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✅ 25 anos depois, a pergunta para um dos crimes mais emblemáticos da história policial, e porque não dizer política, brasileira permanece sem uma resposta consensual: "quem matou PC Farias?" PAULO CÉSAR FARIAS, de 50 anos, foi morto com um tiro no peito, em 23 de junho de 1996 em sua casa da Paria de Guaxuma, em Maceió. Seguranças de PC encontraram seu corpo às 11 horas, ao lado do da namorada Suzana Marcolino, de 28 anos, também morta com um tiro no coração. A primeira versão dada foi de crime passional. Suzana teria matado PC Farias e se suicidado depois. Na época PC Farias estava em liberdade condicional, após passar dois anos e dois meses preso, após ser condenado em 1994 pelo STF por falsidade ideológica e sonegação fiscal (a pena completa era de sete anos e quatro meses em regime fechado).
PC Farias era o homem forte do governo Collor. Era reconhecido como o tesoureiro de campanha – e responsável por arrecadar verbas – ou amigo íntimo do ex-presidente. Viveu nos bastidores até outubro de 1990 quando foi acusado de usar de sua influência para pressionar a BR Distribuidora a ceder um empréstimo de US$ 40 milhões para a Vasp. A denúncia resultou na demissão do presidente da Petrobrás, Luiz Octávio da Motta Veiga, que qualificou as condições do empréstimo como “inaceitáveis”. Motta tirou PC Farias das sombras em que vivia, e mostrou que ele sua atuação em articulações nada transparentes.Depois da denúncia, PC Farias nunca mais voltou para os bastidores, mas seus negócios nunca foram inteiramente esclarecidos.
“O projétil transfixou o lóbulo superior do pulmão esquerdo, deu continuidade à sua trajetória em direção ao mediastino, transfixou o mediastino posterior, arrebentou a aorta, lesionou a veia cava, bateu em seguida no corpo vertebral ao nível torácico, Depois passou entre o corpo torácico e um tecido extremamente resistente que o envolve. Em seguida, atingiu o arco costal, fraturou-o, modificou a sua trajetória pela segunda vez e foi parar onde foi encontrado”. Esta era a argumentação do legista Badan Palhares, responsável pela autópsia, para sustentar a tese de assassinato seguido de suicídio.
George Sanguinetti, coronel da reserva da PM de Alagoas e professor de medicina legal, questionou o laudo pericial feiro por Palhares. Para ele, PC Farias não teria morrido no local onde o corpo foi encontrado. Teria sido arrastado para dentro do quarto, e sua namorada não teria cometido o suicídio. Sanguinetti apontou várias inconsistências no laudo de Palhares, como por exemplo, a altura de Suzana que não batia com a tragetória dos disparos encontrados. Em 1999, a disputa entre laudos e legistas extrapolou a discussão científica. Sanguinetti chegou a acusar Badan de ter recebido R$ 400 mil para que forjasse o laudo e acusou o irmão de PC, Augusto Farias, pelo duplo homicídio. Badan Palhares chegou a processar o colega por calúnia e difamação. Essas acusações foram arquivadas pelo STF em 2002.
Os quatro seguranças que estavam no local da morte de PC Farias quando ele foi assassinado foram levados a júri popular em 2013, mas foram absolvidos. Augusto Farias, irmão de PC, chegou a ser indiciado em um novo inquérito, aberto em 1999, como co-autor do crime; porém, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que não havia provas nos autos contra o parlamentar, e Augusto Farias não foi processado.
No curso das investigações e dos processos penais, que levaram 22 anos, a versão inicial sobre crime passional foi descartada após novas perícias, a tese de duplo homicídio foi reconhecida por júri popular, mas nenhuma condenação foi alcançada, tão pouco avançaram as apurações sobre possíveis mandantes – versão defendida pela promotoria que defendia a tese de queima de arquivo. Em 2019, a Justiça alagoana negou a última apelação para reverter a decisão que inocentou os acusados do crime e colocou um ponto final no “Caso PC Farias”. O crime segue sem solução até hoje. 🤔❓
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#crimesquemarcaramahistoriadobrasil
🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto 🖱️ Acervo digital do Jornal "O Estado de São Paulo" (adaptado)
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