sexta-feira, 30 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 30.04.21 - 40 Anos do Atentado no Riocentro

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👊 🎶 Hoje completamos quarenta anos de um dos episódios mais emblemáticos do final da ditadura militar brasileira: o ATENTADO DO RIOCENTRO. Naquela noite aproximadamente 20000 pessoas estavam reunidas no show do dia dos trabalhadores promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade) com grandes nomes do cancioneiro popular, como Elba Ramalho, Alceu Valença, Chico Buarque, Beth Carvalho, Gal Costa, Gonzaguinha e Luís Gonzaga. Por volta das 21:15 uma bomba explodiu no interior do Puma marrom metálico de placa OT-0297, que estava no estacionamento, matando o sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário, de 35 anos, que a trazia no colo. A bomba também feriu gravemente o motorista e dono do carro, o capitão pára-quedista Wilson Luís Chaves Machado, de 33 anos, que servia no Departamento de Operações Internas — Centro de Operações para a Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército.

Às 21:45h uma segunda bomba explodiu na casa de força do Riocentro, lançada por cima do muro por militares do Exército, mas não chegou a provocar um blecaute. Minutos depois, um Opala branco estacionado num pátio reservado deixou o local, com seu ocupante gritando para um guarda: “Vocês ainda não viram nada! O pior vai acontecer lá dentro!” Gonzaguinha, cantor que performava no palco ao final do evento, ainda informou ao público: “pessoas contra a democracia jogaram bombas lá fora para nos amedrontar”.

O atentado ao Show no Riocentro seria mais um dentre a série de 46 atentados ocorridos nos oito primeiros meses de 1980 por grupos contrários à distensão dos militares no poder e contrários à abertura política iniciada por Ernesto Geisel e continuada por João Baptista Figueiredo, dentre eles podemos citar a carta-bomba detonada na sede da OAB no Rio de Janeiro que matou Lyda Monteiro da Silva, secretária da presidência da entidade; e outra carta-bomba no gabinete do vereador do PMDB Antônio Carlos de Carvalho, ferindo gravemente José Ribamar de Freitas, funcionário do escritório. Além de bancas de jornais e revistas que vendiam jornais considerados "subversivos" que foram explodidas pelos grupos de extrema-direita.

Antes do início do show, nos painéis de propaganda plantados no Riocentro foram feitas pichações com a sigla da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), organização de esquerda extinta em 1973. Desde o final da tarde, algumas placas indicativas da direção do centro de convenções também apareceram pichadas com essa sigla. É claro que o objetivo dos executores da ação era criminalizar as esquerdas pelo atentado, mas a farsa falhou consideravelmente.

Alguns fatos credenciaram as suspeitas da armação: no final da tarde do dia 30 de abril de 1981, os funcionários de um restaurante na estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, suspeitaram de um grupo de 15 fregueses armados que examinavam um mapa. Acreditando serem assaltantes de banco, os garçons chamaram a polícia, que apenas anotou as placas dos cinco carros, entre elas a do Puma OT-0297. Nessa mesma tarde, de Brasília, o coronel Newton Cerqueira, comandante da Polícia Militar (PM) carioca, telefonou para o chefe de seu estado-maior, o tenente-coronel Fernando Antônio Pott, ordenando-lhe que suspendesse o policiamento do show daquela noite no Riocentro e mantivesse apenas 60 homens de prontidão no quartel para qualquer emergência. No Riocentro, também na tarde do dia 30, a diretora de operações Maria Ângela Lopes Campobianco afastou o tenente César Wachulec da chefia da segurança do espetáculo, alegando que o funcionário tinha problemas de alcoolismo, e encarregou-o do controle das bilheterias. O lugar de Wachulec foi assumido por um mecânico sem experiência em segurança. Um mês antes, Maria Ângela já havia demitido o outro chefe de segurança.

Minutos antes do início do espetáculo, o guarda do estacionamento reservado aos ônibus viu dois carros atravessarem o canteiro e se dirigirem para o local, onde, depois, explodiria o Puma. Às 21 horas, quando começou o show, apenas cinco dos 28 portões estavam abertos. Os outros teriam sido trancados, o que impediria uma saída rápida dos espectadores em caso de emergência, provocada, por exemplo, por um corte de luz. A ideia era clara: provocar um tumulto que culminasse numa tragédia.

No dia seguinte à explosão, ao mesmo tempo que os jornais começavam a noticiar o episódio, o sargento Guilherme do Rosário foi enterrado com honras militares. O general Valdir Muniz, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, deu uma entrevista na qual qualificou o ocorrido como uma ação terrorista contra os dois militares. O coronel Newton Cerqueira, por sua vez, justificou a suspensão do policiamento do Riocentro no dia do show por se tratar de um evento da iniciativa privada. Menos de 24 horas depois do atentado, o ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, declarava que “a bomba explodiu no governo”.

Foi apenas em 1999 que o caso foi reaberto pela procuradora da República Gilda Berer. O sargento Guilherme Pereira do Rosário e o capitão Wilson Dias Machado, o ex-chefe da Agência Central do SNI, general Newton Cruz, e o ex-chefe da agência do SNI no Rio, coronel Freddie Perdigão, foram responsabilizados pelo crime. O Superior Tribunal Militar, no entanto, fez com que o caso fosse, novamente, arquivado, considerando que a decisão anterior decidiu por enquadrar o atentado à Lei da Anistia. Como consequência disso, os envolvidos não sofreram com nenhuma punição. 

O caso foi movido pelo Ministério Público Federal e novamente paralisado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em 2014. Naquele ano, o jornal O Globo também publicou um documento que mostrava que o presidente João Figueiredo e o general Danilo Venturini, chefe do Gabinete Militar da Presidência já sabiam do plano um mês antes dele acontecer. Mas a movimentação não parou por aí. Neste ano, em 28 de agosto, o ministro Rogério Schietti votou por sua reabertura. Mas, em 25 de setembro, por 5 votos a 2, a 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu negar a solicitação, fazendo com que o caso permaneça indefinido e os responsáveis não julgados pelo atentado. Cinco anos depois do atentado no Riocentro, os militares deixavam definitivamente o governo após 21 anos no poder. 👋🔰🇧🇷

#40anosdoatentadonoriocentro
#historiadoregimemilitarbrasileiro

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖱️ Sites da FGV-CPDOC, Revista Aventuras na História, e Memória Globo.

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quinta-feira, 29 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 29.04.21 - 6 Anos da Batalha do Centro Cívico em Curitiba

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💣 No dia 29 de abril de 2015, um confronto entre manifestantes e a Polícia Militar em Curitiba terminou com mais de 200 feridos (a maioria deles eram professores). O protesto, que reuniu uma multidão em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, foi motivado pela sessão de votação de um projeto de lei que alterava a previdência estadual. O conflito ficou conhecido como "Batalha do Centro Cívico".

Os manifestantes já estavam nas proximidades da Assembleia desde a noite anterior. Às 16h do dia 29, a Polícia Militar teria recebido ordens para avançar contra os professores, que estariam tentando ultrapassar a barreira humana feita pela corporação para proteger a sessão. Os policiais usaram bombas de gás, balas de borracha e jatos d'água para dispersar os manifestantes. Os professores recuaram, mas os policiais continuaram jogando bombas de efeito moral.

De acordo com a prefeitura de Curitiba, 213 manifestantes ficaram feridos. Além disso, 20 policiais tiveram ferimentos, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Alguns jornalistas que cobriam a manifestação também se feriram. Sete pessoas foram presas durante o tumulto. O governo do Paraná atribuiu o confronto a “manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais”. Beto Richa, então governador, culpou "arruaceiros e black blocs" que teriam partido para cima dos policiais.

A proposta do governo paranaense previa tirar 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo tesouro estadual e transferi-los para o Fundo de Previdência do Paraná, pago pelos servidores e pelo governo. A sessão terminou com a aprovação da lei. Os professores eram contra o projeto, argumentando que ele iria prejudicar a aposentadoria dos servidores "para salvar as contas do governo". A categoria representa 70% do funcionalismo estadual.

No início de 2016, o inquérito que investigava policiais por lesão corporal foi arquivado. No mesmo ano, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediria o arquivamento do inquérito que apurou a participação de black blocs na manifestação. Segundo o órgão, nenhum integrante do movimento foi identificado. Em 2017, uma ação cível pública aberta pelo MP-PR contra  Beto Richa por supostos atos de improbidade administrativa durante o confronto foi arquivada pela Procuradoria Geral da República. 👊👊🏽👊🏿

#6anosdabatalhadocentrocivico
#historiadaslutastrabalhistasbrasileiras

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HOJE NA HISTÓRIA - 29.04.21 - 30 Anos da Morte de Gonzaguinha

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✝️😭⚰️ Há exatamente trinta anos calava-se para sempre uma das vozes mais eloquentes da música popular brasileira. No dia 29 de abril de 1991 morria, em Renascença (Paraná), Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, mais conhecido como GONZAGUINHA, cantor e compositor brasileiro.

Nascido no Rio de Janeiro, no dia 22 de setembro de 1945, seu pai era o compositor pernambucano Luís Gonzaga e sua mãe Odaleia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. Ele ficou órfão de mãe com dois anos de idade. Foi criado pelos padrinhos. Com 14 anos compôs sua primeira canção “Lembranças da Primavera”. Com 16 anos foi morar com seu pai no bairro de Cocotá.

Nos anos 70 fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Esse grupo teve importante papel na música popular do Brasil e resultou no programa na TV Globo Som Livre Exportação. Em 1973 apresentou-se no programa Flávio Cavalcanti com a música Comportamento Geral, e ainda nesse ano gravou seu primeiro LP pela Odeon. Compôs diversas canções, entre elas, Começaria Tudo Outra Vez, Explode Coração e Grito de Alerta, que foram gravadas por grandes interpretes como Maria Betânia, Elis Regina, Simone, Fagner e Joanna. 

Por conta da sua postura contra o regime militar no Brasil, boa parte de suas músicas eram censuradas. Devido ao caráter social de suas composições, foi inúmeras vezes convocado para se apresentar no DOPS. Mais tarde, com o começo da abertura política, Gonzaguinha passou a usar um discurso mais suave. Em 1981 iniciou uma turnê com o show “Vida de Viajante”, que selou o reencontro de pai com filho. Em 2012, a história dos artistas ganha adaptação cinematográfica do diretor Breno Silveira, no filme Gonzaga – De pai para filho.

