domingo, 13 de fevereiro de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 13.02.22 - Centenário da Semana de Arte Moderna

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🏵️🎉 Num dia como hoje, 13 de fevereiro, há exatamente 100 anos, começava no Theatro Municipal de São Paulo um dos eventos mais emblemáticos da história cultural brasileira: a SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922. Com o movimento modernista lançado por artistas como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, nas letras; Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Di Cavalcanti e Anita Malfatti, nas telas; Victor Brecheret, na escultura, e Heitor Villa-Lobos, na música, a arte nacional tomaria, a partir dali, novos rumos – ficaria mais irreverente, mais experimental, menos erudita e importada, mais brasileira.

A Semana de 1922 anunciou, com suas exposições, recitais, conferências e apresentações musicais, a chegada ruidosa de um movimento que buscava, a partir de influências das vanguardas europeias, renovar o jeito de se fazer arte no Brasil. O movimento modernista brasileiro, porém, não começou nem terminou com a Semana em si; seu legado e seus desdobramentos precedem e transcendem os agitados dias de fevereiro de 1922. Foi mesmo um processo de ritmo lento e diversificado.

Boa parte das pinturas de Anita Malfatti que figuravam no saguão do Theatro Municipal em 1922, como O homem amarelo e A boba, foi produzida entre 1915 e 1916 e já havia sido exposta em 1917. Di Cavalcanti, Mário de Andrade e Tarsila do Amaral – pintora que estava em Paris, assim como o escultor Victor Brecheret durante a Semana – criariam suas obras mais célebres em anos subsequentes. No dia 13, a Semana contou com a palestra inaugural do escritor e diplomata Graça Aranha. O autor de Canaã (1902), ao contrário da maioria dos jovens intelectuais por trás do movimento modernista, era um nome havia tempos consagrado e respeitado pela intelectualidade do país.

Mesmo com as críticas ao conservadorismo e academicismo da arte brasileira de então, com Graça Aranha não houve polêmicas: elas viriam, com vaias do público em resposta, dois dias mais tarde. Em 15 de fevereiro, o escritor Mário de Andrade proferiu a conferência “A escrava que não é Isaura”, sobre as bases estéticas da poesia moderna. À noite, a presença de Oswald de Andrade e a leitura do poema “Os sapos” de Manuel Bandeira, por Ronald de Carvalho, causaram reações negativas. A apresentação da pianista Guiomar Novaes acalmou os ânimos. No dia 17, a programação foi dedicada à música do maestro Heitor Villa-Lobos.

Ainda em 1922, o modernismo brasileiro ganhou outros marcos importantes, como a publicação de Pauliceia desvairada, de Mário de Andrade, e o lançamento da revista Klaxon, que ajudou a divulgar ideais e princípios estéticos do movimento. Oswald de Andrade também escreveu, ao longo da década, dois importantes manifestos: o Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) e o Manifesto Antropófago (1928).

O impacto do movimento modernista na arte nacional se mostraria duradouro a ponto de influenciar movimentos culturais da segunda metade do século XX. O Cinema Novo de Glauber Rocha, o Tropicalismo de Gilberto Gil e Caetano Veloso e o Lira Paulistana de Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé são apenas alguns dos que se valeram da fonte de inspiração modernista.

Para realizar a Semana de Arte Moderna, organizadores e artistas – vários deles membros da elite paulistana – precisaram da ajuda financeira de parceiros como o cafeicultor e mecenas Paulo Prado, autor de Retrato do Brasil. Diversos artistas do modernismo são personagens – como Oswald de Andrade em duas versões, homem e mulher – do filme "O homem do pau-brasil" (1982), de Joaquim Pedro de Andrade, que também dirigiu "Macunaíma" (1969), baseado na obra-prima de Mário de Andrade. 📽️🎞️🤩

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 📚 Nunes, Valentina. 365 Dias Que Mudaram A História Do Brasil . Planeta. Edição do Kindle. (adaptado) 🙂

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