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💣 Às 4:30 h. da madrugada de 12 de abril de 1861, portanto há 160 anos, a artilharia do exército dos Estados Confederados do Sul disparou os primeiros tiros sobre o forte Sumter, uma das fortalezas mais importantes que controlavam o porto de Charleston, capital do estado norte-americano da Carolina do Sul. Começava então a Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana, que se arrastou por quatro anos e opôs os 23 Estados mais ricos do norte contra uma Confederação de 11 Estados do sul e leste mais pobres e com uma economia agrícola baseada na mão-de-obra escrava que decidiram pela separação da União, deixando um saldo de 500000 mortos.
As diferenças regionais entre o norte industrializado onde prevalecia a mão-de-obra livre e assalariada e o sul agrário escravista eram bem vísiveis desde os tempos da colonização. Os Estados do norte defendiam o protecionismo alfandegário e tinham maior interesse no mercado interno e eram representados politicamente pelos Republicanos; enquanto que os Estados do sul defendiam o livre-cambismo, tinham maior interesse no mercado externo e eram representados politicamente pelos Democratas. Havia é claro uma lógica de dependência nessa polarização, pois as indústrias do norte, em sua maioria têxteis, dependiam do algodão produzido nas fazendas do sul. As tensões aumentaram quando o republicano Abraham Lincoln foi eleito presidente em 1860, defendendo bandeiras abolicionistas.
O receio dos Estados sulistas de perder autonomia fez eles se organizarem e formarem os Estados Confederados da América. Carolina do Sul, Mississípi, Flórida, Alabama, Geórgia, Louisiana, Texas, Virgínia, Arkansas, Carolina do Norte e Tennessee aderiram à Confederação. Jefferson Davis foi escolhido para ser o presidente confederado. Os estados do norte que se mantinham nos Estados Unidos eram chamados de União. Quatro estados – Kentucky, Missouri, Maryland e Delaware – permaneceram na União, apesar de permitirem a escravidão. Além disso, os condados do oeste da Virgínia se recusaram a se juntar à Confederação e, depois, integraram-se à União com o nome de estado da Virgínia Ocidental. Ao entrar em guerra, a União tinha várias vantagens sobre a Confederação: mais gente, mais indústrias, mais estradas. A Confederação, porém, tinha líderes militares mais aptos.
O general Robert Edward Lee foi o principal comandante dos sulistas na Guerra Civil. Ele possuía um conhecimento estratégico que poucos tinham àquela altura e que dava vantagem ao Sul. Entretanto, Lincoln tinha a seu favor a tecnologia. Duas armas tecnológicas foram decisivas para o Norte: o telégrafo e a locomotiva a vapor. Por meio do telégrafo, Lincoln e seus generais podiam integrar, em questão de minutos, as informações dispersas sobre a movimentação das tropas sulistas. As locomotivas a vapor, em vez de transportarem mercadorias, serviram para transportar soldados, armas e munição do Norte para o Sul. Em questão de horas, os exércitos da União eram abastecidos no Norte, fato que demoraria semanas se fosse feito a pé.
A batalha de Gettysburg (1863) virou a guerra em favor da União. Em 1864, as forças do Sul já não conseguiam mais se manter coesas. A situação era desfavorável para os sulistas, e o seu presidente, Jefferson Davis, foi preso pelos soldados da União quando tentava fugir. O general Lee, por sua vez, rendeu-se em 9 de abril de 1865 ao general Ulysses Grant em Appomattox, na Virgínia, pondo fim ao conflito. A principal consequência da Guerra da Secessão foi sem dúvida a abolição da escravatura nos Estados do sul. O tema foi revisitado várias vezes pela cinematografia em produções como Um Estado de Liberdade (Free State of Jones), Lincoln, Deus e Generais (God and Generals), Montanha Gelada (Cold Mountain), e no clássico E o Vento Levou (Gone with the Wind) 🎥🎞️⏳📺⌛
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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