A obra de Gonzaguinha alia canções contestatórias, de teor político-social, com um repertório de apelo romântico que fez do compositor um sucesso de massa. Sua produção de início de carreira, no entanto, se destaca pelo caráter anticomercial. Por essa característica e pela fisionomia sisuda ganha o apelido de “cantor rancor”. De forma lenta e gradual, sua obra acompanha a abertura do cenário político. Sem abandonar a postura crítica, o compositor torna-se mais otimista, a exemplo da canção “E vamos à luta”, com a amargura de outros tempos dando lugar à esperança e à alegria, em “O que é, o que é”. 

Nos últimos doze anos de sua vida, Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte com a segunda esposa Louise Margarete e a filha Mariana. No dia 29 de abril de 1991, aos 45 anos, ele sofreu um acidente na BR-280, quando voltava de um show em Pato Branco, rumo ao aeroporto de Foz do Iguaçu. No aniversário dos seus 70 anos completados em 2015, a Universal Music lançou um álbum especial, intitulado “Presente”, reunindo duetos virtuais de Gonzaguinha com artistas da atualidade a partir do áudio recuperado das gravações originais do artista. Este álbum está disponível no Spotify. 👏👏👏👏👏👏

#30anosdamortedegonzaguinha
#historiadamusicapopularbrasileira

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quarta-feira, 28 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 28.04.21 - 76 Anos da Morte de Benito Mussolini

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💣 No dia 28 de abril de 1945, era assassinado, em Mezzegra, na Itália, BENITO AMILCARE ANDREA MUSSOLINI, político italiano considerado uma das figuras-chave da criação do Fascismo. Nascido no dia 29 de julho de 1883, em Predappio, ele se tornou primeiro-ministro italiano em 1922 e, mais tarde, recebeu do rei Vítor Emanuel III o controle supremo das forças armadas da Itália. Em 1940, ele levou a Itália à Segunda Guerra Mundial ao lado do Eixo.

Três anos depois de entrar na guerra, Mussolini foi deposto e preso em Gran Sasso. Contudo, pouco depois, foi resgatado pelas forças especiais alemãs. Depois disso, chefiou a República Social Italiana em partes do país que não haviam sido ocupadas por forças aliadas.

No final de abril de 1945, com a aparente derrota na Guerra, tentou fugir para a Suíça, mas foi capturado e executado próximo ao Lago de Como por guerrilheiros italianos. Seu corpo - assim como o de sua esposa Clara Petacci e outros companheiros - foi levado para Milão, onde foi pendurado de cabeça para baixo para a exibição pública e confirmação de sua morte. Até hoje não se sabe quem foi o autor dos tiros que matou Mussolini. ⚰️🩸🔫

#76anosdamortedemussolini
#historiadasegundaguerramundial

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HOJE NA HISTÓRIA - 28.04.21 - Dia Mundial da Educação

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🏫 O Dia Mundial da Educação foi instituído há 21 anos por líderes de 164 países – incluindo o Brasil – e simboliza o compromisso dessas nações com o desenvolvimento da educação até 2030. Celebrada há 21 anos, a data foi instituída na cidade de Dakar, no Senegal, durante a Cúpula Mundial da Educação, realizada de 26 a 28 de abril de 2000. No encontro foi assumido um compromisso de não poupar esforços políticos e financeiros para que a educação chegue a todas as pessoas do planeta. A Semana Mundial de Ação pela Educação ou Global Action Week for Education tem sido celebrada na última semana de abril, a partir da iniciativa da Campanha Global pela Educação ou Campaign for Education.

A data serve para incentivar e conscientizar a população sobre a importância da educação, seja escolar, social ou familiar, para a construção de valores essenciais na vida em sociedade e do convívio saudável com outros indivíduos. Muitas pessoas associam a palavra "educação" com o ambiente escolar, o que não deixa de ser correto, porém não deve ser apenas a escola o único instrumento importante de educação de uma criança ou jovem. A família é a base da formação educacional de uma pessoa, os pais ou responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais do indivíduo.

O dever do Estado é garantir condições para a formação educacional de todos os cidadãos, com qualidade e gratuitamente. O Brasil ainda enfrenta graves problemas com a qualidade do ensino e educação, no entanto o número de analfabetos caiu bastante nos últimos dez anos, segundo dados do Ministério de Educação e Cultura - MEC. No Brasil, a educação também é motivo de destaque no dia 25 de agosto, quando se comemora o Dia Nacional da Educação Infantil, a partir da Lei nº Lei 12.602/12, sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

✅ Frases sobre Educação:

📖 A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui.
✍️ Rousseau
📖 A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.
✍️ Aristóteles
📖 O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.
✍️ Immanuel Kant.
📖 Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.
✍️ Derek Bok
📖 A crise na educação do Brasil não é uma crise, é um projeto.
✍️ Darcy Ribeiro

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖱️ Site do calendarr.com

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HOJE NA HISTÓRIA - 28 de abril - Dia Nacional da Caatinga

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🌤️ Caatinga é o nome de uma região árida da região Nordeste do Brasil. Também é o nome da vegetação típica dessa região, que tem plantas com pouca folhagem e caule espinhento. A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, que se estende pela totalidade do estado do Ceará (100%) e mais da metade da Bahia (54%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e de Sergipe (49%), além de pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%). Ao todo, são 800 mil quilômetros quadrados de extensão.

A temperatura da região oscila entre 25°C e 29°C, o clima é semiárido e o solo é raso e pedregoso. Contudo, o tempo não permanece seco o ano inteiro. Há períodos de curta estação chuvosa, tempo suficiente para transformar a cor parda acinzentada da Caatinga em verde. As árvores e os arbustos ficam cobertos de flores e folhas. As espécies mais comuns dessa região são o xique-xique, a macambira, a catingueira, a jurema, o marmeleiro, o umbu, o pereiro, a javeleira, a umburana, o facheiro e várias outras.

Apesar de seca, a região não é inóspita. A Caatinga abriga diferentes espécies de lagartos, serpentes e outros animais, como o sapo-cururu, a asa-branca, o gambá, a cutia, o preá, o veado-catingueiro e o tatupeba. Devemos conhecer e preservar este bioma autenticamente nordestino. Viva a Caatinga! 🌵🐾🐐

#dianacionaldacaatinga
#biomasbrasileiros

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖱️ Enciclopédia Britannica Escola - Versão WEB.

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terça-feira, 27 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 27.04.21 - 500 Anos da Morte de Fernão de Magalhães

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✝️😭⚰️ Há exatos 500 anos morria um dos maiores navegadores portugueses do século XVI: FERNÃO DE MAGALHÃES que promoveu a primeira viagem ao redor do mundo. Ele e os marinheiros sob seu comando foram os primeiros europeus a atravessar o oceano Pacífico. Um dos navios da expedição completou a volta ao mundo, mas seu comandante Fernão de Magalhães foi morto antes de concluir a viagem.

Magalhães nasceu em Portugal, por volta de 1480, em uma família nobre. Como jovem marinheiro, participou das campanhas militares de Portugal na Índia e em outras regiões do Oriente. Destacou-se na conquista das Molucas, grupo de ilhas situado nas Índias Orientais, entre o sudeste da Ásia e a Austrália. As ilhas Molucas, chamadas pelos europeus de ilhas das Especiarias, produziam cravo, canela, pimenta e outras mercadorias de grande valor para os europeus.

Em Portugal, Magalhães não recebeu o reconhecimento que esperava; então, ofereceu seus serviços à Espanha. Ele pretendia atingir as ilhas das Especiarias navegando para o ocidente e não para o oriente como faziam os portugueses. Desde Colombo, cerca de 500 navios haviam tentado em vão achar uma passagem através do continente americano para chegar às aguas do oceano Pacífico.

A Armada das Molucas – cinco navios totalmente reformados, equipados com canhões – deixou Sevilha em 10 de agosto de 1519, partindo para Sanlúcar de Barrameda, no litoral do oceano Atlântico. De lá, a frota zarpou com cerca de 240 tripulantes em 20 de setembro. Atravessou o Atlântico e aportou no Brasil, na baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. Depois, desceu a costa da América do Sul em busca de uma passagem para o oceano que o espanhol Vasco Nuñez de Balboa avistara em 1513. Magalhães denominou-o oceano Pacífico.

A passagem foi encontrada no extremo sul da Argentina, ao sul do continente. Ali, o navegante português encontrou um arquipélago ao qual chamou Terra do Fogo (Tierra del Fuego), por que avistou fogueiras feitas pelos índios teuelches (caçadores nômades) ao longo da costa. Segundo um relato, os teuelches eram altos e tinham um físico forte, por isso Magalhães chamou-os patagones. A visão de um teuelche lembrou-lhe Patagón, um monstro com cabeça de cachorro do romance de cavalaria português Amadis de Gaula, do século XVI (afirma-se que a origem do nome da Patagônia, um planalto ao sul da Argentina, seja de patagones).

Ao iniciar a travessia do Pacífico, a frota estava reduzida a três navios. Após quase cem dias de viagem, Magalhães chegou às ilhas hoje conhecidas como Filipinas, mais precisamente em Mactan. Em 27 de abril de 1521, ele morreu em combate com um grupo de nativos, atingido por uma lança e um dardo envenenado, completando hoje 500 anos desse fato.

Depois da morte do comandante, os navios continuaram a navegar rumo ao oeste sob o comando do espanhol Juan Sebastián del Cano. Apenas a nau Victoria conseguiu cruzar o oceano Índico e contornar o cabo da Boa Esperança, no sul da África. Somente 18 pessoas (del Cano e outros 17 marinheiros) sobreviveram a viagem de Fernão de Magalhães e chegaram à Espanha no dia 8 de setembro de 1522, dentre eles o escritor italiano Antonio Pigafetta que fez um diário completo de toda a viagem. Desde meados do século XIX, a passagem ocidental homenageia Fernão de Magalhães com o nome Estreito de Magalhães. ⚓⛵⚓

#500anosdamortedefernaodemagalhaes
#historiadasgrandesnavegacoes

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segunda-feira, 26 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 26.04.21 - 35 Anos do Acidente Nuclear de Chernobyl

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🧯Em 26 de abril de 1986, completando hoje seus 35 anos, ocorreu o pior acidente nuclar da História em Chernobyl, numa usina próxima a Kiev, na Ucrânia. Os danos totais desse desastre ainda não foram totalmente calculados, mas especialistas acreditam que milhares de pessoas morreram e em torno de 70 mil sofreram envenenamento grave. Além disso, uma enorme área não poderá ser habitada por 150 anos. O raio de quase 29 km em torno de Chernobyl era residência de quase 150 mil pessoas que tiveram de ser permanentemente realocadas.

