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🇺🇸 Num dia como hoje, 4 de julho, há 245 anos, no Segundo Congresso Continental na Filadélfia, as treze colônias norte-americanas assinaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, afirmando-se como uma nova nação soberana e independente da Coroa Inglesa. A Declaração de Independência foi em grande parte obra de Thomas Jefferson. Ao justificar a independência americana, Jefferson baseou-se generosamente na filosofia política de John Locke, um defensor dos direitos naturais, e no trabalho de outros teóricos ingleses. A declaração veio 442 dias após as primeiras saraivadas da Revolução Americana terem sido disparadas em Lexington e Concord, em Massachusetts.
A crise do sistema colonial nas colônias norte-americanas começou com o final da Guerra dos Sete Anos (1763), quando a Inglaterra para reparar os custos com o conflito implantou uma política fiscal mais austera aos colonos, com a criação de novos impostos e dificultando o comércio colonial que há anos os colonos mantinham com vários países. O ponto mais alto dessas tensões foi o protesto conhecido como “Festa do Chá de Boston” (Boston Tea Party) em 1773, uma reação a Lei do Chá (Tea Act) que concedia o privilégio do monopólio do comércio de chá à Companhia das Índias Orientais. Revoltados, os colonos destruíram diversos carregamentos de chá que estavam nos navios da companhia, atracados no porto de Boston.
A Coroa respondeu com o fechamento do porto de Boston e a autorização do governo colonial inglês para julgar e a punir severamente todos os colonos envolvidos nos distúrbios políticos contra a Inglaterra, as chamadas “Leis Intoleráveis”. Com o objetivo de protestar contra as Leis Intoleráveis foi realizado, no dia 5 de setembro de 1774, o Primeiro Congresso de Filadélfia, contando com a participação dos principais representantes das 13 colônias. Nesse congresso elaborou-se um documento de protesto, que foi enviado ao governo inglês. A Inglaterra, porém, não estava disposta a fazer concessões. Assim, o choque entre a burguesia colonial e a Inglaterra tornou-se inevitável. A luta pela independência era a única alternativa dos colonos americanos para se livrar da dominação inglesa.
A guerra pela independência americana teve início com a Batalha de Lexington, em 19 de abril de 1775. Nesse dia, tropas inglesas comandadas pelo general Gage tentaram destruir um depósito de armas controlado pelos rebeldes americanos. A guerra prolongou-se por cinco anos de sangrentos confrontos, que provocaram a morte de cerca de 70 mil combatentes americanos. Ainda estavam por vir as vitórias em Saratoga, o inverno rigoroso em Valley Forge, a intervenção dos franceses e a vitória final em Yorktown em 19 de abril de 1781. Apenas dois anos depois, em 1783, com a assinatura do Tratado de Paris com a Grã-Bretanha, os Estados Unidos formalmente tornaram-se uma nação livre e independente.
A Independência dos Estados Unidos teve relevância em vários aspectos: foi a primeira colônia americana a se emancipar de uma metrópole europeia, constituíram o primeiro governo republicano nas Américas, elaboraram uma Constituição baseada nos princípios iluministas, e inspiraram vários movimentos emancipacionistas, inclusive no Brasil, como a Revolução Pernambucana de 1817. Entretanto, a independência não significou a liberdade de todos os que viviam nos Estados Unidos. A escravidão negra, por exemplo, foi mantida, e sua abolição só ocorreria por meio da Guerra de Secessão (1861-1865). No plano externo, os Estados Unidos sempre procuraram apresentar-se como defensores da democracia e da liberdade mundial. No entanto, foram assumindo, na prática, uma política imperialista de dominação.
O 4 de julho é celebrado nos Estados Unidos como o Dia da Independência (“independence day”) e é comemorado com desfiles, shows, jogos, esportes, tiros de canhão, sinos, fogueiras e iluminações. O documento original da Declaração de Independência está em exibição pública nos Arquivos Nacionais dos EUA em Washington DC. 🇺🇸📜🇺🇸
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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