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😠 💸 Num dia como hoje, 31 de outubro, há exatamente 150 anos, começava na pacata vila de Fagundes, no Agreste paraibano, uma revolta pouco conhecida da maioria dos brasileiros. Era um dia de sábado de feira, quando o povo revoltado contra o novo sistema de pesos e medidas, imposto goela abaixo pelo Império brasileiro ecoou seu grito de revolta: "Quebra os quilos! Quebra os quilos". Quebrar as balanças e caixas de madeira e jogar os pesos no açude foi a reação imediata dos feirantes que, de uma hora para a outra, se viram obrigados a arrendar aqueles instrumentos e ainda pagar o chamado imposto do chão. Começava a REVOLTA DO QUEBRA-QUILOS.
O sistema métrico decimal passou a ser usado no Brasil a partir da aprovação da lei nº 1.157, de 25 de junho de 1862. Até então, havia uma infinidade de pesos e medidas tradicionais usados no país, que não tinham padronização e variavam de região para região. A adoção do sistema métrico visava uniformizar essas medidas. A aplicação foi gradual, e o sistema tornou-se funcional em todo o Brasil a partir de 1872.
O Quebra-Quilos se alastrou por outras cidades da Província da Paraíba e também de do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Apesar de são se constituir um movimento organizado, a revolta não foi apenas contra o sistema de medidas: envolveu questões como a exploração do sertanejo, a miséria e o tratamento dado aos negros, que também entraram em busca de sua libertação.
A mudança não foi aceita imediatamente pela população. Comerciantes, proprietários de terras e pequenos agricultores eram os mais afetados, mas os consumidores em geral também se sentiram prejudicados pela mudança. O problema maior é que a aferição dos novos padrões tinham que ser paga pelos comerciantes, que então repassavam esse custo para o preço das mercadorias, aumentando o custo de vida da população.
O movimento teve início no Rio de Janeiro, em 1871, quando grupos começaram a invadir casas comerciais que adotavam o novo sistema gritando “quebra os quilos!”, destruindo as medidas de metros e quilogramas que encontrassem.
A revolta se estendeu para o Nordeste, onde se juntou a outras questões, como a cobrança de um imposto aos feirantes que expunham seus produtos no chão das feiras e a reforma no alistamento realizada em 1874, que tornou mais difícil escapar do serviço militar.
Em Campina Grande (PB), por exemplo, revoltosos liderados pelo popular João Carga D’água, vendedor de rapadura, se juntaram em um dia de feira destruindo as caixas de medidas de litros e atirando os pesos num açude. Depois, seguiram para o centro da cidade, onde invadiram a cadeia e libertaram todos os presos. Outros prédios públicos, onde a aferição era paga, também eram vítimas frequentes dos ataques.
O governo imperial enviou mais de 700 soldados, que esmagaram a revolta popular. Muitos prisioneiros foram torturados com o colete de couro, que era colocado no prisioneiro quando estava molhado e, conforme secava, ia asfixiando comprimindo o peito violentamente, causando lesões cardíacas e tuberculose como sequelas. Com isso, o movimento acabou se esvaziando e terminou oficialmente em 1875, com a anistia aos rebeldes. 😓⚖📜
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
👉 Para saber mais sobre a Revolta dos Escravos Malês, outra revolta pouco conhecida, acesse:
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