A União Soviética construiu a usina de Chernobyl, que possuía 4 reatores de mil megawatts, na cidade de Pripyat. À época de sua explosão, era uma das maiores e mais antigas usinas de energia nuclear do mundo. A explosão e a consequente fusão nuclear de um dos reatores foi um evento catastrófico que afetou diretamente a vida de milhares de pessoas. Ainda assim, o governo soviético manteve sua população e o resto do mundo desinformados em relação ao acidente até alguns dias depois. Contudo, dois dias após a explosão, autoridades suecas começaram a registrar níveis altamente perigosos de radioatividade na sua atmosfera. A partir daí, a notícia de que algo grave havia ocorrido não pode mais ser acobertada.

Anos depois, a história completa foi divulgada. Operários da usina estavam realizando testes no sistema. Eles desligaram o alarme e o sistema de refrigeração, ao contrário das regras estabelecidas, para a preparação dos testes. Mesmo quando sinais de alerta de superaquecimento perigosos começaram a surgir, os operários não encerraram o testes. Aumentaram os níveis de xenônio e, à 1:23 da manhã, a primeira explosão sacudiu o reator. Um total de três explosões acabou por detonar mil toneladas de aço no topo do reator. Estava começando o pior acidente nuclear da História.

Uma grande bola de fogo surgiu no céu. Chamas alcançaram mais de 300 metros do ar por dois dias, enquanto todo o reator entrava em fusão nuclear. Material radioativo foi atirado para o céu como fogos de artifício. Apesar do combate ao incêndio ter sido em vão, 40 mil pessoas não foram evacuadas até 36 horas depois da explosão. Uma chuva potencialmente letal caiu enquanto os fogos continuaram por oito dias. Diques foram construídos no rio Pripyat para conter os danos do fluxo de água contaminada, e a população de Kiev foi advertida para ficar dentro de casa, uma vez que a nuvem radioativa ia ao encontro delas. O desastre poderia ter sido pior se não fosse a ação dos liquidadores, bombeiros e operários da usina que entraram em ação nos primeiros momentos do desastre. Mais de 200 deles morreram por envenenamento radioativo.

Em 9 de maio, os operários começaram a revestir o reator em concreto. Em seguida, Hans Blix, da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) confirmou que aproximadamente 200 pessoas foram expostas diretamente e que 31 morreram imediatamente em Chernobyl. Os esforços para limpar a área e a exposição à radiação, no entanto, se mostraram ainda mais letais. Alguns dados estimam que 4 mil trabalhadores morreram de envenenamento radiativo. Más formações de bebês durante a gestação da região aumentaram drasticamente. O câncer de tireóide aumentou em dez vezes na Ucrânia desde o acidente.

A tragédia inspirou a HBO a produzir a série "CHERNOBYL" (EUA-UK, 2019) criada por Craig Mazin e dirigida por Johan Renck. Dividida em cinco episódios, a minissérie estreou em 6 de maio de 2019, nos Estados Unidos, sendo muito bem recebida pela crítica e pelo público. Na 71ª Cerimônia do Emmy Awards, Chernobyl recebeu dezenove indicações, vencendo nas categorias de "Melhor Minissérie", "Melhor Direção" e "Melhor Roteiro". A série foi inspirada na obra Vozes de "Tchernóbil: Crônica Do Futuro", publicado originalmente em russo em 1997 (no Brasil foi publicada em 2016 pela Companhia das Letras), escrito pela escritora bielorussa Svetlana Aliexévich que resgatou depoimentos de sobreviventes da tragédia.

Após o acidente na usina de Chernobyl, outros desastres envolvendo usinas nucleares, como Tokaimura (1999), Seversk (1993) e Fukushima (2011), além do acidente com o césio-137 na cidade brasileira de Goiania (1987) acirraram o debate entre pesquisadores, cientistas e ambientalistas sobre o uso da energia nuclear para a produção de eletricidade. No Brasil, as usinas nucleares de Angra I (1985) e Angra II (2001) produzem 3% da energia produzida no país (uma terceira usina vem sendo construída, mas sem previsões para conclusão). A chance de acidente nelas é muito baixa, mas os impactos seriam graves. Angra 1 e Angra 2 têm reatores diferentes do usado em Chernobyl. Já houve a tentativa de se instalar usinas nucleares em outros Estados, como em Pernambuco, na cidade de Itacuruba, mas o artigo 216 da Constituição do Estado de Pernambuco proíbe a instalação desse tipo de usina no Estado. ☢️😨☢️😨☢️

#35anosdoacidentedechernobyl
#historiadosdesastresnucleares

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 📺 Canal History Brasil. *Os dois últimos parágrafos são nossos. 🙂

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HOJE NA HISTÓRIA - 26.04.21 - 84 Anos do Bombardeio à Cidade de Guernica na Espanha

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⚰️😭 O que parecia ser mais um dia de feira na cidade basca de Guernica terminou numa das maiores carnificinas e covardia da História da Segunda Guerra Mundial. Foram 24 aviões, pilotados por homens das aeronáuticas da Alemanha e da Itália. Lentamente, alternando formações, voando a menos de 200 metros de altitude, eles gastariam três horas e 15 minutos sobre Guernica, entre 16h30 e 19h45 de 26 de abril de 1937. Quando eles se foram, mais de 70% da área urbana estava arrasada. Entretanto, as fábricas de armas que existiam na região ficaram intocadas e nenhum canal de acesso estratégico ou edifício governamental, industrial ou militar foi destruído.

O ataque massivo visava única e exclusivamente atingir locais frequentados pela população civil – em grande parte mulheres e crianças, já que os homens estavam fora, disputando a Guerra Civil Espanhola. Era um ensaio: na grande guerra que viria, realizar ataques massivos contra inocentes se tornaria prática corriqueira. Aconteceu em Londres, em Dresden, e, seu ponto culminante, em Hiroshima e Nagasaki. O ataque foi realizado em um dia estratégico: todas as segundas-feiras, os agricultores da região se reuniam (e até hoje se reúnem) na praça principal para vender seus produtos. Interessados na feira, visitantes dos vilarejos vizinhos eram recebidos na vila, passando horas a escolher o que levar para casa - nessas ocasiões, circulavam pelas ruas de Guernica mais de 10 mil pessoas. 

Ainda hoje não se sabe exatamente quantas pessoas morreram no episódio: as estimativas variam de 150 a 1.650 civis, e a conta mais aceita fica na casa dos 300. Mas não há a menor dúvida sobre os autores do massacre: o general Francisco Franco deu a ordem e escolheu o local, e seus aliados (a Alemanha e a Itália) cuidaram do resto. Franco liderava a Frente Nacionalista numa guerra contra os republicanos ligados a socialistas e anarquistas que estavam no poder desde 1936, e a guerra civil havia começado quando Franco e seus seguidores entraram em motim contra esse governo  "subversivo". O general venceria em 1939 e se manteria como ditador até morrer, em 1975.

Guernica não estava na linha de frente do conflito, mas era um ponto estratégico. Primeiro por sua localização ao norte da Espanha, nos arredores de Bilbao. Segundo, por ser uma área de tradição na fabricação de armas - as indústrias, não atingidas pelo bombardeio, seriam usadas pelos nacionalistas. Mas, principalmente: a cidade era a alma do País Basco. Abrigava a Gernikako Arbola, a árvore de Gernika (forma como os locais escrevem o nome da cidade): um carvalho que simboliza os desejos de autonomia do povo basco. E a oposição à independência dos bascos, catalães e galegos era um ponto crucial da ideologia nacionalista. Guernica seria rendida ao general Franco dias depois, em 29 de abril de 1937.

Guernica se recuperou do ataque. A cidade, que na época tinha 5 mil habitantes, hoje tem 16 mil e continua sendo referência para os bascos, e inclusive a grandiosa Gernikako Arbola continua em pé. A cidade mantém um Museu da Paz, que se dedica a debater os efeitos pavorosos dos conflitos militares, mas curiosamente não abriga a obra de arte que a consagrou no imaginário popular e transformou o bombardeio numa agressão impossível de esquecer.

A Guernica de Pablo Picasso nasceu em 1937. Entre 1939 e 1981, foi abrigada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York, a partir de onde viajou o mundo inteiro, incluindo o Brasil, na década de 1950. Só voltou para a Espanha depois do estabelecimento da democracia em 10 de setembro de 1981 (Picasso havia exigido que a obra só tocasse sua terra natal quando o país deixasse de ser uma ditadura). Desde 1991 permanece no Museu Rainha Sofia, em Madri. Os moradores de Guernica tentam há décadas, sem sucesso, ficar com a guarda do trabalho que eternizou seu sofrimento. 🇪🇸💀 🖼️ 💀🇪🇸

#84anosdoataqueaguernica
#historiadasegundaguerramundial

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📖 Créditos do texto 🖱 Site da Revista Aventuras na História.

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HOJE NA HISTÓRIA - 26.04.21 - 521 Anos da Primeira Missa no Brasil

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✝️📖 Há 521 anos, no domingo de Páscoa de 26 de abril de 1500, o Frei Henrique Soares de Coimbra celebrou a primeira missa em território brasileiro na praia da Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, no litoral sul da Bahia. Participaram da missa os portugueses que faziam parte da expedição, cuja maioria era composta por marinheiros. Cabral e Caminha também estavam presentes. Pero Vaz de Caminha cita a missa na sua carta sobre a chegada dos portugueses ao Brasil:

"Enquanto assistíamos à missa e à pregação, folgava na praia um grupo de gente […] com seus arcos e setas. E olhando-nos, sentaram-se. Depois de acabada a missa, quando estávamos sentados ouvindo a pregação, muitos deles levantaram-se e começaram a tocar corno ou buzina, saltando e dançando por um bom tempo. Alguns deles se metiam em jangadas – duas ou três que lá tinham – as quais não são feitas como as que eu já vi: somente são três traves, atadas entre si. E neles subiam quatro ou cinco, ou só que quisessem, não se afastando quase nada da terra, indo só onde dava pé".

