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🛢️ Num dia como hoje, 13 de setembro, há 34 anos na cidade de Goiânia começava o primeiro acidente nuclear brasileiro: o caso do Césio-137. Tudo começou no prédio onde funcionara o Instituto Goiano de Radioterapia, que estava abandonado, mas havia uma máquina de radioterapia deixada nele. Dois catadores de lixo, Wagner Pereira e Roberto Alves, encontraram a máquina, que era usada para sessões de radioterapia em casos de câncer, e munidos de chaves de fenda conseguiram abrir a pesada caixa de chumbo. Dentro, havia um cilindro que continha 19 gramas de césio-137, uma substância altamente radioativa. O equipamento desmontado foi levado e num carro de mão para a casa de um deles, onde ficou por 5 dias.
Com o equipamento parcialmente desmontado, levaram as peças que não eram de seu interesse para Devair Alves Ferreira, dono do ferro-velho da cidade. Sem informações ou menor noção do que era aquela máquina e do que havia em seu interior, o chefe do estabelecimento desmontou o que lhe foi dado, expondo ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), um isótopo que se parece com um pó branco, mas que no escuro brilha numa coloração azul radiante. Devair se encantou com o brilho azul emitido pela substância e resolveu exibir o achado a seus familiares, amigos e parte da vizinhança. Todos acreditavam estar diante de algo sobrenatural e alguns até levaram amostras para casa. A exibição do pó fluorescente ocorreu durante quatro dias, e a área de risco aumentou, pois parte do equipamento de radioterapia também foi para outro ferro-velho, espalhando ainda mais o material radioativo.
Algumas horas após o contato com a substância, vítimas apareceram com os primeiros sintomas da contaminação (vômitos, náuseas, diarreia e tonturas). Um grande número de pessoas procurou hospitais e farmácias reclamando dos mesmos sintomas. Como ninguém imaginava o que estava ocorrendo, tais enfermos foram medicados como portadores de uma doença contagiosa. Dias se passaram até que foi descoberta a possibilidade de se tratar de sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação. A primeira medida tomada foi separar todas as roupas das pessoas expostas ao material radioativo e lavá-las com água e sabão para a descontaminação externa. Após esse procedimento, as pessoas tomaram um quelante denominado de “azul da Prússia”. Tal substância elimina os efeitos da radiação, fazendo com que as partículas de césio saiam do organismo pela urina e fezes.
Sete pontos de Goiânia foram evacuados na época do acidente por causa do alto índice de radiação, e a Comissão Nacional de Energia Nuclear montou um esquema de triagem no Estádio Olímpico, onde cerca de 112 mil pessoas foram colocadas em quarentena e banhadas constantemente, sem justificativas dadas pelo governo, que escondeu a causa e o incidente.
Passadas mais de três décadas, não há consenso sobre o número de vítimas do césio 137 em Goiânia. Oficialmente, quatro pessoas morreram por exposição excessiva à radiação: dois funcionários do ferro-velho de Devair Alves; a de sua esposa Maria Gabriela Ferreira; e de Leide das Neves Ferreira, sua sobrinha, que na época tinha 6 anos e foi a primeira vítima, tornando-se símbolo da tragédia; mas a quantidade de pessoas contaminadas ainda provoca discussão. O governo federal reconhece 120. O governo de Goiás fala em um número quase 10 vezes maior: 1.032. Entidades que representam as vítimas dizem ser 1,4 mil, sendo que houve 66 mortes.
Os corpos das quatro primeiras vítimas do césio-137 estão enterrados em um cemitério municipal de Goiânia, o Cemitério Parque. Os túmulos têm mais que o dobro do tamanho dos outros. Debaixo do mármore, existem toneladas de concreto. Cada caixão pesava cerca de quinhentos quilos.
Após 34 anos as consequências do acidente com o césio-137 ainda estão presentes nas pessoas envolvidas na tragédia. Além das que perderam a vida, centenas ficaram com sequelas para o resto da vida por causa do contato com a radiação. O acidente poderia ter sido evitado se não tivessem deixado abandonado a máquina de radioterapia no prédio onde funcionara o Instituto Goiano de Radioterapia. O caso do acidente com o césio em Goiania é considerado o maior acidente radiológico até hoje e também o maior acidente nuclear em área residencial do mundo. Em sua memória o dia 13 de setembro é celebrado o Dia Nacional de Luta dos Acidentados por Fontes Radioativas - comemoração instituída pela Lei nº 12.646, de 16 de maio de 2012. 😞😓😥😢😭
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#historiadoacidentenucleardegoiania
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo🖋️ professor e historiador.
📖 Fontes consultadas 🖱️ Sites da Aventuras na História, Correio Brasiliense, Portal G1 e E.B.C.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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