segunda-feira, 25 de outubro de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 25.10.21 - 46 Anos do Assassinato do Jornalista Vladimir Herzog - Vlado

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📰 O assassinato de Vladimir Herzog, Vlado, foi um dos casos mais emblemáticos da História da Ditadura Militar brasileira. O jornalista, diretor de jornalismo da TV Cultura, havia sido procurado pelos militares no dia anterior ao assassinato nas dependências do seu local de trabalho. Após uma tensa negociação, Vlado se comprometeu a comparecer pessoalmente às dependências do DOI-CODI do Comando Militar do Sudeste que funcionava num antigo prédio da rua Tomás Carvalhal, no Bairro do Paraíso, em São Paulo. Dez jornalistas já estavam detidos nesse local, onde Vlado foi submetido a uma seção de torturas comandadas pelo capitão Ramiro, onde era pressionado a dar informações de jornalistas que militavam no Partido Comunista. Ele não resistiu às torturas e faleceu. Seus algozes montaram uma farsa para sustentar o suicídio por enforcamento como causa da morte de Vlado, o que foi logo contestado por Henry Sobel, presidente da Congregação Israelita Paulista. Sobel exigiu que Vlado fosse sepultado na área central do Cemitério dos Israelitas e não no espaço destinado aos suicidas. Seis dias depois do sepultamento, um grande culto ecumênico conduzido pelo cardeal D. Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor James Wrightem em memória de Vlado foi celebrado na Igreja da Sé em São Paulo e reuniu aproximadamente oito mil pessoas, sob forte vigilância dos militares que ouviram os brados de "Basta" dos presentes (dentre eles o nosso querido Dom Hélder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife). Vlado sempre se colocou contra a luta armada. Sobre o porquê de optar pela militância no partido Comunista, respondeu: "É uma questão de momento. A situação política no Brasil é grave. Só há dois movimentos organizados que podem se articular para combater a ditadura – a Igreja e o Partido Comunista. Eu sou judeu. Só tenho uma opção”. Em 1979 a Justiça brasileira condenou a União pelo assassinato de Vlado. Apenas em 2013, a família teve nas mãos uma nova certidão de óbito, na qual a morte foi registrada como resultado de “lesões e maus tratos” infligidos no “II Exército (DOI-CODI)” –  um eufemismo ainda para abuso, tortura, homicídio. O caso Herzog foi apreciado até na Corte Interamericana de Direitos Humanos em 2017 numa audiência em São José, na Costa Rica. 45 anos depois de sua morte, sua família mantém vivo o legado de Vlado através do Instituto Vladimir Herzog. Uma de suas frases parece ter sido escrita para o que está acontecendo nos dias atuais: “Quando perdemos a capacidade de nos indignar com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerar seres humanos civilizados”. 😭

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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