Aparentemente alguns indígenas acompanharam pacificamente a missa católica, parecendo copiar os movimentos feitos pelos portugueses, como o de se sentar. Este fato, fez com que Caminha concluísse que a futura conversão dos nativos ao catolicismo seria uma missão fácil e tranquila.

A primeira missa no Brasil inspirou dois pintores, que produziram telas sobre o tema: Victor Meirelles que pintou em 1860 o quadro "A Primeira Missa no Brasil", baseado no relato da carta de Caminha e influenciado pelo romantismo europeu; e Candido Portinari que pintou a tela "A Primeira Missa no Brasil" em 1948 cuja característica era justamente o antinaturalismo em contraponto com a pintura de Meirelles. Ambas as obras fazem parte do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) localizado no Rio de Janeiro.

A realização do ritual católico foi o início do processo de evangelização dos povos indígenas no Brasil. A chamada cristandade colonial fazia parte do processo de expansão europeia dos séculos XVII e XVII com o claro objetivo de converter as populações nativas ameríndias ao Catolicismo, fosse espontaneamente ou pela força da espada. A ação da Companhia de Jesus, jesuítas, foi primordial na catequização, evangelização e conversão dos indígenas e na formação das chamadas missões jesuíticas. 🕯️🛐🕯️

#521anosdaprimeiramissanobrasil
#historiadocatolicismonobrasil

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domingo, 25 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 25.04.21 - 47 Anos da Revolução dos Cravos em Portugal

🇵🇹 🌸 👊 🎶 👊 🌸🇵🇹

🌸🔫 Em 25 de abril de 1974, jovens oficiais do exército se rebelaram e deram um golpe militar — conhecido como REVOLUÇÃO DOS CRAVOS —, derrubando a ditadura de Antônio Oliveira Salazar, que dominava o país desde 1926, mantendo-se como a mais longeva ditadura da Europa. 

Portugal derrubou a monarquia em 1910, pondo fim ao reinado de Manuel II, o "Desaventurado". Os militares tomaram o poder em 1926. Em 1932, assumiu o governo António de Oliveira Salazar, que instituiu o Estado Novo, um poder ditatorial que se manteve por 41 anos, mesmo após a morte de seu criador. Salazar instalou um regime inspirado no fascismo italiano. As liberdades de reunião, de organização e de expressão foram suprimidas com a Constituição de 1933.  

Portugal manteve-se neutro durante a Segunda Guerra Mundial. O fim do Estado Novo permitiu que as últimas colônias portuguesas conseguissem sua independência após uma longa guerra colonial contra a metrópole, e que Portugal mesmo se convertesse em um estado de direito democrático. A recusa em conceder independência às colônias africanas estimulou movimentos guerrilheiros de libertação em Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Em 1968 Salazar sofreu um derrame cerebral e foi substituído por seu ex-ministro Marcelo Caetano, que prosseguiu com sua política. A decadência econômica e o desgaste com a guerra colonial provocaram descontentamento na população e nas forças armadas. Isso favoreceu a aparição de um movimento contra a ditadura.

No dia 25 de abril de 1974, explode a revolução. A senha para o início do movimento foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, Grândula Vila Morena, de Zeca Afonso. As ações militares foram lideradas pelo comandante Salgueiro Maia, quem, à frente das forças da Escola Prática de Cavalaria, ocupou o Terreiro do Paço nas primeiras horas da manhã do dia 25. Posteriormente, o comandante Maia fez o cerco do quartel do Carmo, onde, com a renúncia do primeiro ministro português Marcelo Caetano, pôs-se fim ao regime salazarista. Após a deposição de Caetano, ele evadiu-se para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida pelo general António de Spínola.

Um dos grandes méritos da Revolução dos Cravos foi unir diferentes correntes políticas (as forças armadas, os comunistas, os socialistas, os ecologistas, os sociais democratas, os cristãos progressistas e o povo português) por um objetivo comum, que era derrotar o fascismo salazarista.

A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento. Uma nova Constituição foi criada e eleições livres aconteceram em 1976. Portugal hoje é membro da União Europeia e tenta equilibrar sua economia. 🇵🇹🌸🇵🇹

#47anosdarevolucaodoscravos
#historiadeportugal

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HOJE NA HISTÓRIA - 25.04.21 - 37 Anos da Derrota da Emenda Dante de Oliveira das Diretas Já

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👊👊👊 No dia 25 de abril de 1984, portanto há 37 anos, era rejeitada em Brasília a emenda constitucional que previa a realização de eleições diretas para presidente no Brasil, após 20 anos de ditadura militar. A sessão foi muito tensa. As galerias da Câmara dos Deputados estavam cheias e milhões de brasileiros estavam na expectativa pela volta do direito de eleger o mandatário do país. Por apenas 22 votos, os deputados rejeitaram a proposta.

A idéia do retorno imediato de eleições diretas para presidente da República começou a tomar força quando, em 1982, o governo Figueiredo restabeleceu — dentro da perspectiva de abertura política “lenta e gradual” que se desenvolvia desde o governo anterior — as eleições diretas para os governos estaduais. Essa medida contribuiu para o crescimento da força política dos partidos de oposição — Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Em março de 1983, por um acordo entre os partidos de oposição, o deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) apresentou ao Congresso Nacional uma emenda constitucional que propunha o fim do Colégio Eleitoral e o retorno das eleições diretas para presidente e vice-presidente para as eleições seguintes, previstas para 1985. Em maio de 1983, o deputado federal Ulisses Guimarães, presidente do PMDB, e representantes do PT compareceram a um debate político no auditório da Universidade de Goiânia. O grande tema do debate foi a possibilidade do retorno das eleições diretas para a presidência da República já no pleito previsto para janeiro de 1985. O evento atraiu grande número de pessoas, que, em seguida, ocuparam as ruas da cidade, podendo este ser considerado o primeiro e mais espontâneo comício pelas diretas.

O primeiro comício em favor da eleição direta aconteceu no município pernambucano de Abreu e Lima, em 31 março de 1983. No dia 27 de novembro o movimento pelas Diretas Já perdia um de seus baluartes: o senador alagoano Teotônio Vilela. Em setembro de 1983, os compositores Milton Nascimento e Fernando Brant lançaram em homenagem a Teotônio, O menestrel das Alagoas, cantada por Fafá de Belém, música que se transformaria, assim como Coração de estudante, em hinos da campanha das Diretas-Já. Várias capitais brasileiras receberam a caravana das Diretas, mais de quarenta manifestações divididas em comícios e passetas. Em 10 de abril de 1984, um milhão de participantes lotaram a Cinelândia, no Rio de janeiro. No dia 16 de abril, 1 milhão e 700 mil pessoas compareceram ao comício pró-Diretas no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Foi a maior manifestação pública da história do Brasil.

A campanha pelas Diretas Já conseguiu juntar vários setores da sociedade brasileira. Participaram partidos políticos de oposição ao regime ditatorial, além de lideranças sindicais, intelectuais, advogados, artistas, estudantes e jornalistas. Contou com o apoio de várias instituições, entre elas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Teve apoio de importantes nomes da política local e nacional como Tancredo Neves (governador de Minas Gerais), Franco Montoro (governador de São Paulo), Leonel Brizola (governador do Rio de Janeiro), Orestes Quércia, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Luiz Inácio Lula da Silva, Pedro Simon, , Miguel Arraes, José Richa, Ulysses Guimarães, Gérson Camata, Eduardo Suplicy, Roberto Freire, Luís Carlos Prestes, Jorge da Cunha Lima, Marcos Freire, Fernando Lyra, Jarbas Vasconcelos e Moreira Franco.

Infelizmente, a Emenda Dante de Oliveira não atingiu os 320 votos necessários para que fosse enviada ao Senado. Foram 298 votos a favor, 65 contra, e três abstenções. O governo militar fez pressão para esvaziar a votação e 113 deputados não apareceram para a sessão. O país amanheceu triste como se tivesse perdido uma copa do mundo. Mesmo permanecendo indiretas, as eleições pelo colégio eleitoral consagraram o candidato da oposição, o civil Tancredo de Alemida Neves, em 1985, que venceu o candidato apoiado pelos militares, Paulo Maluf, por 480 votos contra 180. Tancredo acabou não assumindo a presidência, pois adoeceu e morreu sem tomar posse no dia 21 de abril de 1985. Seu vice, José Sarney, se tornou o primeiro presidente pós-redemocratização.

Em 1989, cinco anos após a rejeição da emenda e um ano depois da promulgação da nova Constituinte em 1988, Fernando Collor de Mello venceu as primeiras eleições presidenciais após o regime militar com 35.089.998 votos no segundo turno contra Lula que ficou apenas com 31.076.364, realizada no dia 17 de novembro de 1989. Collor tornava-se assim o primeiro presidente eleito após o regime militar, mas não chegou a concluir o mandato, sofrendo um processo de impeachment e sendo afastado da presidência em 29 de setembro de 1992 (ele renunciaria ao cargo em 29 de dezembro de 1992). E Dante de Oliveira que deu nome à emenda? Ele continuou na política. Dante foi governador do Mato Grosso por dois mandatos, prefeito de Cuiabá, também por dois mandatos, e deputado federal. Faleceu em Cuiabá, em decorrência de uma infecção generalizada no dia 6 de julho de 2006, aos 54 anos de idade. 😞😓😥😢😭

#37anosdaderrotadasdiretasja
#historiadaredemocratizacaobrasileira

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HOJE NA HISTÓRIA - 25.04.21 - 1 Ano da Morte de Ricardo Brennand

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✝️😭⚰️ Há um ano que a cultura pernambucana ficou órfã de um de seus maiores incentivadores e anfitriões, quando perdermos para este vírus maldito RICARDO BRENNAND, fundador do Instituto Ricardo Brennand (IRB), uma sociedade sem fins lucrativos localizada no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, e presidida pelo empresário desde 2002. O espaço agrega a maior coleção mundial do pintor holandês Frans Post, primeiro paisagista das Américas e primeiro pintor da paisagem brasileira. Abriga ainda um dos maiores acervos de armas brancas do mundo, com mais de 3 mil peças, entre elas 27 armaduras medievais completas. Em 2017, o IRB foi eleito como o melhor museu da América do Sul pelo site mundial de viagens TripAdvisor.

