segunda-feira, 20 de setembro de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 20.09.21 - 186 Anos do Início da Guerra dos Farrapos

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💣💥 A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi um movimento separatista republicano ocorrido no sul do Brasil entre 1835 e 1845 e se transformou na mais longa guerra civil brasileira. As discrepâncias tributárias entre o que era cobrado do charque gaúcho em relação ao que vinha dos países vizinhos motivou a revolta dos grandes estancieiros. A geopolítica da região sul, marcada por grandes conflitos desde o período colonial, além de sua vizinhança republicana, foram um elemento a mais para fomentar o conflito. Ao longo de dez anos, Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi, Antônio de Souza Netto protagonizaram um revolta que serviu como inspiração para um sentimento regional gaúcho que perdura até os nossos dias.

Os revoltosos chegaram a fundar duas repúblicas, uma em Santa Catarina, a Juliana, com capital em Laguna; e a Rio-Grandense, com capital em Piratini. os gaúchos de Porto Alegre não aderiram à revolta, porque estavam mais alinhados com a política imperial da época. As camadas mais populares, inclusive os negros escravizados que participaram do conflito, pouco ou quase nada tiveram a ganhar, como se percebe no vergonhosos episódio do massagre de Porongos, quando 600 a 700 lanceiros negros foram traídos e trucidados, em 14 novembro de 1844. O liberalismo dos farrapos esbarrava quando tinha que lidar com a questão abolicionista, uma vez que a mão-de-obra escrava predominava nas grandes estâncias de criação de gado. A ação de Luís Alves de Lima e Silva, na época o então Barão de Caxias, foi fundamental para sufocar o conflito. Caxias foi enviado para o conflito com um Exército de aproximadamente 12000 homens e infiltrou uma rede de espionagem dentro do exército farroupilha, conseguindo informações estratégicas e privilegiadas.

Um dos episódios mais vergonhosos dos acontecimentos finais da Guerra dos Farrapos foi o massacre de Porongos (14 de novembro de 1844) quando um grupo de oitocentos lanceiros negros, homens escravos das charqueadas rio-grandenses que lutavam ao lado dos farrapos em troca da promessa de liberdade, acampados no cerro de Porongos (atual município de Pinheiro Machado), sob o comando do general Davi Canabarro, foram subitamente atacados tropa imperial liderada por Francisco Pedro de Abreu, conhecido como Moringue, e sem que a maioria pudesse reagir, foram chacinados - os relatos variam entre 100 e 700 lanceiros mortos. Na década de 1850, o ex-líder farroupilha Domingos José de Anchieta tornou pública uma correspondência supostamente enviada por Caxias a Moringue. A carta continha evidências de um acordo prévio entre Caxias e Canabarro, que comandava a tropa dos lanceiros para facilitar a vitória dos imperiais no combate do cerro de Porongos. O documento continha informações relevantes como o dia, a hora e o horário do ataque. A autenticidade dessa carta sempre foi contestada, mas o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul reconheceu como autêntico o documento, assinado pelo próprio Caxias. Canabarro passaria a vida rebatendo aquilo que ficou conhecido como "traição de Porongos". Até hoje o episódio de Porongos é abafado pelos defensores da Revolução Farroupilha, mas lembrada como uma das maiores covardias cometidas contra um pelotão negro na História brasileira.

Os revoltosos culminaram por assinar em 1° de março de 1845 o Tratado de Ponche Verde, que estabelecia a cobrança de 25% sobre o charque estrangeiro, anistiava os líderes farroupilhas e incorporava os seus soldados ao Exército imperial. O direito dos provincianos gaúchos de escolher o governador de província e a alforria dos escravos que participaram da revolta nunca foram cumpridos pelo governo. Estima-se que morreram nos conflitos aproximadamente 3000 pessoas. ⚰️😢⚰️😭⚰️

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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