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⛓️⛓️ A renúncia de Jânio Quadros (25/8/1961) colocou o Brasil numa situação de instabilidade política. Setores conservadores, políticos udenistas como Carlos Lacerda, e militares não aceitavam João Goulart, vice-presidente eleito pelo PTB varguista, para suceder à Jânio. No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola liderou um movimento chamado "cadeia da legalidade", disposto a ir até as últimas consequências para garantir a posse de Jango. A solução para o impasse foi Jango assumir com menos poderes, com a implantação do parlamentarismo, e Tancredo Neves ficou com o cargo de primeiro-ministro. O parlamentarismo seria derrotado no plesbicito em 6 de janeiro de 1963. Jango estava disposto a levar a cabo seu projeto reformista chamado de "reformas de base", proclamado no celébre "Comício das Reformas" no dia 13 de março de 1964 quando subiram no mesmo palanque Jango, Brizola e Miguel Arraes.
A resposta dos conservadores, anticomunistas e reacionários viria no dia 19 de março com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, a passeata dos 500 mil que abriu caminho para o golpe planejado, na prática, no dia 28 de março, em Juiz de Fora, numa reunião com os generais Olímpio Mourão Filho e Odílio Denys e o governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto. A data acordada para o início da mobilização militar e tomada do poder seria 4 de abril. Entretanto, na madrugada de 31 de março, Mourão Filho, numa atitude intempestiva, deslocou suas tropas de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro. O Congresso providenciou medidas para legalizar o golpe, declarando a vacância do cargo presidencial. As principais cidades do país foram tomadas por soldados armados, tanques e jipes. Governadores opositores do golpe como Brizola e Arraes foram depostos e presos. No dia 1° de abril, a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio de Janeiro foi incendiada.
Desde a destituição de João Goulart (Jango) até a reabertura democrática, em 1985, seriam 21 anos de autoritarismo. Nesse período o Brasil foi governado pelos generais Humberto de Alencar Castello Branco (15/4/1964 a 15/3/1967), Arthur da Costa e Silva (15/3/1967 a 31/8/1969), Emílio Garrastazu Médici (30/10/1969 a 15/3/1974), Ernesto Geisel (15/3/1974 a 15/3/1979) e João Baptista de Oliveira Figueiredo (15/3/1979 a 15/3/1985). Apenas com a eleição pelo colégio eleitoral em 1984 de Tancredo Neves e José Sarney, o ciclo de generais-presidentes foi quebrado. Entre os militares defensores do regime de exceção instaurado em 1964, o golpe era chamado de "revolução" ou " contrarrevolução", movimento respaldado pela força dos quartéis, com apoio de segmentos da sociedade civil.
Eram aliados dos militares os grandes proprietários rurais, a burguesia industrial paulistana, grande parte das classes médias urbanas, além de setores conservadores e anticomunistas da Igreja Católica e é claro apoio velado dos Estados Unidos. O golpe estabeleceu um regime autoritário, nacionalista e alinhado politicamente com os Estados Unidos e o anticomunismo. Houve profundas modificações políticas e sociais no país. O chamado "milagre econômico" resultou em grande endividamento externo e aumento das desigualdades sociais. Apesar da afirmação do ministro Delfim Netto de que era preciso "Fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo", isso nunca aconteceu, pois "o bolo cresceu, mas nunca foi dividido"!
O regime militar de 1964 estabeleceu uma ditadura que, ao longo dos anos, endureceu, culminando com perseguições políticas, prisões, tortura e censura. Militares e agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) passaram a combater qualquer manifestação contrária ao governo. O golpe de 1964 foi apoiado por jornais como O Globo, Jornal do Brasil e Diário de Notícias. A data oficial do golpe, 31 de março, é contestada por historiadores, que apontam para o dia 1° de abril, o dia da mentira, por isso refutada pelos militares. Os historiadores argumentam que até o dia 1° de abril, Goulart ainda ocupava a presidência. 😞😓😥
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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