sábado, 30 de abril de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 30.04.22 - 5 Anos da Morte do Cantor Belchior

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😓🖤 Num dia como hoje, 30 de abril, há exatos 5 anos, morria em Santa Cruz do Sul (no Estado do Rio Grande do Sul), o compositor, cantor, pintor, desenhista e caricaturista BELCHIOR. O artista faleceu de aneurisma na aorta, aos 70 anos e destacou-se por composições que falam de amor e paz e ao mesmo tempo incitam às lutas sociais. As letras de suas canções revelam sólida formação intelectual e muitas vezes trazem fragmentos de poetas e romancistas brasileiros e estrangeiros.

Antônio Carlos Gomes Belchior nasceu em Sobral, Ceará, no dia 26 de outubro de 1946. Cresceu em meio a uma família de músicos e poetas. Na infância é cantador de feira, poeta repentista e estudante de piano. No Colégio Sobralense, aprende música, línguas, filosofia e canto gregoriano. Em 1962 mudou-se para Fortaleza, onde estudou Ciências Humanas e iniciou Medicina, mas abandonou a faculdade no 4º ano. Em 1971 foi para o Rio de Janeiro, quando se uniu aos também cearenses Fagner e Ednardo, abraçando de vez a carreira artística. Nos anos seguintes estourou nos festivais de Musica Popular Brasileira.

Em 1971, muda-se para o Rio de Janeiro, onde conquista o primeiro lugar no 4º Festival Universitário de Música Popular Brasileira com a canção “Na Hora do Almoço”, e lança o primeiro disco. Em 1972, “Mucuripe”, parceria de Belchior com Fagner, torna-se conhecida nacionalmente na voz da cantora Elis Regina (1945-1982).

Entre 1974 e 1980, Belchior lançou discos memoráveis, como “Alucinação” (1976), “Coração Selvagem” (1977), “Todos os Sentidos” (1978), “Era uma Vez um Homem e Seu Tempo” (1979) e “Objeto Direto” (1980). Suas canções, obrigatórias em qualquer antologia da música brasileira, também fizeram sucesso na voz de Elis Regina (Como Nossos Pais), Jair Rodrigues (Galos, Noites e Quintais) e Vanuza (Paralelas).

Entre outros sucessos de Belchior destacam-se: “Apenas um Rapaz Latino Americano”, “Velha Roupa Colorida”, “Hora do Almoço”, “Divina Comédia Humana”, “Medo de Avião” e “Mucuripe”, feita em parceria com Fagner e também gravada por Elis Regina.

Sua inserção na mídia é dificultada pelo fato de investir numa obra poética de caráter crítico. A canção “Velha Roupa Colorida”, por exemplo, denuncia o cerceamento da liberdade da juventude, às vésperas do Ato Institucional nº 5 (AI-5).

Belchior lançava um disco por ano e se dedicava completamente à carreira. No final de 2006 o cantor parou de agendar shows e aos poucos foi se despojando de todos os bens materiais e obrigações e se afastou da vida pública. Em 2009 Belchior desapareceu. Foi encontrado no Uruguai. Depois, sumiu novamente. Junto com a produtora cultural Edna Assunção perambulou por várias cidades do Rio Grande do Sul. Há quatro anos vivia em Santa Cruz do Sul, em uma casa emprestada por um fã. Nos últimos anos, Belchior trabalhava em uma nova tradução da Divina Comédia, de Dante Alighieri, obra que muitas vezes serviu de inspiração para suas músicas.

Belchior estabeleceu um diálogo entre a música tradicional nordestina, a MPB, o rock e o folk, e trouxe para suas composições a tensão entre o espaço urbano e o sertão, o que tem a ver com sua trajetória pessoal. Para expressar suas ideias, assume um estilo peculiar. Seu canto é rasgado, falado, à moda das lavadeiras e dos penitentes nordestinos. A obra de Belchior revela sua versatilidade, sua multiplicidade, seja na temática, seja no estilo. O engajamento nas questões sociais e políticas de seu tempo e a influência de outros artistas e da poesia estão presentes em muitas de suas canções e evidenciam seu caráter multifacetado. Mais que um artista, ele era um gênio. 👏👏👏👏👏👏

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#SaudadesdeBelchior

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto:

🖱️ Site E-Biografia
🖱️ Enciclopedia Itaú Cultural

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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