🇧🇷❤️ 📖✍️ 🤨 📖✍️ ❤️🇧🇷
🎉📚 Num dia como hoje, 9 de janeiro, nascia há 102 anos, em Recife, no Estado de Pernambuco, JOÃO CABRAL DE MELO NETO, poeta, diplomata e autor do clássico Morte e Vida Severina. Avesso ao romantismo e à paixão em suas poesias, seu trabalho é basicamente racional, com a construção elaborada e pensada da linguagem, preocupado em transformar toda a percepção em imagem de algo concreto, relacionado aos sentidos, em especial ao tato.
João Cabral de Melo Neto era de uma família bastante tradicional e rica. Foi o segundo de seis filhos e era primo do sociólogo Gilberto Freyre e do poeta Manuel Bandeira. Passou os primeiros anos de vida entre os engenhos de açúcar da família, nos municípios de São Lourenço da Mata e Moreno, no interior pernambucano.
Em 1930, a família voltou ao Recife, e João Cabral concluiu os estudos. Por volta dos 18 anos, ele começou a frequentar o Café Lafayette, onde se reuniam os intelectuais de Recife na época. O contato com os empregados dos engenhos na infância e, depois, com a miséria dos retirantes da seca, em Recife, viriam a influenciar a obra do poeta.
Em 1942, João Cabral mudou-se novamente com a família, dessa vez para o Rio de Janeiro. Ele estava com 22 anos. Nesse mesmo ano, estreou no mundo literário com a obra Pedra do sono. No Rio, fez amizade com outros escritores, dentre eles Murilo Mendes e Carlos Drummond de Andrade.
João Cabral é considerado o principal poeta do grupo de escritores conhecido como Geração de 45, ou pós-modernistas. Desse grupo faziam parte diversos outros poetas, como Ledo Ivo, José Paulo Paes e Moacir Félix, além de escritores de prosa, dentre eles Guimarães Rosa.
Os poetas da Geração de 45 se opunham a algumas ideias do modernismo, estilo artístico e literário que havia ganhado impulso no Brasil a partir de 1922. Eles contestavam o jeito de fazer poesia dos modernistas. Em vez de usar versos livres, os poetas da Geração de 45 tinham uma maior preocupação com a palavra e a forma, buscando uma linguagem mais precisa e, de certa forma, mais objetiva. Essa mudança de estilo vinha influenciada pelo momento político da época, com o fim da Segunda Guerra Mundial, o início da Guerra Fria e, no Brasil, o fim da ditadura Vargas.
Em 1945, João Cabral publicou seu livro O engenheiro. Nesse mesmo ano, foi aprovado no concurso do Itamaraty (o Ministério das Relações Exteriores do Brasil) e tornou-se diplomata. Em 1947, foi transferido para a cidade de Barcelona, na Espanha, como vice-cônsul. Lá acabou montando uma pequena tipografia, na qual imprimia obras de poetas espanhóis e brasileiros. Imprimiu também seu livro Psicologia da composição.
Em 1950, ele foi transferido para Londres, onde publicou O cão sem plumas. Em 1952, voltou ao Brasil e foi afastado do Itamaraty, acusado de promover ideias subversivas e comunistas. Passou então a trabalhar na redação do jornal A Vanguarda, no Rio. Em 1954, publicou O rio. No mesmo ano, foi reintegrado ao Itamaraty e teve publicados seus Poemas reunidos. Em 1956, João Cabral voltou para Barcelona como cônsul-adjunto.
Em 1958, foi transferido para Marselha, no sul da França. Dois anos depois, publicou Quaderna. De Marselha foi para Madri, como primeiro-secretário da embaixada brasileira, e publicou Dois parlamentos. Depois, mudou-se para Genebra, na Suíça, como conselheiro da delegação brasileira junto ao escritório da Organização das Nações Unidas. Em 1966, mudou-se para Berna, também na Suíça, e publicou A educação pela pedra.
Também em 1966, no Tuca (Teatro da Universidade Católica), em São Paulo, foi montado seu auto de Natal, Morte e vida severina, musicado por Chico Buarque. A obra narra a história de Severino, um homem que sai do sertão para tentar uma vida melhor na cidade grande. Os versos sobre o sofrimento de Severino são um dos pontos altos da poesia social brasileira. Severino representa o nordestino que sofre e morre “de fome um pouco por dia”.
Como diplomata, João Cabral morou em várias outras cidades, dentre elas Assunção (no Paraguai), Dacar (no Senegal), Quito (no Equador), Tegucigalpa (em Honduras) e Porto (em Portugal). Ele voltou a morar no Rio de Janeiro em 1987.
João Cabral foi membro da Academia Brasileira de Letras (ocupou a cadeira número 37) e colecionou muitos prêmios e títulos. Entre outros importantes livros que publicou estão Museu de tudo (1975), Agrestes (1985), Auto do frade (1986) e Sevilha andando (1989).
João Cabral aposentou-se da diplomacia em 1990. Cerca de dois anos depois, descobriu que sofria de uma doença que causaria a perda da visão. Aos poucos, a doença o deixou cego. Sem conseguir mais ler nem escrever, começou a sofrer de depressão. João Cabral de Melo Neto morreu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Ele foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Sua estátua na rua da Aurora no Recife faz parte do Circuito da Poesia, de onde se pode observar a beleza da cidade que teve a ventura de ter entre seus nascidos um dos mais brilhantes poetas do século XX. 👏👏👏👏👏👏
#102anosdonascimentodejoaocabraldemelo
#historiadapoesiabrasileira
#GrandesPoetasBrasileiros
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto:
📺 Canal History Brasil
🖱️ Enciclopédia Britannica Escola - Versão WEB (adaptados)
⏳#muitahistoriapracontar⌛
Sem comentários:
Enviar um comentário