Ricardo Coimbra de Almeida Brennand nasceu em 27 de maio de 1927. Além de investir em museus, o pernambucano também se dedicou ao ramo industrial de cimento, aço, vidro, porcelana e açúcar, entre outros negócios da família Brennand - descentes de imigrantes ingleses que vieram para o Nordeste no século XIX. Como hobby, ele passou a colecionar armas, adquirindo-as durante viagens na Europa ou na Ásia. Em 1990, vende suas ações e utiliza parte dos recursos para fundar o Instituto. Com ele, criou no Recife um polo turístico de reconhecimento internacional.

Além de colecionador de arte e empresário, Ricardo concluiu os cursos de engenharia civil e engenharia mecânica, ambos na Universidade Federal de Pernambuco. Entre 1937 e 1942, ele estudou no Colégio Marista, tendo sido aluno também do Colégio Oswaldo Cruz. Durante toda sua educação, foi acompanhado por uma orientadora que o ensinou a falar fluentemente as línguas inglesa e alemã.

Ricardo Brennand faleceu na madrugada do dia 25 de abril de 2020, aos 92 anos, por complicações causadas pelo novo coronavírus. Prestes a comemorar aniversário, ele estava internado no Real Hospital Português, no Recife, desde o dia 19. De acordo com fontes ligadas à família, o pernambucano recebeu tratamento em casa no início dos sintomas, mas precisou ser internado após uma piora. Ricardo tinha problemas pulmonares. Ele deixa a esposa, Graça Maria, e sete filhos. 🖼️😞😓😥😢😭

#1anodamortedericardobrennand
#lutonaculturapernambucana

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📖 Créditos do texto 📺 Site do Diário de Pernambuco

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sábado, 24 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 24.04.21 - 106 Anos do Início do Genocídio Armênio

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💀💀💀Quando mencionamos a palavra genocídio, logo nos vem a mente o holocausto dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial (shoah) ou a matança dos tutsis em Ruanda em 1994, mas poucos lembram ou citam o genocídio armênio, um dos episódios mais cruéis e ao mesmo tempo mais esquecidos na História do século XX.

A data de 24 de abril de 1915, completando hoje seus 106 anos, ficou conhecida como Domingo Vermelho pois marcou o primeiro dia do genocídio armênio. O extermínio sistemático daquele povo foi executado pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial. Na época, houve uma série de massacres e deportações de cidadãos daquele grupo étnico que viviam no país. Acredita-se que entre 600 mil e 1,5 milhão de armênios foram mortos entre 1915 e 1923. Este é considerado o primeiro genocídio da história do século XX.

Turcos, armênios e outros povos conviveram durante séculos no Império Otomano. Com o início da Primeira Guerra, o governo do país temia perder as terras ocupadas historicamente pelos armênios na Ásia Menor. Além disso, os armênios habitavam a fronteira entre o Império Otomano e a Rússia, o que interessava a ambos os países pela posição estratégica.

Os principais responsáveis pelo planejamento do genocídio teriam sido os membros do Comitê União e Progresso, partido político nacionalista que reunia os chamados “Jovens Turcos”. Para evitar a destruição do Império, eles alimentavam ideias que defendiam a união dos povos de raízes turcas (azerbaijanos, turcomanos, uzbeques, etc). Os armênios, povo não-turco e cristão, eram um empecilho físico a esse plano. 

Desde 1914, autoridades otomanas já haviam começado uma campanha de propaganda para descrever os armênios que viviam no Império como uma ameaça à segurança do país. Algumas vilas e cidades se rebelaram contra a violência imperial, mas foram sufocadas pelas tropas otomanas. Tais eventos foram usados como justificativa pelo governo dos Jovens Turcos para atacarem o povo armênio, afirmando que eram revoltosos e traidores.

No Domingo Vermelho, líderes da comunidade armênia que viviam em Constantinopla e outros locais foram presos e enviados para dois centros de detenção perto de Ancara. A partir daí, centenas de milhares de armênios foram deportados, sendo expulsos de suas casas e terras. Muitos morreram no caminho por fome, sede, inanição, doenças ou atacados pelas tropas que deveriam zelar pela sua integridade física.

A Turquia, o Estado sucessor do Império Otomano, nega o termo "genocídio" como uma definição exata para o que aconteceu. Nos últimos anos, o governo daquele país tem enfrentado seguidas reivindicações para reconhecer o episódio como tal. Até o momento, 29 países reconheceram oficialmente as execuções como um genocídio, uma visão que é compartilhada por muitos estudiosos e historiadores daquele período histórico.

A banda de Heavy Metal System of a Down, formada por descendentes de armênios, denuncia em várias de suas canções o genocídio armênio. Em 2015 Serj Tankian, vocalista da banda, lançou um vídeo com o título "100 Years", que presta uma homenagem aos 100 anos do genocídio. O tema do genocídio armênio é o plano de fundo para o triângulo amoroso que se desenvolve entre Mikael, um estudante de medicina armênio, Chris, um jornalista norte-americano residente em Paris, e Ana, uma artista nascida na Armênia criada na França, no filme "A Promessa" (The Promise. EUA, 2016) protagonizado por Oscar Isaac, Charlotte Le Bon e Christian Bale. A música tema desse filme (The Promisse) foi composta e gravada por Chris Cornell, que se suicidou-se em 2017. Os rendimentos da canção foram doados para a International Rescue Committee.

Hoje, dia 24 de abril de 2016, o presidente dos Estados Unidos John Biden reconheceu o genocídio armênio, irritando Tayyip Erdoğan, atual presidente da Turquia. Em 2015, o Senado brasileiro aprovou uma resolução reconhecendo o uso do termo genocídio para o massacre. Armênios em todo o mundo celebram hoje o "Dia da Memória do Genocídio". Um memorial para lembrar as vítimas do genocídio foi construído em 1967 na colina de Tsitsernakaberd em Yerevan. Até hoje, o Brasil NÃO reconheceu o genocídio armênio. 😞😓😥😢😭

#106anosdogenocidioarmenio
#historiadosgenocidiosdoseculoXX

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📖 Créditos do texto 📺 Canal History Brasil. *O último parágrafo é nosso.🙂

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🎼 MÚSICAS E FILMES QUE RELEMBRAM O GENOCÍDIO ARMÊNIO 🎞️

✅ Trailer do filme "A Promessa" (The Promise) => https://youtu.be/7YDOGWFMngE

✅ Clip da música tema do filme "A Promessa" interpretada por Chris Cornell => https://youtu.be/tEpwvvyrAJU

✅ Clip da música Church interpretada por Lawless, música do trailer do filme "A Promessa" (The Promise) => https://youtu.be/SROppS6dUck

✅ Clip da música 100 Years, composta por Serj Tankian and John Psathas na ocasião das comemorações dos cem anos do genocídio armênio => https://youtu.be/ijutthiyD2U

sexta-feira, 23 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 23.04.21 - 79 Anos da Morte de Olga Benário Prestes

🖤💪🔥 👩🏻 🔥👊🏼🖤

✝️⚰️🇨🇳 Há 79 anos, no dia 23 de abril de 1942, era executada nas câmaras de gás do campo de concentração de Bernburg, na Alemanha, a militante comunista alemã OLGA BENÁRIO PRESTES, juntamente com mais 199 prisioneiras. Olga era casada com Luís Carlos Prestes, e juntos com outros militantes da Aliança Nacional Libertadora, eles tentaram dar um golpe e derrubar Getúlio Vargas com o movimento que entrou para a História como o nome de Intentona Comunista de 1935.

Olga Benário nasceu em Munique, na Alemanha, em no dia 12 de fevereiro de 1908, oriunda de uma família de judeus de classe média. Membro do Partido Comunista alemão desde 1926, Olga trabalhou na legação comercial soviética em Berlim. Em 1928, participou do V Congresso da Juventude Comunista, em Moscou. De volta à Alemanha no ano seguinte, foi presa por três meses, acusada de atividades subversivas. Ao ser libertada, voltou para a União Soviética, onde passou a trabalhar na Internacional Comunista (Komintern), órgão que buscava conferir coesão aos diversos Partidos Comunistas espalhados pelo mundo. Na União Soviética conheceu Luís Carlos Prestes, destacado líder revolucionário brasileiro, que lá vivia desde 1931, casando-se com ele.

No ano de 1935, Prestes e Olga se envolveram no movimento chamado Intentona Comunista, que ocorreu no Rio de Janeiro, Natal e Recife. O Rio foi o palco mais cruel desta tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Entre um dos fatos mais dramáticos, está a tentativa de conquistar o Regimento de Aviação no Campo dos Afonsos, para capturar aeronaves e bombardear o Rio de Janeiro. Contudo, as forças do governo conseguiram evitar que isso ocorresse. Não demorou muito, o movimento foi reprimido. Getúlio Vargas perseguiu e prendeu os envolvidos. No ano seguinte, Prestes perdeu a patente de capitão e ficou nove anos na prisão. No ato de sua captura, Olga salvou-lhe a vida, colocando-se na frente dos guardas de Felinto Muller que armados recuaram de atirar nela para atingir Prestes. Muller era um antigo desafeto de Prestes, desde os tempos da coluna Prestes, quando ele foi expulso pelo próprio Prestes sob a acusação de desviar dinheiro da coluna.

Olga estava grávida de Prestes e alegava querer a criança nascida no Brasil, o que impedia, por lei, a sua deportação. Vargas, entretanto, estava colocando em rumo um projeto autoritário nacional, que o afirmaria ditador em 1937 (Golpe do Estado Novo). No ano anterior, porém, ele já faria esse ato de cumplicidade com o regime nazista, que era bem visto por alguns de seus ministros, como Muller, Góes Monteiro e Gaspar Dutra. Então, após discussões políticas e jurídicas, alegando estar encaminhando a grávida para um hospital, o regime brasileiro lançou Olga em um navio e a mandou para a Alemanha.

Olga Benário foi entregue à Gestapo, a temida polícia secreta dos nazistas e encaminhada para o campo de Barnimstrasse, onde deu luz à sua filha: Anita Leocádia Prestes, batizada com o nome da mãe de Prestes. Leocádia Prestes, sua sogra, começou junto com o movimento esquerdista internacional fez uma ampla campanha para conseguir a guarda de Anita que estava junto com a mãe no campo de prisioneiras.

