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⚰️✝️😭 A Historiografia brasileira, e mais precisamente a Historiografia judaica-brasileira, perdeu ontem à tarde uma de suas maiores expoentes. Morreu aos 98 anos a historiadora, professora e escritora ANITA NOVINSKY, a primeira historiadora do país especializada na Inquisição portuguesa e na presença judaica no Brasil durante os 200 primeiros anos após o fim da Inquisição. Um verdadeiro baluarte intelectual desse tema. Sua trajetória intelectual e profissional foi focada na crítica à intolerância religiosa e na defesa incondicional da liberdade de expressão.
Anita nasceu em Stachow (Polônia) em 22 de novembro de 1922 e emigrou com sua família para o Brasil quando tinha apenas um ano de idade. Graduou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1956, com especialização em Psicologia. Doutorou-se em História Social em 1970 e fez pós-doutorado pela Universidade de Paris em 1983. Sua trajetória acadêmica só pode ser descrita se relacionada a um dos temas mais caros da humanidade: OS DIREITOS HUMANOS. Sempre que teve a oportunidade, Anita contestava publicamente o perigo do antissemitismo e dos regimes totalitários que, por meio da dominação, não permitem a livre iniciativa em qualquer domínio da vida.
Anita Novinsky formou discípulos e, como historiadora e filósofa, deixa um amplo legado que extrapola a sua produção acadêmica. Sob este prisma, Anita ensinou os seus alunos e alunas a ler nas entrelinhas dos documentos, alertando-os sobre a liberdade de expressão enquanto um direito fundamental do indivíduo. Nos anos 70, Novinsky inaugurou uma importante linha de pesquisa no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP: os estudos inquisitoriais sobre o prisma da história das mentalidades. Assim, é do particular – da história dos cristãos-novos na Bahia – que Novinsky construiu um modelo teórico para repensarmos a questão do “outro” em todas as suas dimensões. Como historiadora irreverente, Anita marcou um importante espaço nos estudos sobre marranismo e os cristãos-novos que viveram no Brasil. Assim ela formou a “Escola Novinsky”: um grupo de pesquisadores que, em 2002, ajudaram-na a fundar o LEI- Laboratório de Estudos sobre Intolerância junto à Universidade de São Paulo.
Anita Novinsky mudou a historiografia brasileira deixando um extensa obra que, sem dúvida, ajudará seus leitores a contestar diante da discórdia e a buscar, sempre, a expressão da justiça, da ética e da lealdade. Amava Israel e tinha orgulho de ser judia, em todas as latitudes do seu pensamento.
Reconhecida internacionalmente, Anita Novinsky deixa um rico e vasto legado de conhecimento sobre esse importante capítulo da história judaica brasileira que graças à ela, jamais podemos esquecer. Ela morre sem ver realizado em Israel e no Brasil a construção de um memorial – museu em homenagem as milhares de vítimas do Holocausto Ibérico da inquisição do "Santo Oficio" da Igreja Católica, registrados na alma judaica de seus remanescentes e nos arquivos da Torre do Tombo em Lisboa, Portugal, de todos os seu processos ali existentes. Que sua alma seja elevada, sua memória honrada, e sua história jamais esquecida. 😞😓😥😢😭 Obrigado Professora Anita Novinsky por esse legado. 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto
✡️ Sinagoga Anussim Brasil
✡️ Memorial do Holocausto
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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