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💣 Os elevados montes Guararapes, localizados em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife, situados a 18 Km ao sul da capital pernambucana foram o palco de duas batalhas que decidiram os rumos da ocupação holandesa em Pernambuco, iniciada em 1630 e continuada com a gestão do príncipe alemão João Maurício de Nassau Siegen, contratado pela Companhia das Índias Ocidentais para administrar os domínios recém conquistados. Nassau seria demitido em 1644 sob a acusação de gastar demais com a "cidade Maurícia", como ele mesmo denominou o Recife na época, mas os novos governantes não souberam dar continuidade à política amistosa desenvolvida entre Nassau e os senhores de engenho, fundamental para manter a estrutura agromanufatureira da cana-de-açúcar. A perseguição aos senhores de engenho, por causa das dívidas para com a Companhia, e aos católicos, devido à intolerância religiosa, criou um clima de revolta muito grande entre os luso-brasileiros, originando um movimento popular para expulsar os holandeses: a Insurreição Pernambucana. Seus líderes representavam as principais camadas sociais da população da época que formaram uma coalização militar para derrotar e expulsar os flamengos. O primeiro grande embate nos montes Guararapes se deu em 18 e 19 de abril de 1648 quando os holandeses foram surpreendidos e sumariamente atacados pelas forças comandadas por Francisco Barreto de Menezes, André Vital de Negreiros, e Henrique Dias. As tropas holandesas, lideradas por Von Schkoppe, perderam 1038 dos 4500 combatentes, sendo 515 mortos. Acostumados a guerra em campo aberto na Europa, os holandeses se viram em desvantagem às técnicas de guerrilha adotadas pelos luso-brasileiros. Sitiados em Recife, aos holandeses só restava uma saída: o mar; e numa manobra desesperada e arriscada moveram suas tropas na madrugada do dia 18 para o dia 19 de fevereiro de 1649. Acuados pelos luso-brasileiros, os holandeses foram encurralados e recuaram mais uma vez para o Recife. A segunda batalha dos Guararapes deixou mais de mil holandeses presos ou mortos. Travada entre coqueiros e manguezais, Guararapes inspirou artistas como Victor Meirelles de Lima que retratou os momentos épicos em uma majestosa tela e o sambista Martinho da Vila que compôs o samba-enredo "Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade" que representou a Unidos de Vila Isabel no desfile de 1972, de onde se tiram os seguintes versos: "Aprendeu-se a liberdade combatendo em Guararapes, entre flechas e tacapes, facas, fuzis e canhões. Brasileiros irmanados, sem senhores, sem senzala, e a Senhora dos Prazeres transformando pedra em bala". A expulsão dos holandeses, no entanto, representou o início do fim da hegemonia açucareira no nordeste brasileiro. Os invasores saíram, mas levaram consigo mudas de cana-de-açúcar, que foram plantadas nas suas colônias, nas Antilhas. A concorrência com o açúcar antilhano foi fatal para a economia açucareira, pois os holandeses passaram a dominar todas as etapas da produção do açúcar, desde o plantio até o refino e a distribuição no mercado europeu. A descoberta de ouro na região das Gerais (Minas Gerais) no final do século XVII foi o golpe final para a decadente agromanufatura açucareira. 🎋💰🎋
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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