Entre as transferências que Benário sofreu, ela acabou no campo de concentração de Ravensbrück, onde, por conta de pressões internacionais, a administração foi obrigada a dar privilégios para ela, como o aumento do tempo em que ela esteve com a cria. Foi justamente lá que Anita Leocádia Prestes cresceu os primeiros meses, antes de sua avó conseguir sua custódia. A ideia dos nazistas era dar a criança à mãe de Olga, Eugênia Benário, uma conservadora, mas ela não quis. Então, Olga e Leocádia iniciaram uma campanha para conseguir a libertação e o exílio da prisioneira. A Gestapo parecia estar disposta a negociar uma saída de Olga da prisão para qual fora transferida em Berlim, apontando que ela fosse enviada apara o México. Mesmo que Leocádia tivesse conseguido um visto, o governo alemão se recusava a oficializá-lo. A espera dos documentos, ela foi enviada de volta a Ra­vensbrück, mas com o início da guerra e as artimanhas políticas da Alemanha, tornou-se impossível que ela fosse liberta.

Olga passou a exercer uma liderança entre as próprias prisioneiras no campo, sendo escolhida pela SS para ser chefe do bloco (blokova), mas o colaboracionismo de Olga com as prisioneiras a fez perder o cargo, voltando a ser tratada normalmente, sendo ofendida, espancada e obrigada a trabalhar. E ficaria ainda pior. Em outubro de 1941, Hitler ordenou “a deportação de todos os judeus alemães”, o que levou à seleção das mulheres para campos na Polônia. Consciente do extermínio, Benário perdeu todas as esperanças. Ela foi enviada para o campo de Bernburg no início de 1942, e assassinada numa câmara de gás aos 34 anos.

Após a Segunda Guerra Mundial, Olga seria cultuada na Alemanha Oriental como mãe vítima do nazismo. Seu nome foi emprestado a inúmeras praças e ruas tanto na Alemanha como no Brasil e sua efígie consta em selos e moedas. Sua história está contada em vários livros: “Olga” (Companhia das Letras, 328 páginas), do brasileiro Fernando Morais, e “Olga Benario - A História de uma Mulher Corajosa” (Alfa-Omega, 304 páginas, tradução de Reinaldo Mestrinel), da alemã Ruth Werner, e "Olga" - uma comunista nos arquivos da Gestapo (Boitempo, 144 páginas) escrito pela sua própria filha: a historiadora Anita Leocádia Prestes. Baseado no livro de Morais, Jayme Monjardim dirigiu a cinebiografia OLGA, lançada nos cinemas brasileiros pela Lumière, em parceria com a Globo Filmes.

Antes de morrer Olga escreveu sua última carta, ao qual reproduzimos seu último parágrafo:

"Querida Anita, meu querido marido, meu Garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça, pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que esforço-me para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nos últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas… Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijo-os pela última vez". 😞😓😥😢😭

#79anosdamortedeanitaleocadiaprestes
#historiadasmulheresrevolucionarias

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HOJE NA HISTÓRIA - 23 de abril - Dia Mundial do Livro

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) escolheu o dia 23 de abril para celebrar o dia do Livro e do Autor, porque nesse mesmo dia morreram o poeta espanhol Garcilaso de la Vega, o poeta inglês Shakespeare, e foi sepultado o novelista espanhol Miguel de Cervantes (estes últimos no mesmo ano, 1616). Existem diferentes formas de celebrar este dia, um exemplo é na Catalunha, onde se comemora o dia de San Jordi e é costume trocar livros e rosas. Em muitos outros lugares são feitas conferências, colóquios com escritores e realizadas diversas atividades e exposições de livros. Esta importante iniciativa busca ser promovida em 80 países, entre milhões de pessoas, incluindo aqueles que vivem em condições de pobreza e sofrem violência, pretendendo que o livro suponha sua liberdade e um estímulo para lutar por um mundo melhor.

Num país que pretende aumentar os impostos sobre os livros, e facilitar o acesso da população às armas de fogo, fica clara e evidente a intenção de manter o povo alienado e ignorante, facilmente manipulado e enganado. Nunca é demais lembrar os sábios versos do poeta abolicionista Castro Alves:

Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!

📖✍🏼 Castro Alves ALVES, C., Espumas Flutuantes, 1870.

#diamundialdolivro
#maislivrosmenosarmas

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📖 Créditos do texto 📺 Canal History Brasil. *O último parágrafo é nosso. 🙂

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quinta-feira, 22 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 22.04.21 - 521 Anos da Chegada dos Portugueses ao Brasil

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🌊 Hoje completamos 521 anos da chegada da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral no entardecer do dia 22 de abril de 1500, fato este que o senso comum denominou de "Descobrimento do Brasil", assim ensinado durante anos nas escolas e compênios de História. Cabe, entretanto, uma nova abordagem deste termo à luz de novas descobertas e releituras de documentos históricos que permitem afirmar que NÃO HOUVE DESCOBRIMENTO, uma vez que Cabral sabia exatamente o que estava fazendo e quais os motivos para fazê-lo. Abaixo, pontuo os argumentos que desmontam mais uma fake consagrada dos livros de História:

✅ 1° Antes da chegada ao Brasil em 1500, Portugal e Espanha já disputavam as terras além-mar quase chegando ao confronto após Portugal se recusar a aceitar a bula inter coetera elaborada pelo papa Alexandre VI (que era espanhol) que estabelecia o limite de 100 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde para Portugal e o restante para a coroa espanhola, o que na prática significava que todo o território americano seria da ESPANHA! Por que os portugueses insistiram em não aceitar essa bula? E o imbróglio acabou com o Tratado de Tordesilhas assinado em 1494, que aumentou o limite para 370 léguas para Portugal.

✅ 2° Antes de Cabral vários navegadores estiveram na costa brasileira: um português, Duarte Pacheco Pereira (1560-1533), e dois espanhóis, Diego de Lepe (1460-1515), e Vicente Pinzón (1462-1514) que chegou a batizar o atual Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco de Cabo de Santa Maria de La Consolación em 26 de janeiro de 1500.

✅ 3° A carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro documento "oficial" sobre o Brasil não revela em nenhum momento surpresa ou espanto dos portugueses ao encontrarem a costa brasileira, o que demostra claramente que Cabral sabia perfeitamente o que estava fazendo e onde estava navegando. Não há na carta nenhuma menção às calmarias da costa africana, o que desmonta mais um mito: o de que eles se desviaram da rota original de Vasco da Gama para evitá-las.

🎪 CONCLUINDO - nem descobrimento, nem "cobrimento", o Brasil foi mesmo é INVADIDO, OCUPADO, DOMINADO E TOMADO dos povos indígenas, estes sim os verdadeiros donos da terra. O termo mais correto é "chegada dos portugueses ao Brasil" ou "tomada de posse do Brasil pelos portugueses". Se não for melhor a explicação de um indígena Kaimbé quando durante a assembleia do povo Xokó deixou bem claro que "o Brasil não foi descoberto, o Brasil foi roubado". 😤😤😤

#521anosdainvasaodobrasil
#conquistasimdescobrimentonao

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HOJE NA HISTÓRIA - 22.04.21 - 151 Anos do Nascimento de Lênin

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🤨 Há 151 anos nascia aquele que seria o principal articular do movimento bolchevique que conseguiu derrubar o governo de Kerenski e instaurar o primeiro governo socialista da História: LÊNIN. Esse nome desperta amor e ódio, paixão e aversão. O que todos tem em comum: a certeza de que estamos falando de um líder verdadeiramente revolucionário.

Lênin nasceu em Simbirsk, na Rússia. Seu nome de registro era Vladimir Ilitch Ulianov. Na época em que nasceu, a Rússia era governada por um czar e muitas pessoas estavam insatisfeitas com o modo como ele governava. Vladimir Ulianov fez o curso de direito na Universidade de Kazan, mas foi expulso por participar de um protesto. De volta a casa, leu os escritos de um pensador  de Karl Marx, sobre o socialismo. Vladimir começou a pensar em derrubar o czar e instituir esse sistema na Rússia.

Tendo se tornado advogado em 1892, Vladimir trabalhava paralelamente para disseminar as ideias marxistas. Por isso, foi detido em 1895 e mandado para a prisão. Em 1897, foi cumprir pena na Sibéria, perto do rio Lena. Depois disso ele adotou o nome de Lênin, numa referência ao rio. Em 1903, os seguidores das ideias de Marx, que ficaram conhecidos como marxistas, dividiram-se em dois grupos na Rússia. Lênin ficou do lado dos bolcheviques, contra os mencheviques.

Quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Lênin convocou os trabalhadores do mundo inteiro a mudar o governo de seus próprios países em vez de lutar contra os estrangeiros. Em outras palavras, ele os convocou para a revolução interna em seus países, abandonando a guerra que estava ocorrendo entre várias nações. Em 1917, irrompeu uma revolução em Petrogrado (hoje São Petersburgo), na Rússia. A Revolução Russa forçou o czar Nicolau II a abdicar do trono. Logo os bolcheviques assumiram o comando da revolução e Lênin tornou-se chefe do novo governo, de orientação socialista.

Muitos russos discordaram do governo de Lênin e combateram as suas tropas numa guerra civil, mas foram derrotados. Em 1922, formou-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). Ela começou com a união de quatro países sob um mesmo regime e cresceu até se tornar um único país de proporções continentais, somando quinze repúblicas submetidas a um só comando central.

