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🏘️ As ruas de Soweto, um dos bantustões destinados a segregar a maioria negra da África do Sul durante o regime do apartheid, na periferia de Johanesburgo, transformou-se no cenário de uma das repressões mais covardes da História sul-africana: o MASSACRE DE SOWETO, que hoje (16/06) completa seus 45 anos. Aproximadamente 15000 a 20000 estudantes, em sua maioria jovens entre 10 e 20 anos, protestavam pacificamente contra a obrigatoriedade do ensino no idioma africâner para as matérias nas escolas secundárias negras (antes, apenas o inglês era obrigatório). Para os estudantes negros, a medida era prejudicial, já que para ter sucesso o aluno precisava ser fluente nos idiomas oficiais do país - inglês e africâner (lingua predominante entre os brancos do país).
No dia 30 de abril de 1976, os estudantes da Orlando West Junior School, que ficava no bairro de Soweto, iniciaram uma greve. Recusando a presença na escola, iniciava-se uma rebelião que marcaria a história: outros alunos seguiram o exemplo, em uma manifestação que tomou toda a região. Dias depois, em 16 de junho daquele ano, o Comitê de Ação que ficou conhecido como Conselho Representativo dos Estudantes de Soweto organizou o protesto. A marcha era pacífica e tinha como finalização um comício num estádio aberto. Os estudantes foram recebidos com bombas de gás lacrimogênio e tiros disparados pela tropa de choque. Oficialmente, 176 pessoas morreram (alguns sites falam em 95), mas estima-se que mais de 700 jovens foram assassinados neste confronto (a BBC cita pelo menos 500).
A fotografia que ilustra essa postagem ficou marcada na História desse levante. Hector Pieterson, estudante, 13 anos, foi atingido enquanto corria para fugir dos tiros disparados pelos policiais, mas acabou morrendo. Seu corpo morto sendo carregado teve a mesma força iconográfica da foto de Phan Thị Kim Phúc, garota queimada de gás nalpam na Guerra do Vietnã, e chamou a atenção de outros países para o que estava acontecendo na África do Sul.
Em 1977, Miriam Makeba lança "Soweto Blues", canção de protesto escrita por Hugh Masekela, onde o levante de Soweto é lembrado como símbolo de luta e resistência. Atualmente, o dia 16 de junho é um feriado nacional na África do Sul e também Dia da Criança Africana, desde 1991, uma iniciativa da Organização da Unidade Africana para celebrar a memória das lutas antirraciais de 1976. O apartheid teve seu fim em 17 de março de 1991, pelo presidente Frederick de Klerk. Nas eleições de 27 de abril de 1994, as primeiras após o fim do regime oficial de segregação racial, saiu vencedor Nélson Mandela. 👱🏿♂️🗳️🇿🇦
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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