domingo, 8 de dezembro de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 08.12.24 - Morre o Babalorixá Raminho de Oxóssi

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✝️ LUTO 😞 Um domingo triste e de luto para o povo de terreiro pernambucano. Morreu aos 88 anos, no Hospital Hapvida, no bairro da Ilha de Leite, na área central do Recife, o babalorixá TATA RAMINHO DE OXÓSSI, Sumo Sacerdote da Roça Oxum Opará Oxóssi Ibualama, que conduzia a Noite dos Tambores Silenciosos, no Recife. A informação sobre o falecimento foi divulgada na página do Instagram de Raminho de Oxóssi através de uma nota de falecimento.

“Hoje somos tomados por uma tristeza profunda, ainda incrédulos com a partida ao Orun do nosso Olorí Egbé Pai Raminho, patrimônio do Estado de Pernambuco, não era apenas uma referência religiosa, ele é e sempre será o maior da nossa nação, do nosso estado”, diz a nota de falecimento. “Agradecemos por, absolutamente, tudo, nosso Pai que os deuses recebam o senhor com a reverência equivalente à magnitude da sua existência no Ayé, não serão poucas. Nós te amamos sempre, para sempre, e levaremos seu nome com orgulho para onde formos e onde pisarmos. Com amor, seu Egbé”, conclui a nota de pesar.

Nascido Severino Martiniano da Silva, Pai Raminho foi iniciado no candomblé nagô ainda criança, aos 10 anos, no Pátio do Terço, no bairro de São José, Recife, sob a orientação das Tias do Sítio de Pai Adão (Sinhá Yáyá Tia Bernardina). Sua trajetória espiritual e cultural foi marcada pela expansão do culto aos Voduns do candomblé Jeje no estado de Pernambuco, contribuindo para a preservação de tradições religiosas afro-indígenas.

Ele comandou um dos maiores terreiros de Pernambuco, a Roça Oxum Opará e o Oxóssi Ibualama em Vila Popular, em Olinda. Também foi babalorixá da Nação Jeje Nagô e implantou em Pernambuco este formato de religiosidade que virou referência. 

Pai Raminho foi o fundador do Afoxé Ará Odé, o mais antigo ainda em atividade no Carnaval pernambucano. O grupo é uma representação vibrante da força e resistência da cultura afro-brasileira, levando às ruas não só a alegria das celebrações, mas também uma mensagem poderosa de combate ao racismo e promoção da consciência negra.

Outro marco de sua atuação foi a Procissão de Oxalá, também conhecida como Lavagem do Bonfim de Olinda. Durante mais de 30 anos, Pai Raminho liderou este evento que que arrastava mais de 10 mil pessoas às ladeiras de Olinda para celebrar Oxalá e renovar os votos de paz e união para o novo ciclo.

O título de Patrimônio Vivo foi um dos muitos reconhecimentos à sua importância para a cultura de Pernambuco. Pai Raminho dedicou sua vida à formação de novos líderes espirituais, espalhando ensinamentos sobre o respeito às tradições e à espiritualidade. Seu terreiro foi um espaço de acolhimento, sabedoria e fortalecimento das raízes africanas no Brasil.

Raminho celebrava a tradicional  Noite dos Tambores Silenciosos no Pátio do Terço, sempre realizado nas segundas feiras de Carnaval, marcado pelo encontro de batuqueiros de vários grupos de Maracatu Nação.

Sua partida deixa um vazio imensurável, mas também inspira futuras gerações a preservar e valorizar as tradições que ele tanto lutou para manter vivas. Labẹ awọn ibukun Ọlọrun, alufaa agba ṣe iṣẹ apinfunni rẹ̀. (Sob as bênçãos de Deus, o sumo sacerdote cumpriu sua missão.) Ọlọrun Kosi Pure! ✨ 👏👏👏👏👏👏

#morreraminhodeoxossi 🖤
#lutoporraminhodeoxossi 🥀
#adeusraminhodeoxossi 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre o Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, acesse:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

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