Lênin foi um líder forte: não permitia oposição a seu governo. Porém enfraqueceu depois de sofrer uma série de acidentes vasculares cerebrais (derrames). Morreu depois do último deles, no dia 21 de janeiro de 1924, aos 54 anos. Seu corpo até hoje pode ser visitado no mausoléu em sua homenagem construído nas proximidades da Praça Vermelha, na Rússia. 🙋🏽‍♂️🔨 🇨🇳 🙋🏼‍♀️🔩

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HOJE NA HISTÓRIA - 22 de Abril - Dia da Terra

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🌱🪶🐾 Somos filhos da terra. A mesma terra que nos viu nascer e crescer, é a mesma que guardará nosso corpo quando cessar a nossa existência. A terra é a fonte primária de todas as coisas. Dela recebemos todos os recursos para a sobrevivência: ar, água, solo... que se transformam em alimento, sustento, moradia, bens materiais e tudo mais que precisamos para continuar nossa aventura humana no planeta. De graça recebemos e ainda assim não preservamos, nem respeitamos. Desmatam as florestas e matas, poluem os oceanos, mares e rios; contaminam o solo e os aquíferos que ficam abaixo dele. O planeta pede socorro. Não temos outra casa no Universo. Ou cuidamos do nosso planeta ou estaremos condenados à extinção. Pensem nisso. 🌳🐰🍃🕸️🐋

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#Earth'sDay
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quarta-feira, 21 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 21.04.21 - 229 Anos da Morte de Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes

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👊💣 Seu verdadeiro nome era Joaquim José da Silva Xavier. Ele era alferes do regimento que atuava na região das Gerais. Exerceu várias profissões, mas a que ficou mais conhecida foi a de cirurgião-dentista, numa época em que simples cáries eram resolvidas na base do boticão. Tiradentes era leitor assíduo de Rousseau, um dos filósofos da Ilustração (Iluminismo) e de outros autores do pensamento liberal da época. Pregava abertamente contra o governo português e defendia a instauração de uma república na região das Minas Gerais, com a capital em São João Del Rey. No grupo dos conjurados mineiros era um dos poucos que defendia a abolição dos escravos. Consta nos Autos da Devassa que ele teria declarado que "se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria" para salvar seus companheiros.

A sua execução em praça pública, seguida de esquartejamento, não arrefeceu a vontade dos brasileiros de se libertarem do jugo português, conquistada anos depois por um príncipe que era herdeiro do trono português! A cabeça de Tiradentes foi roubada do pelourinho e nunca mais foi encontrada. A casa em que ele viveu foi destruída e salgada. Seus descendentes foram considerados infames.

A reabilitação de Tiradentes veio apenas no final do período imperial. Os republicanos o transformariam num mito, numa época em que precisavam de heróis que exalassem nacionalismo para consolidar a recém-instaurada República. Pedro Américo, pintor paraibano, o imortalizaria na famosa pintura a óleo sobre tela "Tiradentes Esquartejado", que hoje pertence ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, Minas Gerais. O quadro retrata Tiradentes com feições cristônicas, exagerando nos longos cabelos e barbas, incompatíveis com uma cena real de execução por enforcamento, cuja primeira providência era cortar os cabelos dos condenados para que não enrolassem na corda durante o processo. Tiradentes é metaforseado numa espécie de Cristo dos trópicos, que deu sua vida pela liberdade! Embora, não tenha sido o único a ser executado por defender ideias republicanas e emancipacionistas ainda no período colonial.

Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento, e os soldados Lucas Dantas de Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens tiveram o mesmo fim quando se rebelaram em Salvador naquela que ficaria conhecida como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates em 1798. O comerciante português Domingos José Martins, os padres Miguel Joaquim de Almeida e Castro (frei Miguelinho) e José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (padre Roma), o militar José de Barros Lima (Leão Coroado) foram alguns dos condenados e executados em Pernambuco, após declararem-se independentes em 1817. A árvore da liberdade foi regada com sangue de muitos revolucionários. Tiradentes foi apenas mais um deles, embora seja o único mártir lembrado quando se fala da independência.

O feriado de Tiradentes foi estabelecido em 1965, pelo presidente marechal Castelo Branco, que sancionou a Lei Nº 4897. Seu nome está no Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria no Panteão da Pátria Tancredo Neves, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ele é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil. Sua vida inspirou poetas como Cecília Meireles, quando escreveu o célebre "Romanceiro da Inconfidência" em 1953 e cineastas que revisitaram os sonhos dos conjurados mineiros em várias películas que vão desde "Os Inconfidentes", de Joaquim Pedro de Andrade, em 1972, ao recente "Joaquim", de Marcelo Gomes, de 2017. A maioria da população entretanto, carente de formação e informação, segregada cada vez mais de uma boa Educação, privilégios de poucos abastados, ignora quem seja Tiradentes e qual seu papel na História brasileira. Infelizmente, o feriado virou mais um dia de folga, praia, pelada com os amigos, barzinho, etc... ⚽🥃⛱️

#229anosdamortedetiradentes
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HOJE NA HISTÓRIA - 21.04.21 - 61 Anos da Fundação de Brasília

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Brasília, a nova sede do governo federal do Brasil, foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960, completando hoje seus 61 anos. Projetada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a moderna cidade, única e singular, foi construída a partir do zero, no meio do nada, para tornar-se não apenas a capital de um país, mas também um marco histórico magnífico.

A ideia de estabelecer uma capital no interior do país era antiga. Em 1761, o Marques de Pombal já havia feito essa proposta. No século seguinte, José Bonifácio, o patriarca da Independência, também defendia essa possibilidade. A primeira Constituição da República, de 1891, estabeleceu legalmente a região onde deveria ser instalada a futura capital. Mas Brasília só começaria a sair do papel por iniciativa do presidente Juscelino Kubitschek, em 1956.

Brasília tornou-se, formalmente, a terceira capital do Brasil, depois de Salvador e Rio de Janeiro. O projeto foi concebido para refletir a fé do Brasil no futuro, ideia incorporada em edifícios de vanguarda e projetos urbanos avançados. Atualmente, Brasília é o lar de quase 3 milhões de pessoas. Em 1987, a cidade foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Brasília foi pensada estrategicamente para ser a capital do Brasil, por ser afastada do litoral, colocada na região central do país e portanto impulsionaria o desenvolvimento daquela região, e com uma disposição de ruas e avenidas que privilegiam o automóvel e não o pedestre, o que possibilita um melhor controle de entrada e saída. Ao seu redor, surgiram as chamadas cidades-satélites: Taguatinga, Sobradinho, Gama, Guará, Ceilândia, marcadas pela miséria e pobreza, habitadas em sua maioria pelos descendentes dos trabalhadores e operários migrantes do norte e nordeste, principalmente, que com suor e labuta construíram Brasília, e que ficaram conhecidos como candangos. A capital da República Federativa do Brasil presenciou fatos históricos importantes de nossa História, como por exemplo, a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o golpe militar e a instauração do regime militar em 1964, a campanha pelas diretas já em 1984, a Assembleia Constituinte de 1987 e a promulgação da nova Constituição em 1988, e os impeachments de Fernando Collor (1992) e de Dilma Rousseff (2016). 🇧🇷⏳🇧🇷⌛🇧🇷

#61anosdebrasilia
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HOJE NA HISTÓRIA - 21.04.21 - 36 Anos da Morte de Tancredo de Almeida Neves

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✝️😭 Há 36 anos o país chorava a morte do primeiro presidente civil eleito após o regime militar de 1964, aquele que representou para muitos o sonho da redemocratização, o conciliador TANCREDO DE ALMEIDA NEVES. Ele nasceu no dia 4 de março de 1910 em São João del Rei (MG), onde começou a carreira política como vereador. Foi eleito deputado estadual (1947-1951), deputado federal em cinco legislaturas e senador (1979-1983). Também foi ministro da Justiça de Getúlio Vargas (junho de 1953 a agosto de 1954), tendo passado pela grave crise política que levou Vargas ao suicídio. Em seguida, foi diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais (1955-1956) e do Banco do Brasil (1956-1958), além de secretário de Finanças de Minas Gerais (1958-1960) e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (1960-1961). Em setembro de 1961, assumiu como primeiro-ministro do governo parlamentarista de João Goulart, cargo que ocupou até 26 de junho de 1962. Após passar por várias legislaturas como deputado federal e também uma como senador, em 1982, foi eleito governador de Minas Gerais pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Renunciou ao governo estadual em agosto de 1984 para disputar a presidência da república pelo colégio eleitoral, em janeiro de 1985. Venceu a eleição contra Paulo Maluf por 380 votos contra 180, a primeira realizada democraticamente após 21 anos de regime militar, mas adoeceu gravemente na véspera da posse. Foi primeiramente atendido no Hospital de Base de Brasília, sendo posteriormente transferido para o Instituto do Coração em São Paulo. Alguns dias antes de sua morte, o fotojornalista Gersávio Batista fez várias fotos retratando-o com a cabeça meio caída, sentado em sua casa. O intuito era criar um ar de alto-astral, como se ele tivesse se recuperando. Porém, o efeito foi contrário: mórbido e cadavérico, o rosto frio do presidente não enganou ninguém. No dia 21 de abril de 1985, às 22:30 o porta-voz da presidência Antônio Brito fez o seguinte pronunciamento em cadeia nacional: "Lamento informar que o Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Tancredo de Almeida Neves, faleceu esta noite no Instituto do Coração, às 10 horas e 23 minutos". Ao final da transmissão, uma bandeira do Brasil foi exibida ao som do Hino Nacional interpretado pela primeira vez numa voz feminina como solista, a cantora Fafá de Belém. A morte de Tancredo Neves após sete cirurgias e 38 dias de uma dolorosa agonia causaram comoção nacional. A versão oficial informava que Tancredo fora vítima de uma diverticulite, mas apurações posteriores indicaram que se tratava de um leiomioma benigno, mas infectado. Os médicos esconderam até o fim a existência de um tumor, devido ao impacto que a palavra câncer poderia provocar à época. Multidões foram às ruas acompanhar seu féretro (dois milhões nas ruas da capital paulista). Em Belo Horizonte durante os funerais, uma grade protetora se deslocou e quatro pessoas morreram pisoteadas. Aos prantos e emocionada, Risoleta Neves, viúva de Tancredo Neves foi à sacada do prédio para pedir calma à multidão. Tancredo Neves foi sepultado em São João Del Rei, sua cidade natal. A música Coração de Estudante, composta por Wagner Tiso originalmente para homenagear outro mineiro, Teotônio Vilella, e que ficou famosa na voz de Milton Nascimento, tornou-se uma espécie de hino patriótico em louvor a Tancredo. E tocava a todo instante no rádio e na tevê e era cantada e assobiada por milhares de brasileiros. Os últimos dias de Tancredo foram retratados no longa "O Paciente - o caso Tancredo Neves" (BRA, 2018), baseado no livro homônimo do historiador Luís Mir, dirigido por Sério Rezende. Mesmo sem nunca ter tomado posse, Tancredo Neves é oficialmente reconhecido como um dos ex-presidentes do Brasil. Nas palavras do historiador Marcos Antônio Villa "Tancredo simbolizava uma união do país pelo retorno da ordem democrática". 😞😓😥😢😭

#36anosdamortedetancredoneves
#historiarepublicanabrasileira

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terça-feira, 20 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 20.04.21 - 132 Anos de Nascimento de Adolf Hitler

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💣 O homem mais odiado da História se estivesse vivo completaria hoje seus 132 anos. Estamos falando de ADOLF HITLER que governou a Alemanha entre 1933 e 1945 e se autodenominava Führer (“líder”). Foi responsável por um dos maiores genocídios da história, além de desencadear a Segunda Guerra Mundial. Hitler acreditava que os alemães eram uma raça pura e tinham nascido para dominar outros povos. Também julgava que o povo judeu não tinha lugar na sociedade. Essa ideia provocou o Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram mortos.

