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🗾🏛️ Num dia como hoje, 29 de novembro, há 74 anos a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Resolução 181 que estabelecia um plano de partilha da Palestina Britânica, conhecida pelos britânicos e pelo mundo como Holly Land (terra prometida) fazendo alusão à citação bíblica da terra prometida aos descentes de Jacó, o povo judeu. Pelo texto, a região da Palestina sob mandato britânico seria dividida entre dois Estados: um árabe e um judeu. Jerusalém seria cidade sob controle internacional.
A sessão foi presidida pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, que teve um papel fundamental na decisão favorável a partilha. Ele foi nomeado ao Nobel da Paz e ganhou uma praça em Jerusalém em sua homenagem. Os árabes não foram favoráveis à ideia e fizeram uma forte oposição. A criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, representou a concretização do projeto sionista, cujo objetivo era a volta dos judeus à região da Palestina, que eles reclamam como suas de direito há mais de dois mil anos.
A questão, na era moderna, envolvendo os dois povos na região, remonta à década de 1910. A partir de 1929, árabes e judeus lutavam abertamente pelo território. A Grã-Bretanha, que dominava a área na época, tentou limitar a imigração judaica como forma de apaziguar os árabes. No final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os britânicos, incapazes de encontrar uma solução para o problema, pediram ajuda à recém criada ONU, que determinou a partilha da Palestina.
O plano não trouxe paz à região e, no ano seguinte, houve a primeira guerra árabe-israelense (1948). Mais quatro se sucederiam: a segunda em 1956 (guerra de Suez), a terceira em 1967 (guerra dos seis dias), e a quarta em 1973 ((guerra do Yon Kippur). Entre 1947 e 1949, mais de 750 mil palestinos foram expulsos violentamente de suas terras, milhares de vidas palestinas foram ceifadas e cerca de 530 vilarejos palestinos foram completamente destruídos pelas forças israelenses. Esse massacre ficou conhecido como Nakba (catástrofe em árabe).
Desde então, a ofensiva contra o povo palestino nunca parou. É muito raro passar um dia sem o relato de algum ato de violência contra a população palestina residente na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza, territórios sob controle militar israelense desde 1967. Assassinatos a sangue frio de palestinos desarmados, restrições de deslocamento, buscas domiciliares, detenções arbitrárias por tempo indeterminado e sem direito a julgamento, demolição de suas próprias casas e expulsão de seus bairros marcam a vida dos palestinos sob a ocupação israelense.
A própria ONU reconheceu que o povo palestino vem sendo violado em seus direitos enquanto nação e por isso estabeleceu em 1977 o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino, exatamente em 29 de novembro, dia em que foi aprovado o plano de partilha da Palestina, cujas feridas geopolíticas nunca mais cicatrizaram e custam vidas inocentes de ambos os lados (judeus e palestinos) até os nossos dias. 😞😓😥😢😭
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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