sábado, 19 de junho de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 19.06.21 - Dia do Cinema Brasileiro

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🎬 Comemoramos hoje o dia do cinema brasileiro, uma alusão à data da primeira filmagem da baía da Guanabara, que foi realizada em 19 de junho de 1898 pelo primeiro cineasta brasileiro, Afonso Segreto. Com uma câmera Lumière, ele fez o registro a partir do navio francês Brèsil, quando retornava de uma viagem à Europa, onde foi buscar equipamentos de filmagem. Acompanhar a história cinematográfica brasileira é um passeio pela própria história do país. Nas telonas se refletiram os avanços tecnológicos, o contexto social e político, os períodos de crise e de prosperidade nacionais.

As primeiras filmagens brasileiras mostravam curtas cenas cotidianas, como os filmes "Chegada do trem em Petrópolis" e "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí". Os primeiros filmes de ficção datam do início do século XX. Normalmente, eram sobre crimes noticiados nos jornais. A partir da Primeira Guerra Mundial o cinema hollywoodiano dominou o mercado, porque entravam no país sem taxas alfandegárias, um dos fatores do enfraquecimento dos filmes locais. Surgiram os primeiros filmes cantados, em 1909. Os atores ficavam atrás da tela, dublando-se ao vivo. O primeiro filme com som data de 1929: "Acabaram-se os otários", de Luiz Barros.

A Cinédia, o primeiro grande estúdio do Brasil, surgiu na década de 1930 e lançou a atriz Carmem Miranda. Outro grande estúdio foi a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, inaugurada em 1949. O primeiro filme brasileiro a vencer o Festival de Cannes, na categoria aventura, veio da Vera Cruz: "O Cangaceiro" (1953), de Lima Barreto. Nos anos 40 surgiu a Atlântida Cinematográfica, que revelou Grande Otelo e Anselmo Duarte e apostava suas fichas nas chanchadas, filmes cômicos de baixo orçamento.

O cinema novo marca os anos 60. Cineastas levaram para as telas preocupações sociais e políticas, com produções com baixos orçamentos. A frase célebre "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", de Glauber Rocha, sintetiza o cinema da época. "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Terra em Transe" são símbolos dessa fase.

A criação da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), em 1969, é um marco para o setor, com o financiamento estatal na produção. Dessa época, o filme "Dona Flor e seus Dois Maridos" (1976), de Bruno Barreto, teve recorde de público só superado em 2010, com "Tropa de Elite 2", de José Padilha. Nos anos 70 também foram produzidas as pornochanchadas, misturando humor com conteúdo erótico. A crise econômica dos anos 80 se refletiu na produção do cinema brasileiro. Faltava dinheiro para a produção de filmes e para os espectadores pagarem os ingressos nos cinemas. A extinção da Embrafilme se dá em 1990, o que prejudicou o setor.

A criação da Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual e a Lei do Audiovisual, de 1993, significaram a volta do cinema brasileiro. Historiadores consideram o filme "Carlota Joaquina " A Princesa do Brasil" (1994), de Carla Camurati, o início da retomada. O filme teve repercussão internacional. Desse período, temos "O Quatrilho" (1995), "O que é isso, Companheiro?" (1997), "Central do Brasil" (1998). Os três foram indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Premiados em festivais também foram "Carandiru"(2003), "Lavoura Arcaica" (2001), "Amarelo Manga" (2003), "Cidade de Deus" (2002), "Tropa de Elite" (2007).

"Minha mãe é uma peça" (2013) é exemplo de comédia brasileira que atingiu grande público. Menos vistas pelo público, mas bastante apreciadas em festivais internacionais, estão as produções independentes como "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019), ambos de Kleber Mendonça Filho. "Bacurau" foi o segundo filme a conquistar o Prêmio do Júri no Festival de Cannes. O primeiro a vencer essa categoria havia sido "O Pagador de Promessas" (1962), de Anselmo Duarte. "Bacurau" também ganhou o prêmio de melhor filme nos Festivais de Munique e de Lima. Entre os prêmios de "Aquarius", estão melhor filme nos festivais de Sidney, Transatlantyc e Amsterdam, entre outros. O documentário "Democracia em Vertigem" (2019), de Petra Costa, foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa Metragem. Produções nacionais começam a fazer sucesso também plataformas de streaming como por exemplo, "Cidade Invísivel" da Netflix, e DOM na Amazon Prime Vídeo. Vamos valorizar mais a produção audiovisual nacional! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖱️ Site da ALESP (adaptado)

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