José Gonzaga Ferreira, que ficaria nacionalmente conhecido como CARLOS GONZAGA, um dos pioneiros do rock brasileiro. Ele fez sucesso nacional, no final da década de 1950, com a versão da música “Diana” (gravação original de Paul Anka), e com outras versões, como “Oh Carol”, “Bat Masterson” e “Cavaleiros do Céu”. 

Antes de tornar-se nacionalmente conhecido, fez algumas apresentações amadoras em sua cidade. Na década de 1940, mudou-se para São Paulo (SP), onde participou pela primeira vez de um programa de calouros. Incentivado por colegas e amigos, continuou a participar de programas de calouros e ganhou várias vezes o primeiro lugar, o que fez com que fosse contratado como cantor fixo da Rádio Tupi. Lançou seu primeiro disco em 1958, intitulado “Quisera Te Dizer”.

Sua primeira incursão pelo rock aconteceu em 1957, com Você É O Meu Destino e Por Que Chorar? Versões, respectivamente, de Who’s Sorry Now, balada que fez sucesso com Connie Francis, e You Are My Destiny,  de Paul Anka. No ano seguinte, com a versão de Fred Jorge para Diana, de Paul Anka, Carlos Gonzaga disputava as paradas com Chega de Saudade, de Tom e Vinicius, a música que deflagrou a bossa nova. Seria o primeiro grande sucesso do rock no Brasil. Cely Campello estouraria no na seguinte com Estúpido Cupido, de Neil Sedaka e Howard Greenfield, também em versão de Fred Jorge.

Além de negro, Gonzaga era um ancião pelos padrões da época em que estourou artisticamente. Em 1958, estava com 34 anos (três anos mais velho do que Tom Jobim, e sete anos a mais do que João Gilberto). Tinha 43 anos, em 1967,  quando emplacou seu último sucesso, Juramento de Playboy (Pepe Ávila), no auge da Jovem Guarda.

Carlos Gonzaga viveu seus últimos dias na Itália, morando com a família, quando veio a falecer de causas naturais em 25 de agosto de 2023, aos 99 anos de idade. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Monumental da cidade de Velletri (RM) na Itália no dia 28 de Agosto de 2023, às 10h00 da manhã no horário local (5h da manhã no horário de Brasília). Até hoje, seus fãs saudosos lembram de suas músicas icônicas, que embalaram amores e romances durante décadas. 🎧💓🎵 👏🏽👏🏽👏🏽

#100anosdonascimentodecarlosgonzaga
#centenariodecarlosgonzaga
#historiadamusicabrasileira

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

💻 Wikipedia e site Teles Toques
🎼 Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

👉 Para saber mais sobre Jerry Adriani, outro nome ligado à Jovem Guarda, acesse:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 09.02.24 - Morre Jorge Rocha Leite

⏳🖤⌛ 👴 ⏳🖤⌛

✝️ LUTO 😞 Morreu hoje, dia 9 de fevereiro, o ativista político e professor JORGE ROCHA LEITE, que vinha enfrentando sérios problemas de saúde. Paulistense que amava sua cidade, era um assíduo frequentador do Clube de Campo Sítio do Pica-pau Amarelo em Paulista, onde se reunia com amigos de juventude.

Jorge Rocha Leite nasceu em 5 de junho de 1950, em Paulista. Filho de Bartolomeu Rocha Leite (Seu Rochinha) e Adeilde Batista Rocha (Dona Desinha). São seus irmãos: José, Josberto, Maristela, Maria das Graças, Josué, Bartolomeu, Maria do Socorro e Carlos Alberto.

Seu pai foi antigo morador da Rua Nova, nº 505 (atualmente Rua Siqueira Campos), ao lado da Igreja Santa Isabel, no centro. Foi mestre e gerente da tecelagem das fábricas Arthur (fábrica velha) e Aurora; depois gerenciou a Casa Funerária Braga (a primeira casa da Rua Nova, onde no passado foi o Tiro de Guerra 247 e atualmente é uma farmácia).

Do seu primeiro casamento como Wilde Gonçalves Cavalcanti, nasceram os filhos: Jorge Rocha Leite Júnior (Jorginho); Welna Gonçalves Rocha Leite e Eduardo Gonçalves Rocha Leite. Do seu segundo casamento com Sheila M. Santos, em 2012, nasceu Tainã Ria.

Estudou na Universidade de Pernambuco; fez Licenciatura em Matemática pela UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco). Como professor, lecionou no Colégio Municipal José Firmino da Veiga e no Fernando Ferrari, em Paulista; no Curso Elo, em Boa Viagem. Passou certo período em Brasília, onde foi assessor do ex Deputado Federal Roberto Freire.

