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💪👊 Há 116 anos, os marinheiros do encouraçado (navio de grande tonelagem) Potemkin, que fazia parte da Frota Russa do Mar Negro protagonizaram uma revolta que ficaria marcada na História. A marinha russa tinha sofrido uma derrota humilhante na guerra que então travava contra o Japão, o que agravava o sentimento de insatisfação e frustração e nos meios militares. A situação ficou mais tensa após a repressão contra manifestantes que foram ao Palácio de Inverno do Czar em São Petersburgo em 22 de janeiro de 1905, e foram recebidos com tiros pela Guarda Czarina, o que resultou em centenas de mortes. A Rússia vivia um período de crises e turbulências e muitos protestos estouraram em várias cidades.
Enquanto realizava exercícios no Mar Negro, ao largo de Odessa, o encouraçado Potemkin era reabastecido como de costume com provisões. No começo da manhã, os marinheiros se aproximaram das carcaças que pendiam sobre a ponte esperando servir-se, quando descobrem a carne em putrefação, fétida e infestada de vermes. O médico de bordo, doutor Smirnov, sentencia que a carne seria comestível depois de lavada com vinagre.
Chega a hora do almoço. No refeitório, os cozinheiros levam a marmita de bortsch, com a carne cozida. Os marinheiros recusam-se a comer e vaiam os cozinheiros. Alertado, o capitão Golikov tem a má ideia de mandar rufar tambores e reunir a tripulação sobre a ponte. Depois de breves palavras, pede àqueles que aceitam comer que avancem dois passos. Por hábito e resignação, somente alguns veteranos obedecem. Perante a insistência dos marinheiros, o segundo oficial do navio considerou que se tratava de insubordinação e ameaçou fuzilar quem se recusasse a comer. Com o agravamento da tensão, vários marinheiros revoltaram-se e tomaram o controle do navio, tendo ocorrido vários confrontos de que resultaram várias mortes.
Os amotinados decidiram rumar para a cidade de Odessa, onde tinha sido declarada uma greve geral e a população estava em revolta contra o Czar Nicolau II. As autoridades da cidade tentaram dominar os revoltosos, mas estes acabaram por bombardear a própria cidade. Foram enviados vários navios da frota do Mar Negro, mas não conseguiram apoderar-se do Potemkin, porque as tripulações recusaram-se a abrir fogo e algumas juntaram-se aos revoltosos. Após diversas peripécias, o navio acabou por dirigir-se ao porto de Constança, na Romênia, onde a tripulação pediu asilo, na noite de 7 de julho de 1905. De um total de 800 homens a bordo, apenas 31 sobreviveram.
O Potemkin ficou retido pelas autoridades romenas e foi posteriormente devolvido à Rússia. Chegava assim ao fim o mais célebre episódio de motim ocorrido na Marinha Imperial Russa e que foi imortalizado, mais tarde, no filme do realizador Sergei Eisentein, considerado como uma das maiores obras-primas do cinema mundial. Considera-se hoje que os eventos de 1905 foram um prenúncio das revoluções de 1917, que levaram à deposição do Czar e à instauração de um novo regime no país que veio a dar origem à União Soviética. No Brasil, os marinheiros liderados por João Cândido Felisberto se rebelaram em 1910 contra os castigos corporais impostos aos praças de baixa patente, em sua maioria negros e descendentes de escravos. Foi a Revolta da Chibata, inspirada nos russos do Potemkin. 👊💪👊💪👊
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto 🖱️ Opera Mundi e RTP Ensina.
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