Adolf Hitler nasceu em Braunau-am-Inn, na Áustria, de família alemã. Cresceu em Linz, também na Áustria. Queria ser seguir a carreira artística e ser pintor. Tentou ingressar na Academia de Belas-Artes de Viena por duas vezes, mas foi reprovado. Perdeu o pai aos 9 anos e a mãe quando tinha 19. Sem recursos, viveu em dificuldade, dependendo, durante um período, de caridade. Por volta de 1913, aos 24 anos, mudou-se para Munique, na Alemanha. Quando a Primeira Guerra Mundial começou, em 1914, ingressou no exército alemão como voluntário. Foi ferido, depois promovido, e recebeu condecorações por bravura.

Após a guerra, Hitler entrou para um pequeno agrupamento político em Munique. Em 1921, assumiu o controle do que já era o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. As palavras em alemão (National Sozialistische) acabaram gerando a abreviatura “Nazi”, que resultou no termo “nazismo”. Em 1923, Hitler organizou uma insurreição, que fracassou  (o putsch de Munique). Foi condenado a seis anos de prisão, mas foi libertado após oito meses. Saiu da cadeia com o texto de seu livro Mein Kampf (Minha luta) pronto. Estavam ali expostos os fundamentos de seu pensamento político: nacionalismo, antissemitismo, anticomunismo e a crença na superioridade da raça ariana. A necessidade da Alemanha se rearmar, de buscar a autossuficiência econômica e de suprimir o sindicalismo também estava ali explicitada.

Em 1930, Hitler adquiriu a nacionalidade alemã. Em 1932, o partido nazista era a maior agremiação política do Reichstag. Em 1933, Hitler tornou-se chanceler, ou líder, da Alemanha. Em 1934, já dominava completamente o país. Ele criou então o que chamou de Terceiro Reich. Deu início à expansão militarista alemã e colocou suas crenças em prática. Em pouco tempo, os judeus não tinham mais permissão de possuir seus próprios negócios ou de frequentar certas escolas. Muitos foram presos e enviados para campos de concentração.

Quando a Alemanha invadiu a Polônia, em 1° de setembro de 1939, começou a Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, Hitler acelerou sua campanha contra os judeus. Muitos deles foram mortos pelos nazistas nos campos de concentração. Outros morreram enquanto realizavam trabalho escravo. O extermínio de judeus ficou conhecido como Holocausto. Em 1944, as forças aliadas que lutavam contra a Alemanha, a Itália e o Japão começaram a virar o jogo. Cercado pelas forças soviéticas, Hitler se matou a tiros em 30 de abril de 1945, no bunker da Chancelaria de Berlim. 

Seus últimos momentos foram retratados no filme "A Queda! As Últimas Horas de Hitler" (Der Untergang. ALE-ITA-AT, 2004) cujas cenas viraram paródias espalhadas no YouTube. Como seu corpo foi incinerado, o que tornou impossível sua identificação, há quem afirme que ele escapou e terminou seus últimos dias escondido no interior da Argentina. 🔥👨‍🦰🔥

#132anosdenascimentodeadolfhitler
#historiadosgrandesditadores

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HOJE NA HISTÓRIA - 20.04.21 - 22 Anos do Massacre de Columbine

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📐📏📚🖊️No dia 20 de abril de 1999, há 22 anos, o mundo recebia a notícia do massacre de Columbine, uma escola no Colorado, nos Estados Unidos. Dois estudantes, um de 17 e outro de 18 anos, invadiram o local com armas e bombas, tirando a vida de 12 alunos e de um professor. Após o ataque à escola, que tinha ao todo 1.965 alunos, os dois se mataram na biblioteca, deixando um bilhete com os seguintes dizeres: "Não culpem mais ninguém por nossos atos. É assim que queremos partir".

Considerados bons alunos e de classe média alta, os assassinos eram aparentemente adolescentes típicos. Contudo, não eram populares na escola e preferiam computadores aos esportes. Eles pertenciam a um grupo chamado Máfia da Capa Preta e mantinham sites e diários em que confessavam seu ódio a quem os ridicularizava na escola. Os dois compraram as armas pela internet e também encontraram na rede a receita para a fabricação de bombas.

Os assassinos invadiram a escola por volta de 11h30, atirando a esmo. A SWAT só invadiu o local às 16h, quando encontrou os corpos dos garotos na biblioteca. A polícia também fez uma busca para desativar bombas que os dois teriam deixado pelo caminho. O massacre foi tema de alguns trabalhos no cinema, como o documentário Tiros em Columbine (2002), do cineasta Michael Moore, e também o filme Elefante (2003), do cineasta Gus Van Sant.

No Brasil, os registros desse tipo de massacres são menos frequentes, mas nos últimos 20 anos ocorreram ao menos seis tragédias expressivas, três delas no Estado de São Paulo, contando com a de Suzano (2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil), uma no Rio de Janeiro (2011, na escola Tasso da Silveira, no Raelengo, que completou dez anos no último dia 7 e foi citada em nosso projeto Muita História pra Contar), e uma em Minas Gerais (2017, o vigia noturno da creche Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente ateou fogo em dezenas de crianças entre quatro e seis anos). Nos Estados Unidos novos casos posteriores a Columbine ocorreram em Virginia Tech (Virgínia), 2007 – 32 mortos, Newton (Connecticut), em 2012 – 26 mortos, e Parkland (Flórida), em 2018 – 17 mortos. Em comum vários casos de bullying sofrido pelos autores dos atentados quando estes ainda eram estudantes. As novas regras que facilitam o acesso às armas de fogo no país acendem o alerta para novos tipos de ataques em escolas brasileiras. 😞😓😥😢😭

#22anosdomassacredecolumbine
#historiadosgrandesatentados

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segunda-feira, 19 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 19 de Abril - Dia do Índio

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✅ Anualmente lembramos no dia 19 de abril como sendo o Dia do Índio, nomenclatura equivocada que não contempla a diversidade de centenas de povos indígenas, das mais mais variadas etnias e nações, que habitavam o nosso país muito antes da chegada dos colonizadores em Pindorama (nome indígena do Brasil). O Dia do Índio foi instituído pelo presidente Getúlio Vargas (que hoje completa 139 anos de nascimento) por meio do decreto-lei 5.540, de 1943. A data foi proposta em 1940 pelo Congresso Indigenista Interamericano, que ocorreu no México.

✅ Os indígenas brasileiros foram representados nesse congresso por Edgar Roquette-Pinto, antropólogo, etnólogo e estudioso dos povos indígenas e membro do Conselho Nacional do Serviço de Proteção ao Índio. Enquanto isso, o Chile era representado por Venancio Coñuepán Huenchual, de ascendência mapuche e que era deputado e ministro da República do Chile. Vejam que diferença... O Brasil só aderiu às propostas do congresso graças à intervenção do marechal Cândido Mariano da Silva Rondon,, que tinha origem indígena por seus bisavós e chegou a criar em 1910 o Serviço de Proteção ao Índio, que depois viria a se tornar a atual Funai.

✅ Apesar de pouco lembrada, antes de negra e africana, a escravidão brasileira foi indígena. A escravização dos índios começou imediatamente após a chegada dos portugueses. O primeiro navio da história brasileira a cruzar o Atlântico com pessoas escravizadas levava indígenas e não africanos. Em 1511, a nau Bretoa, de propriedade do florentino Bartolomeu Marchionni e do cristão-novo Fernando de Noronha, chegou a Portugal com uma carga de papagaios, peles de onça pintada, toras de pau-brasil e 35 indígenas cativos. Quatro anos mais tarde, 85 índios brasileiros eram vendidos como escravos em Valência, na Espanha.

✅ Em 1545, a capitania de São Vicente, no litoral paulista, comanda por Martim Afonso de Sousa, tinha cerca de 3.000 nativos escravos, que trabalhavam em seis engenhos de açúcar e suas lavouras. A primeira atividade econômica da atual cidade de São Paulo foi a compra e a venda de seres humanos. Segundo o historiador Luiz Felipe de Alencastro, São Paulo nasceu como uma “feira de trato”, onde indigenas capturados pelos bandeirantes no interior do Brasil eram comercializadores. A bandeira de Raposo Tavares (foto), que partiu de SP em 1628, escravizou entre 40 mil e 60 mil índios num período de apenas dois anos.

✅ Durante séculos a história indígena foi silenciada e ignorada nos livros de História. Nem mesmo a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, sancionada pelo presidente Lula, que contempla a obrigatoriedade de incluir no currículo oficial da rede de ensino a  temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” conseguiu mudar isso. No dia do índio, ainda existem escolas que insistem em pintar de guache os estudantes, fazer cocar de papel, e ainda cantar musiquinha da Xuxa (affs), reforçando ainda mais os estereótipos. Os povos indígenas carecem de terem seus direitos respeitados conforme disposto no artigo 231 que reconhece aos índios sua "organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens".

✅ De Tibiriça a Arariboia, de Cunhambebe a Felipe Camarão, de Sepé Tiaraju a Raoni, temos cinco séculos de extermínio, genocídio, mas também de luta e resistência. Se antigamente os indígenas tinham que lutar contra bandeirantes e colonos, hoje a luta é contra os grileiros, os posseiros, os latifundiários que invadem suas terras. Além disso, existem as contemporâneas missões religiosas neopetencostais que demonizam os pajés e sua ligação com o sagrado, repetindo o que os jesuítas fizeram ao longo dos séculos. Aos verdadeiros donos da terra, os primeiros habitantes, verdadeiros fundadores do que hoje se chama Brasil, nossa solidariedade e sobretudo respeito pela causa indígena! 👊👊👊

#diadoindio
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O projeto "MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR" surgiu da necessidade de levar às pessoas conhecimento e informação pautadas no conhecimento...