Mais um brilhante paulistense que encerra com louvor e honra sua trajetória terrena. Seu legado nunca será esquecido. Que siga em paz! ✨ 👏👏👏

#morrejorgerochaleite 🖤
#lutoporjorgerochaleite 🥀
#adeusjorgerochaleite 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fonte consultada:

🖱️ Grupo Paulista - História & Memória (Facebook)

👉 Para saber mais sobre o mestre Márcio Gomes, outro grande paulistense, acesse:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 05.02.24 - 14 Anos do Assassinato de Alcides do Nascimento Lins

🖤📚🖊️🏫 👨🏾‍🦲 🏫🖋️📖🖤

✝️😭⚰️ Num dia como hoje, 5 de fevereiro, há 14 anos, na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, no Recife, era morto à tiros o jovem ALCIDES DO NASCIMENTO LINS, cuja trajetória ficou conhecida nacionalmente no dia 14 de julho de 2007 quando foi aprovado para o curso de Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com a nota mais alta entre os alunos oriundos de escolas públicas. A imagem de Alcides abraçado à sua mãe, Maria Luiza Ferreira do Nascimento, uma catadora de lixo, comoveu centenas de pessoas na época e foi destaque nos principais noticiários locais e nacionais, inclusive com uma reportagem no Fantástico.

Alcides do Nascimento foi estudante da Escola Martins Júnior, onde alimentava os sonhos de ser aprovado numa Universidade pública. Disciplinado e estudioso, ele vencia as adversidades impostas por sua condição social: negro, periférico, filho de uma catadora de lixo, sem muitos recursos. A luta do jovem estudante não foi em vão: sua aprovação em 1° lugar dentre os estudantes egressos de escola pública era a coroação de toda uma trajetória de persistência e dedicação aos estudos. O rapaz ganhou admiração e respeito na comunidade, sendo um exemplo para muitos jovens que viviam nas mesmas condições dele.

Faltava pouco para se graduar, e Alcides já estagiava na área de micologia com ênfase em Micologia Médica, quando a violência urbana, bateu à sua porta. Na noite de 5 de fevereiro de 2010, sua casa foi abordada por traficantes que procuravam outros jovens da comunidade de Torre, em Recife. Mesmo sem ter nenhum envolvimento com a criminalidade, Alcides foi morto por João Guilherme Nunes da Costa, um detento da Penitenciária Agroindustrial São João de Itamaracá (PAI-SJ) que havia fugido duas semanas antes, e que lhe desferiu dois tiros na cabeça.

João Guilherme e um menor de idade chegaram ao local sem saber em qual das duas casas apontadas pela população residiam quem eles realmente procuravam. Os dois questionaram onde se encontravam as pessoas que procuravam. Não obtendo resposta, ficaram inconformados. “Eles foram à casa ao lado que se encontrava fechada e em seguida retornaram à residência de Alcides querendo saber o paradeiro deles. Inconformados, diante da frustração de não terem encontrado quem queriam, executaram Alcides, numa demonstração de absoluto desprezo à vida humana.

João Guilherme foi levado à julgamento no 1º Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, sendo o Jurí conduzido pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti, que acolhendo os dispostos nos autos do processo condenou-o há 25 anos de prisão em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e emprego de meio que impossibilitou a defesa da vítima) e por corrupção de menores (um adolescente participou do crime). De acordo com a sentença, ele deverá ficar recolhido no presídio Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife.

Alcides do Nascimento recebeu várias homenagens após sua trágica morte. Uma delas, e talvez a mais significativa foi a de nomear a "Escola Técnica Estadual Alcides Nascimento Lins", em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, por iniciativa do então governador de Pernambuco na época, Eduardo Campos, que cometeu a gafe de não chamar Maria Luiza, mãe de Alcides, para subir ao palco no ato de inauguração. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nomeou o espaço criado para tentar garantir o bem-estar das pessoas que estão sob interdição judicial de "Núcleo da Família e Registro Civil da Capital Alcides do Nascimento Lins". O jornalista e escritor Raphael Guerra lançou em 2020 pela Editora da UFPE o Livro-reportagem "Alcides: o trágico fim de um sonho", sobre o estudante e sua trágica morte.

Em 2012, foi movida uma ação de indenização pedindo pensão vitalícia no valor de R$ 3,5 mil para a mãe de Alcides, que mesmo na condição de catadora de lixo, conseguiu que o filho estudasse e fosse aprovado para o ensino superior e já estava prestes a se formar. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou o pedido de uma indenização vitalícia. No entendimento do juiz André Carneiro de Albuquerqueque, "a omissão do Estado deve ser analisada em termos específicos, não cabendo se falar em condenação do ente público por falha generalizada na prestação do dever de segurança, sob pena de se elevar o Estado à condição de garantidor universal". De acordo com o TJPE, a decisão é passível de recurso de apelação para que o Tribunal de Justiça reavalie a questão.

As irmãs de Alcides Nascimento seguiram carreira acadêmica, conseguindo serem aprovadas também na UFPE. Maria Luiza Ferreira do Nascimento deixou de catar lixo, e até hoje convive com a dor da ausência do filho exemplar que teve. Sua fala é a mesma de centenas de mães que perderam seus filhos para a violência: "Ele era a luz da minha vida. A saudade ainda machuca demais. Quando Alcides morreu, eu também morri com ele". O assassinato de jovens negros nas periferias espalhadas no país continua até hoje... 😞😓😥😢😭

#14anosdamortedealcidesdonascimento
#historiadaviolenciaurbanapernambucana
#lutoporalcidadenascimento

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

💻 Portal NE10
📰 Jornal Diário de Pernambuco
🖱️ Sites Memória Globo e Jusbrasil

⏳#muitahistoriapracontar⌛


NOSSA LOGO OFICIAL DA REDE MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR

O projeto "MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR" surgiu da necessidade de levar às pessoas conhecimento e informação pautadas no conhecimento...