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🎉 Num dia como hoje, 20 de agosto, há 124 anos nascia CORA CORALINA, poeta e contista brasileira. Apesar de ter começado a escrever muito cedo, seu primeiro livro só foi publicado quando ela estava com 76 anos.
Cora Coralina nasceu na Cidade de Goiás, no estado de Goiás, em 20 de agosto de 1889, alguns meses antes da proclamação da República no Brasil. Filha de um desembargador e de uma dona de casa, foi batizada Ana Lins dos Guimarães Peixoto. O casarão em que ela nasceu, à beira do rio Vermelho, já pertencia à família havia cerca de um século. A menina Ana foi educada em casa por uma professora, mas estudou apenas durante dois ou três anos (algo que era comum na época). Aos 14 anos, publicou seus primeiros textos em jornais, demonstrando talento e grande domínio da linguagem, apesar dos poucos anos de estudo.
Para a publicação desses textos, ela criou o pseudônimo Cora Coralina. Ela explicava que a razão para essa mudança era o fato de haver Anas demais na cidade. Nossa Senhora de Sant’Ana é a padroeira de Goiás, por isso cada família tinha pelo menos uma Ana. Ela escolheu então um nome que significava coração (Cora) vermelho (Coralina), em homeagem ao rio à beira do qual havia nascido. Por volta de 1908, ao lado de outras poetas, Cora fundou uma publicação semanal chamada A Rosa. Além de participar como autora, ela também ajudava a dirigir o semanário.
Aos 22 anos, Cora conheceu o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas e começou um relacionamento com ele. Pouco tempo depois, o casal se mudou para o interior de São Paulo. Cora e Cantídio tiveram seis filhos, mas apenas quatro sobreviveram. Em 1934, após ficar viúva, Cora se mudou para a capital paulista. Para sustentar a família, trabalhou em vários empregos, dentre eles o de vendedora de livros. Em 1956, com os filhos criados, decidiu retornar a Goiás. Ela passou a trabalhar como doceira — atividade que manteve por mais de vinte anos — e voltou a morar no casarão da família.
O primeiro livro de Cora Coralina, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, foi publicado apenas em 1965, quando ela estava com 76 anos. Enquanto Cora estava viva, foram lançados também Meu livro de cordel (1976) e Vintém de cobre — meias confissões de Aninha (1983). Foi o poeta Carlos Drummond de Andrade quem despertou o interesse nacional pela obra de Cora Coralina. Em dezembro de 1980, Drummond escreveu, para um dos principais jornais do país, o artigo “Cora Coralina, de Goiás”, em que elogiava o talento da escritora. A partir daí, ela começou a ser conhecida no resto do Brasil.
O estilo de Cora Coralina era simples, próximo à oralidade. Temas comuns em seus poemas são a infância e sua cidade natal. Ela escrevia sobre o cotidiano e tinha um ponto de vista singular sobre as coisas à sua volta: a paisagem, o rio, as pessoas, os costumes. Sua poesia era mais livre e menos presa à métrica que a de outras escritoras da época. Embora Cora nunca tenha se identificado como feminista, sua obra é o reflexo de uma mulher forte, que fugia aos padrões de sua época, tanto na vida pessoal quanto na maneria de escrever.
Mesmo depois de ter ficado conhecida nacionalmente e de ter recebido prêmios e honrarias, Cora Coralina continuou levando uma vida simples. Sua vida foi contada no documentário "Cora Coralina - Todas as Vidas" (2015), dirigido por Renato Barbieri; e inspirou o filme "O Colar de Coralina" (2018) dirigido por Reginaldo Gontijo (disponível no Amazon Prime Vídeo). Ela morreu no dia 10 de abril de 1985, aos 95 anos. Após sua morte, outras obras foram publicadas – inclusive um livro com suas receitas de doceira. O casarão à beira do rio Vermelho foi restaurado e hoje abriga um museu em homenagem à escritora. A obra de Cora Coralina é atemporal, inesquecível e imensurável. Uma mulher que viveu para a poesia e cuja vida se fez poesia. 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto 🖱️ Enciclopédia Britannica Escola - Versão WEB
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